14*⁠.⁠✧ O QUE EU VEJO

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Celeste

Depois da minha conversa com Estevão, decidi que era melhor encerrar a noite ali mesmo. Pedi a ele que fosse para casa, agradeci por seus cuidados comigo e disse a Lucy e Catarina que elas dividiriam o quarto enquanto estivessem hospedadas comigo e Evangeline. Entrei no meu quarto e tirei toda a minha roupa. Senti um arrepio percorrer minhas costas quando me virei e vi Evangeline parada, me observando. Rapidamente, tentei me cobrir com as mãos e ela balançou a cabeça, oferecendo-me meu roupão. Com muita vergonha, peguei-o e vesti. Sempre me esqueço de que agora o quarto não é só meu e que tenho que prestar mais atenção.

Entrei no banheiro e tomei um banho relaxante na banheira, com direito a muita espuma. Hidratei bem minha pele lavei meus cabelos e senti-me revigorada. Saí do banheiro com uma toalha na cabeça e meu roupão um pouco molhado. Evangeline estava sentada na cama e, ao me ver, ela pegou o secador e o ligou na tomada. Entendi o que ela estava sugerindo e me sentei na cama. Ela ligou o secador, tirou a toalha da minha cabeça e começou a secar meus cabelos. Sentia que estava sendo mimada naquele momento, e isso me fez sentir muito feliz. Ela acariciava meus cabelos enquanto o ar quente soprava, até que o som do aparelho parou. Evangeline deslizou suas mãos sobre meus ombros, causando um leve arrepio em mim.

- Celeste, eu queria me desculpar por ter te beijado daquele jeito.
- Ei, não precisa pedir desculpas. Eu achei aquilo muito bom.
- Bom...
- Quero dizer, você fez com que todos acreditassem, até Estevão não tem dúvidas de que você está louca por mim.
- Você achou bom nesse sentido?
- Eu não estou entendendo em que sentido seria.

Meu coração acelera. Evangeline não pode estar querendo dizer que eu deveria ter falado que o beijo foi bom e não a sua atitude de tentar passar a imagem de que somos um casal real. Tenho que saber se é isso mesmo.

- Porém, eu acho que o seu beijo foi muito bom também. Você beija bem, Evangeline.

E quando falei isso, me virei em sua direção. Ela desviou o olhar e seu rosto ficou corado. Eu não posso acreditar no que meus olhos estão vendo. Ela tem uma atração por mim também? Eu tenho que saber mais.

- Pois é, como você aprendeu a beijar tão bem, Evangeline? Eu acho que ainda não sou boa em beijos.
- Celeste, não minta para mim. Essa sua carinha não nega que você passou o rodo em meio mundo.
- Que calúnia você está levantando contra mim, Evangeline?
- Me processa.
- Pra te provar que é verdade, deixa eu te beijar.
- O quê?
- Nós já fizemos isso duas vezes, Evangeline.
- Mas foi...
- Eu só quero saber se vai deixar ou não.
- Nossa... Tá bom.

Não estou acreditando que Evangeline vai me deixar beijá-la de verdade, e dessa vez somos só nós duas, sem espectadores. Eu tenho que provar seus lábios. Aproximei meu rosto do dela, e nossas respirações se chocavam. Ela umedeceu os lábios e fechou os olhos. Fiz o mesmo e beijei seus lábios superiores, absorvendo-os para dentro dos meus. Foi um selinho molhado. Eu afastei meu rosto e fui para o lábio inferior, fazendo o mesmo com ele, e me afastei.

- Viu como eu beijo mal?
- Eu não diria isso, mas você tem muito o que aprender ainda.
- Então me fala o quê?

Quando meus lábios se fecharam, Evangeline segurou o colarinho do meu roupão e me puxou para si, tomando meus lábios em um beijo intenso. Ela me beijava com vontade, e eu retribuí da mesma forma, até que ela introduziu sua língua ávida em um movimento sincrônico, o que me fez estremecer. Não era possível. Ela estava cruzando a linha, e eu estava gostando, mas ao mesmo tempo não estava entendendo.

Após o intenso beijo, senti falta de ar e nos afastamos lentamente. Evangeline me abraçou, e com o impacto, caímos na cama, com ela deitada por cima de mim. No entanto, ela continuou me abraçando e eu a abracei de volta. Naquele momento, senti uma sensação tão reconfortante. Meus olhos se fecharam e, em seguida, não me lembro de mais nada. Eu estava realmente exausta e não consegui me manter acordada.

QUARTO VERMELHOOnde histórias criam vida. Descubra agora