~Draga Mea~ De volta das trevas

Começo

  Ao que tudo indica, a mulher permanecia em seu castelo, tomada e reinada pela solidão e ódio de não ter matado Ethan naquela noite. Todas as noites se culpava pela morte de Bela, Cassandra e Daniela, suas filhas que tanto amava por mais que não fosses de sangue.

  Maldito dia em que Miranda tentara fazer experimentos com ela. Mas hoje era um dia em que Heisenberg iria até sua casa, maldito, cretino e estúpido.

  Ao chegar ao castelo de Dimitrescu, o homem viu a irmã esperando com um semblante nada bom, oque era de se esperar quando Lady Dimitrescu o via com tanto deboche e sacarmo na cara.

-Ah, querida irmã! É ótimo te ver mais uma vez!- Disse o homem ao se aproxima de Alcina com os braços abertos.

-Afaste-se, seu verme imundo!- Disse a condessa ao observar o irmão com desdém.

-Vejo que não está em um dia bom! Mãe Miranda tem um presente para você, mas como ela está ocupada me pediu para vir em sua ausência.- Disse ele parando ao ser encarado por Alcina daquela forma.

-Então espero que seja breve, pois agora Mãe Miranda não está aqui para te salvar de minhas garras, seu energúmeno!- Disse Alcina quase rosnando. Olhando para baixo para encarar o irmão, já que seus 2,90 de altura a impediam de ver oque acontecia embaixo.

-Ela lhe mandou uma criada! Mas é uma diferente, você deverá cuidar dela e protegê-la.-

-E porquê diabos EU?- Disse aumentando o tom da voz na última palavra.

-A garota se chama Ayla Montenegro! Ela é filha de um grande amigo de Mãe Miranda, mas ele veio a falecer, e a garota parece importante por ser... Bruxa, humana e vampira ao mesmo tempo.- Disse com a voz irônica de sempre.

-Tudo bem! Mas se a garota me causar problemas, não vou pensar duas vezes antes de dilacerá-la.-

-Tragam a garota!- Fala Heisenberg ordenando, e logo a garota atravessa os portões com as mãos atrás das costas, postura reta e elegante. Ela possuía olhos mel, corpo curvilíneo, pele pálida e usava um vestido preto pouco justo e alguns decotes. Seus cabelos eram lindos e longos, sendo liso na raiz e cacheado nas pontas, que possuíam uma cor negra como a noite.

-Bom, aí está a criatura! Por mais que tenha aparência inofensiva ela é fatal. Boa sorte, irmãzinha.- Disse o homem deixando-as alí.

-Olá, criança! Me conhece?- Pergunta a mais velha se abaixando para ficar a altura da garota.

-Sim, Lady Dimitrescu!- Respondeu a mais nova.

-Perfeito! Eu espero que se comporte e seja uma boa menina. Pois meninas más aqui são punidas!- Ecoa firme a voz de Dimitrescu.

-Como quiser!- Dise a garota abandonando a postura de defesa e soltando os braços de trás das costas.

-Vamos! Eu a acompanharei até seus aposentos, e mandarei roupas novas para você, suponho que goste de um estilo mais... Gótico?- Disse a mulher estendendo a mão até Ayla.

-Apesar de gostar de todos os tipos, prefiro a cor preta, roxo e branco! Meu pai costumava dizer que combinava comigo.- Disse a garota aceitando a mão de Dimitrescu.

-Concordo com seu pai, garota!- Disse Alcina guiando a garota pelas escadas, oque fez a garota precisar pular com dificuldade dois degraus, pois diferente de Alcina Dimitrescu, seus passos tendiam a ser mais curtos do que os da condessa. Já que os passos de Lady eram largos.

-Difuculdades, minha cara?- Pergunta a mulher com um sorriso largo.

-Um pouco!- Fala a garota ao chegar no topo da escadaria se apoiando no corrimão.

  Ambas seguiram sem falar nada, mas um quadro em específico conseguiu chamar atenção de Ayla, era um retrato de Dimitrescu e suas três filhas. Bom, ela já sabia da história toda que ocorrera no castelo, mas com tudo, Alcina não gostaria que tocasse no assunto.

-Você ficará aqui, minha querida!- Disse Dimitrescu ao abaixar para adentrar o quanto, e se erguendo logo depois de atravessar a porta.

  O quarto era grande, completamente decorado com coisas de puro luxo, do inicio ao fim. Com a cama de casal elegante e lençóis de seda macios e a lareira já acesa.

-É muito bonito, Lady! Obrigado.- Dito isso, Alcina a encara com aprovação e um pequeno sorriso.

-Seja bem vinda, minha cara! Pedirei a uma de minhas criadas que venha com as roupas, e que explique alto e claro as regras deste lugar.- Dito isso, a condessa a deixa, tendo mais uma vez que se abaixar para passar pela porta.

  Realmente os passos da mais velha eram largos e silenciosos, quase impossíveis de serem percebidos. Mesmo com o salto alto a condessa parecia não ter dificuldade alguma para se mover em silêncio.

  E toda vez que ela se aproximava, era possível notar sua enorme silhueta, com eu chapéu preto grande e elegante, sua figura sempre fora assustadora aos olhos de muitos, talvez de todos. Mas Ayla conseguia apenas sentir como Alcina se sentia solitária e triste, como uma mãe enlutada pela morte de suas filhas.

  Mãe Miranda não a enviou só para ser protegida, a enviou para trazer suas tão amadas filhas de volta, já que era uma bruxa também. Mas isso precisaria do próprio sangue ou fio de cabelo de Dimitrescu, além de ganhar a confiança dela. Seria algo bem planejado, por assim dizer.

  Minutos depois uma criada chega como Alcina havia dito, e adentrou o quarto após pedir-lhe licença.

-Olá, senhora Montenegro! Aqui estão suas roupas. E Lady Dimitrescu mandou-me lhe apresentar as regras deste castelo. Me chamo Carine!- Dissea mulher esticando a mão, que foi apertada gentilmente por Ayla.

-Muito prazer, Carine!-

-Bom, Dimitrescu gosta de acordar cedo, então você deve comparecer ao café da manhã as 08:00 neste castelo! Te guiarei sempre no mesmo horário. Ela não gosta de atrasos ou de que não esteja vestida da forma correta. Não deve sair sem pedir diretamente para ela e muito menos confrontar sua ira. Pois nunca se encontra de bom humor. Mas se segui-las pode ser que ela te recompense.- Disse Carine, e Ayla parecia prestar atenção em tudo que a mulher falara.

-Com licença! E tenha uma boa noite, senhorita.- Ayla assentiu com a cabeça e lhe deu um sorriso como resposta.

  Ao vestir algo mais adequado para a noite, um robe preto grande, que arrastava pelo chão. Sentou-se na penteadeira que havia em seus aposentos e colocou os cabelos atrás das orelhas, sentindo-se solitária ao estar no castelo, como se pudesse sentir toda tristeza que nele habitava.

  Sentir todas as emoções que Lady Alcina Dimitrescu sentia naquele lugar era um peso enorme, que as vezes até lhe dava uma vontade de chorar, e pensar que um ser tão sombrio como Alcina passara lor tal acontecimento é algo que poucos esperam acontecer.

      (Sem revisões)