No gramado embaixo da figueira há uma mesa posta, linda. Com velas e tulipas brancas.
- Que romântico! - digo surpresa.
- Sabia que você ia gostar! - ele diz se gabando.
Colocamos os pratos na mesa e Leila nos segue trazendo o vinho. Benjamin puxa minha cadeira e quando eu me sento, seu telefone começa a tocar de novo. Ele o retira do bolso, silenciando-o, e entrega a Leila:
- Você poderia deixar meu telefone lá dentro, Leila, por favor?
- Claro - ela segura o telefone e entra na casa.
- Algum problema? - pergunto intrigada.
- Não - ele diz tranquilamente.
- O que está acontecendo? - insisto.
- Nosso jantar está esfriando. É isso que está acontecendo. - ele diz se sentando à minha frente.
- Então tenho mais um mistério seu para anotar - digo.
- Não há mistério nenhum - ele ergue a taça e continua - a você, Olívia.
Eu ergo a minha taça e digo rindo:
- Obrigada, mas não pense que você consegue me ganhar somente com seu charme.
Ele ri, dá um gole e se defende:
- Eu sei como é difícil ganhar você, Olívia.
A paella está simplesmente divina. Não paro de me surpreender com Benjamin. Durante o jantar, Capitu nos encontrou no gramado e ficou por ali, observando.
- Por que seu pai e Daniel fizeram questão de me dizer que você gosta de mim? - pergunto de repente.
- Eles fizeram? - ele questiona surpreso.
- Sim. Em momentos diferentes.
- Deve ser porque eles me conhecem bem, e perceberam - ele fala casualmente.
- Então você não disse nada a eles? - eu replico.
- Nada é um tanto vago, Olívia. Eu posso ter mencionado alguma coisa nesse sentido.
- Alguma coisa ainda é vago, eu diria - eu contesto e ele ri.
- Eu gosto de você, Olívia. A cada minuto que passa, eu gosto mais de você e não quero ficar longe desse teu sorriso - ele diz e segura minha mão sobre a mesa.
- Eu também gosto de você Benjamin, mas às vezes tenho medo.
- Medo de quê? Medo de gostar de mim? - ele pergunta parecendo duvidar.
- Não sei se consigo explicar, mas acho que tenho medo de que o fato de estarmos em momentos diferentes da vida seja um obstáculo para nós.
- Essa besteira sobre diferença de idades realmente importa para você? - ele questiona.
- Não deveria?
- De jeito nenhum, Olívia. Não coloca tanto peso em tudo - ele pede.
- Eu gosto da leveza com que você conduz a sua vida - digo admirando-o.
- É porque eu gosto de coisas simples. Eu quero estar aqui, com você. Você quer ir embora? Quer que eu vá embora?
- Não! Eu estou adorando ficar aqui com você.
- Então nós não estamos em momentos diferentes da vida, como você disse. Estamos vivendo este momento aqui, eu e você - ele sorri acariciando minha mão com a sua.
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Na chuva com Benjamin
ChickLitQuando Olívia fez as malas para ir à praia comemorar os sessenta anos de casados de seus avós, ela pensou que teria alguns dias para refletir sobre os tropeços de seu relacionamento com seu namorado, tão lindo quanto viciado em trabalho, Téo. Acompa...