Uma ajuda Onde Menos espera

51 12 4
                                    

Capítulo 10:Uma ajuda Onde Menos espera

Desde o incidente na cafeteria, Prem estava irreconhecível. Seu jeito vibrante e espirituoso tinha desaparecido, substituído por uma sombra de melancolia. Fluke, seu melhor amigo desde a infância, notou de imediato.

"Você está diferente, Prem. O que aconteceu?" Fluke perguntou, enquanto eles se sentavam em um banco isolado do parque. As folhas de outono caíam, quase como lágrimas do céu.

Prem desviou o olhar. "É complicado. É o Boun... e meu pai."

Fluke sentiu uma pontada de preocupação ao ver a tristeza nos olhos de Prem. "Se você quer falar sobre isso, estou aqui, amigo."

Prem inspirou profundamente, como se reunisse forças para revelar sua dor. "Boun e eu nos afastamos. Não, não estávamos namorando, mas éramos... muito próximos, sabe? Ele significava muito para mim, e eu acreditava que significava muito para ele também."

"O que aconteceu?" Fluke perguntou, tentando entender.

"Meu pai interferiu. Ele acha que Boun é uma má influência para mim. Por algum motivo, ele não consegue ver o quão incrível Boun é. E o pior é que Boun concordou em se afastar, para não causar problemas entre eu e meu pai."

Fluke ficou boquiaberto. "Mas isso é terrível, Prem. Boun é um cara incrível, e a relação que vocês têm é especial."

Prem acenou, o rosto uma máscara de tristeza. "Eu sei. Mas, como posso lutar contra a vontade do meu próprio pai? E agora, com Boun se afastando, eu me sinto tão... vazio. Como se uma parte essencial de mim tivesse sido arrancada."

"E seu pai? O que ele tem a ver com todo esse seu estado emocional?" Fluke perguntou com cautela, vendo a hesitação no rosto de Prem.

Prem fechou os olhos por um momento, reunindo coragem. "Meu pai está doente, Fluke. Ele está doente por conta do preconceito dele,e isso está destruindo nossa relação.. E por conta do preconceito dele.Eu estou perdendo as duas pessoas mais importantes da minha vida."

Fluke colocou a mão no ombro de Prem, seus olhos cheios de simpatia e preocupação. "Prem, eu sinto muito que você esteja passando por isso. Eu desejo que houvesse algo que eu pudesse fazer para aliviar sua dor."

Prem deu um pequeno sorriso, um traço pálido de sua antiga vivacidade. "Ter você aqui, disposto a ouvir e apoiar, já é mais do que eu poderia pedir. Mas o peso da solidão... é algo que eu tenho que carregar sozinho."

E assim, eles ficaram sentados no banco do parque, o silêncio entre eles preenchido apenas pelo som suave das folhas de outono caindo. Ambos sabiam que Prem enfrentava um caminho difícil à frente, um caminho que ele teria que percorrer carregando o pesado fardo da solidão.

Na hora que Prem e Fluke se despediram,Fluke virou para seu melhor amigo e lhe deu o seguinte conselho em relação ao seu pai.

"Eu acho que você deve enfrentá-lo, Prem e contar tudo que bofe está sentindo ...Não dá para continuar assim," disse Fluke, preocupado.

Encorajado, Prem foi para casa e enfrentou seu pai. O resultado? Um coração ainda mais partido.

"Estou fazendo isso pelo seu bem. Você vai entender um dia," o pai declarou, implacável.

Prem olhou para seu pai, os olhos brilhando com uma mistura de raiva e tristeza. "Pai, eu entendo que você tem suas crenças e princípios, mas Boun é uma pessoa incrível. Ele é meu amigo, e sinto que estou perdendo algo valioso por sua causa."

O pai de Prem manteve uma expressão séria, impenetrável. "Estou fazendo isso pelo seu próprio bem. Boun pode ser um bom rapaz, mas ele não é o tipo de influência que você precisa. Você vai entender isso um dia."

