Vou para casa tentando processar os acontecimentos das últimas horas, estou terrivelmente cansada. Lembro-me de Capitu e de que preciso trazê-la de volta, também.
Preciso de um banho restaurador. Saindo do chuveiro, ligo para mamãe, que ainda está na praia, e rapidamente a atualizo acerca do estado de saúde de Benjamin.
- Que bom que não foi nada grave, Olívia! - ela diz - Como estava o Téo? Precisamos conversar sobre tudo que aconteceu.
- O Téo vai ficar bem. Precisamos conversar sim. Não deu tempo! - Eu me desculpo.
- Eu sei que foi tudo muito corrido, filha! Estamos de saída, seu pai e eu. Todos já foram embora. Seus avós estão no aeroporto. Você quer que nós levemos Capitu até sua casa?
- Não precisa. Eu tenho que voltar para buscar o carro do Téo e as minhas coisas que ficaram aí. Vou ainda hoje com o Daniel, ele também saiu às pressas - Explico.
- Você não acha melhor vir amanhã?
- O Benjamin pode ter alta amanhã, quero estar em Recife.
- Eu posso pedir para o Fausto levar o carro do Téo para você!
- Não precisa, mamãe, obrigada!
- Tenha cuidado na estrada, filha!
- Eu terei.
- Olívia?
- Sim?
- Você conversou com a Joana? - Ela pergunta sem cerimônia.
- Eu realmente não tenho a intenção de fazer isso, mamãe. Ela inventou um monte de mentiras para o Téo.
- Eu sei, ele me contou. Joana foi imatura, mas vocês precisam se entender, Lili, ela é sua prima.
- Não estou muito certa de que ela se lembrou disso... De qualquer forma, talvez eu a escute se ela me procurar, mas não espere que parta de mim qualquer iniciativa a esse respeito.
- Você sabia que ela estava interessada no Benjamin... - eu quase posso ouvir um arrependimento no tom de voz de mamãe quando terminou de falar.
- Então isso justifica o comportamento dela? - Pergunto sem acreditar que mamãe vai defender a Joana.
- Não disse que justifica, Lili, só quero te lembrar de se colocar no lugar dela por um momento, antes de condená-la sem direito de defesa.
- Farei isso, mamãe... Eventualmente. - Digo tentando terminar o assunto e mamãe me diz, mais uma vez, para ter cuidado na estrada.
Encerro a ligação quando nos despedimos e ligo para Artur, o motorista de vovô, para pedir que ele venha me buscar às cinco da tarde para irmos de volta à praia. Em seguida, ligo para Daniel:
- Oi Olívia.
- Dan, o motorista vem me pegar às cinco horas, você tem como estar pronto às cinco e meia? Qual o seu endereço? - Peço.
- O horário está ótimo, Olívia. Estou de saída, de volta para o hospital, você pode me pegar lá?
- Claro. Combinado, então!
- Combinado - Daniel confirma e desliga.
Ainda tenho tempo antes de Artur vir me buscar, então decido comprar um presente para Benjamin, algo simples, que eu possa levar para o hospital quando ele tiver alta. Pensei em comprar balões de gás hélio, mas ele pode achar infantil... vou levar flores. Ligo para a floricultura do shopping e agendo a entrega para a segunda-feira pela manhã, na minha casa.
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Na chuva com Benjamin
ChickLitQuando Olívia fez as malas para ir à praia comemorar os sessenta anos de casados de seus avós, ela pensou que teria alguns dias para refletir sobre os tropeços de seu relacionamento com seu namorado, tão lindo quanto viciado em trabalho, Téo. Acompa...