Kim Sin-hee, Minji e decisão.

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Depois de tudo o que Jennie me disse ontem, eu devo admitir que fiquei devastada. Não apenas por mim, mas por tudo o quê ela teve que passar por culpa de sua mãe. Acho que nunca vou ter palavras para agradecer o quê ela fez por mim e por minha avó. Ela se sacrificou por nós. Jennie disse ontem que não havia outra forma e que ela nunca se perdoaria se deixasse minha avó morrer. Eu não sei o quê dizer sobre isso. Me sinto eternamente grata pelo que Jennie fez, mas não posso deixar de pensar que poderíamos ter encontrado outro jeito. Nós poderíamos ter resolvido isso juntas, e então nenhuma das duas iria ter que se machucar. Ou não. Acredito que tudo acontece por um motivo. E minha avó estava certa mais uma vez.

Ela voltou para mim. Jennie encontrou seu caminho de volta para mim.

Agora estávamos juntas em seu quarto, deitadas perto uma da outra e trocando alguns carinhos. Confesso que eu sentia falta de ficar assim com ela. Apesar das coisas terem sido esclarecidas, eu não consigo deixar de pensar, as coisas vão dar certo agora? Porque, sendo sincera, eu não sei se aguento ficar longe dela mais uma vez.

- Amor? - ela me chamou e meu coração estremeceu ao ouvi-la me chamando daquela maneira.

- Hm?

- O quê tanto pensa? - ela deixou um beijo no meu pescoço.

- Estou pensando se agora as coisas vão se encaixar para nós duas. - fui sincera e ela suspirou.

- Vamos fazer dar certo. - olhei para seu rosto e percebi que seus olhos estavam desesperados, quase como se ela estivesse implorando e foi ali que eu percebi. Eu não estava sozinha com aquele sentimento. Amar tanto alguém como eu amava Jennie era um pouco desesperador e me deixava com medo, mas saber que ela me amava da mesma maneira, me deixava mais tranquila.

- Sim, nós vamos. - beijei seus cabelos.

Ficamos em um silêncio confortável por alguns minutos, apenas ouvindo os batimentos e respiração uma da outra. Era gostoso ficar assim com ela.

- O quê foi? - perguntei quando ouvi sua risada baixa.

- Não é nada.

- Fala. - insisti.

- É que sei lá, eu acho engraçado porque de certa forma, nunca acreditei que pudesse me apaixonar por alguém, eu não queria. E também, eu não acreditava no amor.

- Eu acho que cada um possui uma visão diferente sobre o amor. Sendo ela boa ou não. Mas na realidade, acho que todo mundo procura por uma alma gêmea. Alguém para dividir o tempo e poder compartilhar suas dores e alegrias. Acho que nós duas apenas não estávamos preparadas para ter alguém antes. E eu sei que parece difícil de acreditar, mas você mudou muita coisa na minha vida e mesmo que tenhamos nos machucado por culpa de outras pessoas, eu ainda tinha um fio de esperança porque eu não queria aceitar que o quê tivemos não foi real. - disse baixo. - Mas você me fez enxergar o quê eu estava perdendo, me fez crescer e no final de tudo, me deu algo que eu nunca achei que teria. Você me deu aquela paixão avassaladora que eu pensei só existir em filmes e livros. Obrigada por me deixar amá-la e por me amar de volta.

Jennie se levantou e olhou para meu rosto com uma expressão séria.

- A única que precisa agradecer aqui sou eu. - ela diz. - Você me amou e ficou mesmo com todo meu caos. Você sabia sobre meus problemas e empecilhos e mesmo assim você não desistiu.

- Desistir de você seria como desistir de mim. - confessei.

- Eu não queria me apaixonar por você. - ela começou. - Mas quando você sorri para mim ou então me toca, eu consigo perceber que nunca tive a chance de escolher isso.

Caos, Farpas e Afins (Jenlisa Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora