Uma mulher idependente com um emprego, mas no local errado.

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Não precisei abrir meus olhos para saber onde eu estava e com quem eu estava. Os cabelos cheirosos ao meu lado e o aroma doce nos lençóis falavam por si só.

Ontem, depois que deixei Jennie na casa de seus pais, não consegui parar de pensar em suas palavras após sair do meu carro. Eu não poderia fazer aquilo com Chaeyeon. Ela era uma namorada incrível, sempre esteve lá por mim.

Espera, por quê diabos eu estava falando no passado? Como se Chae e eu não estivéssemos mais juntas?

Não importava. O que eu deveria fazer é focar no meu namoro com Chaeyeon e esquecer que algum dia tive algo com Jennie. Chaeyeon era o certo, o instável. Não Jennie. Minha cabeça parecia compreender aquilo facilmente, já meu coração...

Me levantei da cama tentando não fazer qualquer tipo de barulho que pudesse acordar Chaeyeon. Eu não conseguiria lidar com ela naquela manhã, não iria conseguir encarar seu rosto depois de transar com ela pensando em Jennie. Duas vezes.

Mas para meu azar, eu era uma pessoa realmente muito desastrada. Quando me levantei da cama, esbarrei sem querer no copo que estava em cima da cômoda.

- Merda! - sussurrei.

Olhei para trás, me certificando se Chaeyeon continuava dormindo, encontrando seus olhos confusos me encarando da cama. Ela se sentou e coçou os olhos. Respirei fundo.

- Amor? - ela chamou. - Você estava indo embora?

- É... - passei a mão no cabelo. - Não... eu estava... apenas indo pegar um copo de água.

- Ah! - ela assentiu. - Então volte para cama, ainda está escuro lá fora.

- Chae... é que... - fechei os olhos.

- Lis, o quê foi? - ela franziu o cenho. - Você está estranha desde ontem. Foi alguma coisa que eu fiz?

Olhei para seus olhos encontrando um resquício de lágrima. Eu quis me bater por aquilo. Chaeyeon é uma garota legal, ela não merece que eu a use dessa maneira. Não mesmo.

- Sinto muito, Chae. - respondi. - Só estou pensando em algumas coisas sobre o Centro Cultural.

- Entendi. - ela balançou a cabeça. - Mas volte para cama, você pode pensar nisso de manhã, certo?

- Certo. - concordei caminhando em sua direção.

Ela se aproximou de mim e escondeu o rosto em meu pescoço quando me deitei na cama. Suspirei em aborrecimento. Jennie costumava fazer aquilo quando se sentia envergonhada.

Eu estava me odiando por ainda pensar em Jennie daquela maneira, mas simplesmente não conseguia evitar. Pensei que havia esquecido ela, e com tudo o quê ela me fez, poderia enfim odiá-la. Mas eu não odiava. Parece que meu sentimento só havia aumentado.

Por que tenho que continuar te amando? Por quê não posso simplesmente ir embora, assim como você fez, tão facilmente?

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Estacionei o carro em frente ao Centro Cultural e senti um frio estranho na minha barriga. Decidi ignorar aquilo. Quando pisei na porta, Minnie correu em minha direção com algumas partituras em mãos e o semblante aflito. Alguma coisa havia acontecido.

- Achei que não iria vir hoje. - ela disse e eu franzi o cenho.

- Como não? Tenho aula com a turma dos pequenos hoje, Minnie. - começamos a caminhar juntas e eu não pude deixar de notar sua expressão ansiosa. - Que bicho te mordeu?

- Rosé não contou? - ela olhou para os lados e balancei a cabeça.

- Contou o quê?

- Jisoo dormiu no apartamento de Miyeon ontem. - diz ela. - Parece que elas tiveram uma briga feia.

Caos, Farpas e Afins (Jenlisa Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora