Allegra levantou-se e começou a caminhar, seu corpo dormente por tantos sentimentos contraditórios, como se uma nuvem de dor estivesse embaçando-lhe os olhos.
Podia lembrar-se de cada palavra, de cada insinuação que Dináh havia lhe feito em seu quarto, no dia do casamento.
Mas deixara o incidente para trás. Não havia mencionado para ninguém o que aquela horrível mulher lhe dissera. Como era possível, então, que Christos soubesse?
Será que a Dináh teria tido a baixeza de procurá-lo para contar-lhe tudo?
Não, não era possível, nem mesmo Dináh seria capaz de fazer algo semelhante.
Quando Allegra vestiu-se e colocou as sandálias para correr atrás de Chris a fim de explicar-lhe tudo, ele já havia desaparecido. Embora tivesse corrido pela praia gritando o nome dele, não obtivera qualquer resposta.
Ainda que o tivesse alcançado, teria Christos acreditado que ela se revoltara com os comentários grosseiros de Dináh, mas decidira não contestá-la para não lhe dar o gostinho da vitória? Era bem pouco provável.
Talvez ela tivesse alguma chance de convencê-lo se não o tivesse chamado de bastardo e de tantas outras grosserias.
Estava tão atordoada, que se equivocara e perdera o caminho que levava a vila, dando a volta no porto e saindo pelas pedras, esfolando pernas e braços.
O pequeno veleiro estava sobre a areia, próximo ao porto.
Allegra permaneceu estática, olhando-o fixamente, o coração ao aos pulos.
Não havia nenhuma pessoa nas proximidades. Tudo o que tinha a fazer era subir no barco e partir. Ela já havia pilotado esse tipo de veleiro muitas vezes. Não seria roubo, apenas um empréstimo; quando chegasse a ilha mais próxima, explicaria tudo as autoridades, que, com certeza, enviariam outro barco para recolher o legitimo dono.
Ela tinha de fugir de Argoli, de Christos, que a odiava, que só desejava puni-la, que só havia feito amor com ela para alcançar alguma vingança perversa, para humilhá-la mais ainda.
Pois bem, ela já não aguentava mais. Não suportaria mais tanta crueldade.
Olhando ao seu redor Allegra aproximou-se cautelosamente do veleiro, que estava muito bem equipado e era fácil de manejar. O que ela estava esperando?
Tudo o que tinha a fazer era subir e partir. Havia uma leve brisa sobre a água que a conduziria a liberdade.
Sentiu um arrepio súbito. Que liberdade seria essa sem Christos? Separar-se dele significava uma prisão, condenação à solidão para todo o sempre.
Assustada, percebeu que os meios para fugir haviam chegada demasiado tarde. Parada ali, sentia-se mais só do que nunca e percebera súbita e totalmente que amava Christos, que provavelmente havia se apaixonado por ele no momento em que o vira. Era por isso que concordara com esse casamento tão louco. Não por causa de Reviello, mas porque queria estar com ele para sempre. Ela tentara se enganar com argumentos tolos, mas essa era toda a verdade.
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Feridas De Amor - Série Pecados Capitais - Livro V
RomanceA Série Pecados Capitais, romances... Apesar de fazer parte de uma série, sua história é individual... Instigante, misteriosos obstinados e ambiciosos, realmente são os melhores no que fazem. Feridas De Amor NOSSO PASSADO ATORMENTA NOSSO PRESENTE! A...