Capítulo 11

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Vou para casa tentando processar os acontecimentos das últimas horas, estou terrivelmente cansada. Lembro-me de Capitu e de que preciso trazê-la de volta, também.

Preciso de um banho restaurador. Saindo do chuveiro, ligo para mamãe, que ainda está na praia, e rapidamente a atualizo acerca do estado de saúde de Benjamin.

- Que bom que não foi nada grave, Olívia! - ela diz - Como estava o Téo? Precisamos conversar sobre tudo que aconteceu.

- O Téo vai ficar bem. Precisamos conversar sim. Não deu tempo! - Eu me desculpo.

- Eu sei que foi tudo muito corrido, filha! Estamos de saída, seu pai e eu. Todos já foram embora. Seus avós estão no aeroporto. Você quer que nós levemos Capitu até sua casa?

- Não precisa. Eu tenho que voltar para buscar o carro do Téo e as minhas coisas que ficaram aí. Vou ainda hoje com o Daniel, ele também saiu às pressas - Explico.

- Você não acha melhor vir amanhã?

- O Benjamin pode ter alta amanhã, quero estar em Recife.

- Eu posso pedir para o Fausto levar o carro do Téo para você!

- Não precisa, mamãe, obrigada!

- Tenha cuidado na estrada, filha!

- Eu terei.

- Olívia?

- Sim?

- Você conversou com a Joana? - Ela pergunta sem cerimônia.

- Eu realmente não tenho a intenção de fazer isso, mamãe. Ela inventou um monte de mentiras para o Téo.

- Eu sei, ele me contou. Joana foi imatura, mas vocês precisam se entender, Lili, ela é sua prima.

- Não estou muito certa de que ela se lembrou disso... De qualquer forma, talvez eu a escute se ela me procurar, mas não espere que parta de mim qualquer iniciativa a esse respeito.

- Você sabia que ela estava interessada no Benjamin... - eu quase posso ouvir um arrependimento no tom de voz de mamãe quando terminou de falar.

- Então isso justifica o comportamento dela? - Pergunto sem acreditar que mamãe vai defender a Joana.

- Não disse que justifica, Lili, só quero te lembrar de se colocar no lugar dela por um momento, antes de condená-la sem direito de defesa.

- Farei isso, mamãe... Eventualmente. - Digo tentando terminar o assunto e mamãe me diz, mais uma vez, para ter cuidado na estrada.

Encerro a ligação quando nos despedimos e ligo para Artur, o motorista de vovô, para pedir que ele venha me buscar às cinco da tarde para irmos de volta à praia. Em seguida, ligo para Daniel:

- Oi Olívia.

- Dan, o motorista vem me pegar às cinco horas, você tem como estar pronto às cinco e meia? Qual o seu endereço? - Peço.

- O horário está ótimo, Olívia. Estou de saída, de volta para o hospital, você pode me pegar lá?

- Claro. Combinado, então!

- Combinado - Daniel confirma e desliga.

Ainda tenho tempo antes de Artur vir me buscar, então decido comprar um presente para Benjamin, algo simples, que eu possa levar para o hospital quando ele tiver alta. Pensei em comprar balões de gás hélio, mas ele pode achar infantil... vou levar flores. Ligo para a floricultura do shopping e agendo a entrega para a segunda-feira pela manhã, na minha casa.

Na chuva com BenjaminOnde histórias criam vida. Descubra agora