QUARTO VERMELHO

17*⁠.⁠✧ LUCY & CATARINA

O carro seguia em velocidade razoável, o ar-condicionado ligado e o som de música ambiente calmo. Conforme as paisagens passavam como borrões. Catarina, sempre a mais impaciente, tomou a iniciativa no diálogo.

- Então, onde devo deixá-la?"
- Nesse endereço aqui "respondeu Lucy, entregando o papel com o endereço."

Catarina olhou para o papel e sua expressão mudou imediatamente. "Não me diga que você é filha dele? De Augusto Greco Mancine, dono da maior indústria metalúrgica do país?"

- Sim, ele é meu pai. "Lucy confirmou, com um tom calmo e indiferente."
- Como assim? Você é mais rica do que eu!. "Catarina exclamou, claramente impressionada."
- Isso não me importa senhorita,"Lucy respondeu simplemente."
- Entendo.... humm mas diga-me Lucy, como posso fazer para que você pare de me chamar de 'senhorita'? Eu prefiro que me trate apenas pelo meu nome.

Houve uma pausa longa enquanto Catarina digitava o endereço no GPS. Então Catarina continuou:

- Então, estou esperando. Como posso conseguir isso?"

Lucy hesitou por maís um momento, olhando para fora da janela. Então se pronunciou

- Bem, a única forma seria... se a senhorita se tornasse membro da minha família sendo minha esposa... Então eu não a chamaria mais de 'senhorita'.

Catarina ficou completamente surpresa com a resposta inesperada de Lucy. Ela era casada, seu casamento com Paolo havia sido seu maior sonho, mas depois de algum tempo percebeu que havia cometido um erro o título de esposa já não lê dava nem uma felicidade pelo contrário só a fez muito infeliz. Mas apesar de tudo, algo dentro dela se comoveu com as palavras de Lucy. Catarina ficou claramente desconcertada.

- Você tem ideia do que está falando, Lucy? "Catarina questionou, sua voz denotando uma mistura de surpresa e confusão."
- Eu dei uma resposta, senhorita,"Lucy disse, com seu habitual tom calmo."
- Você sabe o que isso significa? "Catarina pressionou."
- Sim, eu sei. "respondeu Lucy, parecendo ciente da implicação de suas palavras."
- Acho que você não tem noção nenhuma do que isso significa,"Catarina continuou." - Eu já sou casada, Lucy, então isso nunca poderia acontecer."

Nesse momento, Lucy pareceu se dar conta do peso de suas próprias palavras. Ela havia falado de uma maneira tão despretensiosa, esquecendo-se completamente do fato de que Catarina já era uma mulher casada, inclusive esperando um filho do marido. E a foma que disse parecia mais uma proposta de casamento do que uma simples resposta mas não deixava na verdade de ser a resposta da pergunta que Catarina perguntou.

- Me desculpe, eu não queria dizer nesse sentido,"Lucy se apressou em se desculpar, percebendo o impacto que suas palavras haviam causado."
- Tudo bem Lucy não vamos fazer disso um drama desnecessário ok?
- Sim Senhorita. "Catarina revirou os olhos ao saber que o tratamento formal de Lucy iria continuar."

Apesar da rápida retratação de Lucy, Catarina já sentia os efeitos daquela conversa em seu interior. Algo se havia movido nela, mesmo que ela tentasse não dar muita importância. Aquelas palavras inesperada de Lucy havia mexido com seus sentimentos de uma forma que ela sequer poderia imaginar.

- Olha, senhorita Catarina, chegamos. Você pode me deixar aqui,"Lucy disse, com uma certa aflição na voz."
- Não, eu faço questão de te deixar lá dentro,"Catarina respondeu, determinada."
- Não precisa, senhorita,"Lucy insistiu, claramente desconfortável com a insistência de Catarina.
- Mas Catarina estava decidida." - Lucy, não se preocupe, eu só queria te deixar em segurança."

Lucy achou aquela atitude de Catarina um tanto estranha. Tudo naquele dia, que deveria ser apenas uma folga tranquila, estava se mostrando muito incomum. Catarina se manteve firme em acompanhá-la até a entrada, ainda que Lucy tivesse dito que não era necessário. Lucy não entendia muito bem o que motivava essa súbita atenção e cuidado de Catarina, mas preferiu não questionar, aceitando simplesmente a gentileza da outra mulher.