A Série Pecados Capitais, romances... Apesar de fazer parte de uma série, sua história é individual... Instigante, misteriosos obstinados e ambiciosos, realmente são os melhores no que fazem.
Feridas De Amor
NOSSO PASSADO ATORMENTA NOSSO PRESENTE!
A...
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Allegra acordou com a luz forte que a cegava. Abriu os olhos lentamente, sentindo a cabeça latejar. Ficou imóvel por algum tempo, tentando recordar onde estava.
Surpresa, notou que não se encontrava mais na cabina de Poseidon. A luz forte era o sol penetrando por uma janela aberta e refletindo nas paredes brancas do quarto minúsculo.
Estava deitada em um divã dura e estreita, coberta por um velho cobertor e, quando se movia, as molas rangiam protestando.
Sentou-se, rapidamente, tentando descobrir o que acontecera. Chocada, percebeu que estava nua. Deu uma olhado no quarto. Além da cama, havia pouca mobília; uma pequena cadeira, uma cômoda com o tampa abaulado. Nada que reconhecesse ou que lhe pertencesse. Nenhuma de suas coisas e, com certeza, nenhum de suas roupas.
Allegra colocou as mãos sobre os olhos, tentando entender o que havia ocorrido. Estava a espera de Christos, lembrou-se, quando mergulhara no sono. Mas era muito antes da meia-noite e, pela posição do sol, já era mais de meio-dia. Será que ela havia dormido doze horas ininterruptamente? E como ela havia chegado em tal casebre, quando na noite anterior estava na luxuosa cabine do poseidon?
De repente, começou a sentir-se terrivelmente assustada. Lembrou-se de um artigo que havia lido recentemente sobre a pirataria moderna. Será que o Poseidon fora atacado durante a noite por piratas que a haviam sequestrado, enquanto dormia?
Se isso fosse verdade, o que acontecera com o capitão e os outros? E Christos, onde poderia estar?
Em um canto do quarto havia um alçapão que dava para uma escada rústica de madeira.
Allegra encheu-se de determinação e enrolou o lençol no corpo, antes de colocar os pés no chão de concreto. Levantou-se em seguida, sentindo a tontura voltar.
Enquanto esperava que o mal-estar passasse, escutou passos subindo a escada.
Buscou freneticamente algo com que pudesse se defender, porém, não havia nada, exceto a cadeira, pesada demais, a mesma era de madeira nobre. Mas não haveria tempo para alcançá-la, nem menos tentar. Encostou-se na parede, o terror dominando-a, quando viu despontar na porta um rosto.
Assim que o reconheceu, Allegra emitiu um grito de alivio.
— Christos! Ah, graças a Deus! Eu estava apavorada. O que aconteceu? O que estamos fazendo aqui? Que lugar é esse?
— Você estava dormindo. — Disse ele. — E eu estava esperando que acordasse.
Christos puxou a única cadeira do quarto, virou-se ao contrario e sentou-se, os braços apoiados no encosto.
Allegra olhou-o, sentindo remorsos. Havia estragado a noite de núpcias deles.
— Oh, Christos. Sinto muito.
— Mas não deveria. Era minha intenção que você dormisse tanto.
— Sua intenção?
Allegra sentou-se melhor e encarou-o. Outra vez, lembrou-se daquela horrível tortura que a deixara tão fraca.