Capítulo 13

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No gramado embaixo da figueira há uma mesa posta, linda. Com velas e tulipas brancas.

- Que romântico! - digo surpresa.

- Sabia que você ia gostar! - ele diz se gabando.

Colocamos os pratos na mesa e Leila nos segue trazendo o vinho. Benjamin puxa minha cadeira e quando eu me sento, seu telefone começa a tocar de novo. Ele o retira do bolso, silenciando-o, e entrega a Leila:

- Você poderia deixar meu telefone lá dentro, Leila, por favor?

- Claro - ela segura o telefone e entra na casa.

- Algum problema? - pergunto intrigada.

- Não - ele diz tranquilamente.

- O que está acontecendo? - insisto.

- Nosso jantar está esfriando. É isso que está acontecendo. - ele diz se sentando à minha frente.

- Então tenho mais um mistério seu para anotar - digo.

- Não há mistério nenhum - ele ergue a taça e continua - a você, Olívia.

Eu ergo a minha taça e digo rindo:

- Obrigada, mas não pense que você consegue me ganhar somente com seu charme.

Ele ri, dá um gole e se defende:

- Eu sei como é difícil ganhar você, Olívia.

A paella está simplesmente divina. Não paro de me surpreender com Benjamin. Durante o jantar, Capitu nos encontrou no gramado e ficou por ali, observando.

- Por que seu pai e Daniel fizeram questão de me dizer que você gosta de mim? - pergunto de repente.

- Eles fizeram? - ele questiona surpreso.

- Sim. Em momentos diferentes.

- Deve ser porque eles me conhecem bem, e perceberam - ele fala casualmente.

- Então você não disse nada a eles? - eu replico.

- Nada é um tanto vago, Olívia. Eu posso ter mencionado alguma coisa nesse sentido.

- Alguma coisa ainda é vago, eu diria - eu contesto e ele ri.

- Eu gosto de você, Olívia. A cada minuto que passa, eu gosto mais de você e não quero ficar longe desse teu sorriso - ele diz e segura minha mão sobre a mesa.

- Eu também gosto de você Benjamin, mas às vezes tenho medo.

- Medo de quê? Medo de gostar de mim? - ele pergunta parecendo duvidar.

- Não sei se consigo explicar, mas acho que tenho medo de que o fato de estarmos em momentos diferentes da vida seja um obstáculo para nós.

- Essa besteira sobre diferença de idades realmente importa para você? - ele questiona.

- Não deveria?

- De jeito nenhum, Olívia. Não coloca tanto peso em tudo - ele pede.

- Eu gosto da leveza com que você conduz a sua vida - digo admirando-o.

- É porque eu gosto de coisas simples. Eu quero estar aqui, com você. Você quer ir embora? Quer que eu vá embora?

- Não! Eu estou adorando ficar aqui com você.

- Então nós não estamos em momentos diferentes da vida, como você disse. Estamos vivendo este momento aqui, eu e você - ele sorri acariciando minha mão com a sua.

Na chuva com BenjaminOnde histórias criam vida. Descubra agora