9*⁠.⁠✧ MEIA VERDADE

44 6 0
                                    

Celeste

Estava sentado à mesa com Evangeline quando Catarina se aproximou de nós, trazendo consigo o cheiro de cigarro que indicava que ela vinha de fora.

- Celeste, tudo bem? - Catarina cumprimentou, dirigindo-se a mim.
- Tudo bem, cunhada - Respondi, retribuindo o cumprimento. - Catarina, esta é Evangeline, minha noiva.
- Parabéns a vocês duas pelo noivado - Catarina continuou, expressando seus bons votos.
- Obrigada - Agradeci, apreciando sua gentileza.
- É um prazer te conhecer, Catarina - Disse Evangeline, cumprimentando-a cordialmente.
- O prazer é meu, Evangeline - Catarina respondeu, retornando o cumprimento.
- Celeste, eu queria te dizer que uma tal de Lucy está te procurando - Catarina informou, trazendo uma notícia inesperada.
- Meu Deus, a Lucy! Eu esqueci completamente que disse a ela para vir aqui - Exclamei, sentindo-me culpada pelo esquecimento.
- Ela está lá, e aparentemente está sentindo frio devido ao clima de hoje - Catarina comentou, compartilhando mais detalhes sobre a situação.
- Deixe-me ir lá rapidamente. Evangeline, você me espera aqui? - Perguntei, buscando a compreensão de minha noiva.
- Tudo bem, pode ir - Respondeu Evangeline, mostrando sua compreensão e me dando permissão para resolver o problema.

Evangeline

Durante toda a noite, várias pessoas vieram nos parabenizar. Algumas pareciam genuinamente felizes por nós, enquanto outras o faziam apenas por formalidade. Por vezes, pude ouvir murmúrios vindos de alguns dos sócios do pai de Celeste, considerando aquilo como o maior absurdo do mundo. No entanto, ninguém ousou dizer algo em voz alta. Após a partida de Celeste, senti-me um pouco deslocada. Todos ao meu redor pareciam ter muitos assuntos em comum. Com Celeste demorando, comecei a ficar inquieta.

No meio da agitação da festa, Catarina, a cunhada de Celeste, que ao conhecer senti que é uma pessoa de personalidade marcante e charmosa, se aproximou de mim novamente. Ela ofereceu um sorriso caloroso e puxou uma cadeira ao meu lado, iniciando uma conversa.

- Como é a sensação de escolher o parceiro certo, Evangeline? - Catarina perguntou, despertando minha curiosidade.
- Como assim? - Questionei, querendo entender melhor o que ela queria dizer.
- Estou dizendo que você teve a sorte imensa de conquistar o coração de Celeste. Eu sempre a admirei. Ela é uma pessoa de caráter, amável, acolhedora e incrivelmente linda - Catarina elogiou, expressando sua admiração por Celeste.
- Eu não sei nem o que dizer, Catarina - Fiquei sem palavras diante de tantos elogios à minha noiva.
- Não diga nada. Eu só devo estar muito frustrada com meu casamento - Ela desabafou, revelando seus próprios sentimentos.
- Você está esperando um lindo bebê, Catarina. Se alegre - Tentei animá-la, lembrando-a do presente maravilhoso que ela carregava.
- Verdade. Devo me concentrar no meu filho, você tem razão. Com licença, vou ali resolver uma coisinha - Catarina se levantou e se dirigiu a Paolo, puxando-o para um canto reservado.

Celeste estava demorando, então decidi sair para procurá-la. Quando já estava no hall, parei por um momento e fiquei admirando as pinturas que estavam expostas ali. Foi então que senti o impacto de alguém esbarrando em mim. Ao olhar, deparei-me com a figura de Pablo, e meu coração gelou instantaneamente. Ele me olhou de maneira surpresa.

- Que surpresa, o que você está fazendo aqui? - indagou ele.

Fiquei em silêncio, sem saber o que responder. Não podia simplesmente dizer que estava ali acompanhando Celeste, com quem estou noiva. Percebendo minha falta de resposta, ele continuou.

- Você deve ter vindo como dama de companhia de algum desses velhos ricos aqui, não é mesmo? - Pablo provocou, tentando diminuir minha presença.
- Sinceramente, não tenho nada para falar com você, Pablo - Respondi, mantendo minha postura e evitando entrar em uma discussão infrutífera.
- Como minha ex-mulher, nós temos um vínculo, não acha? - Ele insistiu, tentando justificar sua intromissão em minha vida.
- Acho mesmo que você deveria cuidar da sua vida - Afirmei firmemente, deixando claro que não tinha interesse em manter qualquer tipo de vínculo além do necessário.
- Ah, você é tão arrogante, Evangeline. Mas em quatro paredes, eu tiro essa sua arrogância rapidinho - Ele proferiu palavras ofensivas, buscando me atingir.

QUARTO VERMELHOOnde histórias criam vida. Descubra agora