"Mas como você pode decidir o que é melhor para mim baseado em seus próprios preconceitos?" Prem retorquiu, a voz tremendo. "Você não vê que isso está me machucando?"

O pai olhou nos olhos de Prem, mas não havia sinal de que ele reconsideraria. "Às vezes, a dor é necessária para o crescimento. Um dia você vai olhar para trás e me agradecer por isso."

Prem sentiu como se um vazio se expandisse dentro dele, agravando ainda mais a dor que já sentia. "Pai, você está escolhendo seus próprios ideais em detrimento da felicidade de seu filho. Você está disposto a sacrificar nosso relacionamento por isso?"

O pai respirou fundo, sua expressão ainda inabalável. "Se sacrificar nosso relacionamento a curto prazo significa proteger seu futuro, então sim, estou disposto."

Prem sentiu suas últimas reservas de esperança se esgotarem. Seu pai, o homem que ele sempre viu como um pilar de força e orientação, estava irredutível, mesmo diante do sofrimento de seu próprio filho.

Sem mais palavras a dizer, Prem virou-se e deixou o cômodo, sentindo o peso de uma tristeza ainda mais profunda se assentar sobre ele. O abismo entre ele e seu pai parecia intransponível, e a solidão que sentia agora tinha contornos mais nítidos e amargos.

Depois da briga com o pai,Prem foi para seu quarto onde ele se deitou pensando no que seu pai tinha lhe falado, uma sensação de alívio mesclada à sua dor.

Ele pegou o celular e hesitou por um momento antes de discar o número de Fluke. Quando a ligação foi atendida, ele ouviu a voz preocupada do amigo do outro lado. "Prem, como foi? O que aconteceu?"

Com um suspiro pesado, Prem respondeu: "Ele não vai mudar, Fluke. Disse que está fazendo isso pelo meu 'próprio bem' e que eu deveria agradecê-lo um dia por isso. Ele está completamente inflexível."

Fluke ficou em silêncio por um momento, como se ponderasse as palavras certas. "Prem, eu sinto muito, cara. Isso é tão injusto. Você tentou abrir o coração para ele e ainda assim ele não quis ouvir."

Prem sentiu as lágrimas se formando em seus olhos novamente. "Eu não sei mais o que fazer, Fluke. Ele é meu pai, eu amo ele. Mas também amo o Boun, e não consigo suportar a ideia de ter que escolher entre eles."

Prem estava com tanta dor que nem percebeu quando admitiu que ama Boun e que sente falta mas isso não passou despercebido por Fluke que só sorriu e lhe ocorreu uma ideia e por isso ele propôs algo para Prem.

Foi quando Fluke lançou a ideia. "Ei, Prem, que tal sairmos para distrair um pouco? Tem uma festa neste fim de semana. Pode ser uma boa forma de tirar a cabeça dessas coisas."

Prem hesitou, mas depois pensou melhor. "Sabe de uma coisa? Talvez você esteja certo. Talvez um pouco de diversão me ajude a enxergar as coisas de outra perspectiva."

Fluke se animou. "É o espírito! Vamos nos arrumar e fazer deste um fim de semana para lembrar. Ou, pelo menos, um que te ajude a esquecer um pouco."

Prem terminou a ligação com um leve sorriso, grato pela insistência de Fluke e por ter um amigo tão dedicado. "Obrigado, Fluke. Não sei o que faria sem você."

"E eu não sei o que faria sem você, cara e eu tenho certeza que você não irá se arrepender dessa festa ," respondeu Fluke. "Estaremos juntos nisso, aconteça o que acontecer."

Prem sentiu o peso de sua solidão aliviar um pouco, grato por ter ao menos um lugar e uma pessoa onde seu coração partido poderia encontrar algum conforto, mesmo que temporário.

Continua......

Essa festa promete só isso que posso dizer hahahahah 😂😂😂😂😂😂

Laços Invisíveis - BounPrem Onde histórias criam vida. Descubra agora