INEVITÁVEL CONVERSA

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Caetano saiu correndo do quarto de Antony. Ele ficou parado no corredor e lágrimas começaram a descer pelas suas bochechas. Depois de chorar bastante, Caetano voltou para o quarto.

Antony: Caetano! O que aconteceu?

Caetano: Nada. Só me dê um abraço.

Caetano passava os dedos pelo cabelo dele ansiosamente, enquanto Antony segurava a sua cintura, apoiando a cabeça na barriga dele. Contudo, apesar de eles estarem tão próximos um do outro, Caetano sentiu como se nunca estivessem estado mais distante.
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ALGUNS DIAS DEPOIS...

Antony finalmente teve alta do hospital. Apesar de ele se sentir bem, ele podia sentir que havia uma tensão no ar.

Antony: Por favor, Caetano, me deixe fazer alguma coisa sozinho.

Caetano: Não, você ainda está fraco. Você devia descansar agora para melhorar logo.

Antony: Mas eu me sinto bem. Não posso só ficar deitado aqui assistindo a TV.

Caetano: Você nunca desejou ter um servo pessoal, Sr.Knox?

Antony: Hahaha. Sou eu que devia obedecer às SUAS ordens, Sr.Campbell.

Caetano: Então você vai ficar de babá já que eu tenho que trabalhar.

Antony: Esse é o segundo melhor trabalho do mundo, mas eu exijo um pagamento.

Caetano: Ah, mesmo?

Antony: Sim, eu quero que você me pague com beijos.

Caetano: Antony, por favor. Tem pessoas andando por toda a casa, eles estão trabalhando na lavoura... não podemos fazer isso.

Antony: Não, eu sei que esse não é o motivo. Toda noite quando eu vou para a cama, você finge está dormindo, e eu sei bem que não está. Por que está me evitando? Você quer que eu saia dessa casa? Eu estou sendo um fardo? Posso ver você olhando para o meu pescoço o tempo todo. Eu te lembro do evento, certo? Você me quer fora da vista para poder esquecer sobre tudo que aconteceu.

Caetano: Antony, eu... também quero os seus beijos.

Eles começaram a se beijar intensamente, então Caetano se afastou.

Caetano: Ah, o seu pescoço. Por favor, tome cuidado. Você não devia se esforçar muito. Eu tenho que ir agora. Te vejo mais tarde! Se divirta com a Pérola.

Antony: Eu não acredito em você. Acho que está me evitando. Ah, bem, esse beijo foi um brilho de esperança que as coisas vão melhorar.

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Era uma linda manhã de Abril e Antony foi para o quintal com Pérola. A garota estava brincando na grama e Antony estava parado ao seu lado tentando pensar em como poderia ser útil. Então ele viu Bernard se aproximando.

Bernard: Sr.Knox!

Antony: Oi, Bernard! O que foi?

Bernard: Sr.Knox, precisamos de ajuda no hangar. Uma das máquinas quebrou, e já que você consertava aviões, pode conseguir examinar o problema.

Antony: Bernard, você acabou de fazer o meu dia. Me leve até lá!

Antony estava feliz em ser útil, e quando estava se preparando para ir ao hangar, Caetano se aproximou com dois funcionários.

Caetano: Antony, Bernard te avisou sobre o problema, certo? O defeito apareceu de repente.

Antony: Vai ser o meu prazer tentar ajudar.

Caetano: Obrigado, só não se force demais. Já vou para lá. Sujei as minhas roupas e tenho que trocar, e então encontro vocês lá, ok?

Miguel: Ok.

Ele foi para casa e Antony correu para o hangar animado. Quando Caetano entrou no hangar, encontrou ele falando com a sua aeronave.

Antony: Olá, belezura. Vejo que ainda está aqui. Você ainda está esperando por mim.

Caetano: Oi, Antony!

Antony: Ah, Caetano, é você...

Caetano: Você quer que eu te deixe sozinho com a sua belezura? Para se lembrarem dos bons velhos tempos?

Antony: Hahaha. Não, só estava recordando...

Caetano: Você sente falta daquele trabalho, certo?

Antony: Não, sinto falta de você.

Caetano: Como é?

Antony: Eu sinto a sua falta, o seu velho você. Você está aqui, mas só fisicamente. Não aguento mais esse silêncio. Vamos conversar sobre isso!

Caetano: Não, não podemos conversar agora. A Pérola está com fome, o Jôjô também e tenho certeza de que você também. Vamos almoçar. Espero que você não tenha se esforçado demais. Tenho medo do seu pescoço doer por causa...

Antony: Caetano, estou bem. Não está mais doendo.

Caetano: Mas você tem que tomar cuidado ainda assim. Você não devia se esforçar demais. Você sabe o que o médico disse...

Antony: Caetano, por que você está olhando para o curativo o tempo todo? Você acha que eu não notei? Você não me olha nos olhos quando fala comigo, Caetano você continua encarando essa merda de curativo. Você está curioso para ver o que tem por baixo?

Caetano: Não, não estou... quero dizer, sim, mas...

Antony: Você está focado no ferimento o tempo todo. Qual é o problema? Isso não me incomoda, não dói. Está te dando nojo, não é?

Caetano: Jesus, Antony! É claro que não!

Antony: Se não te dá nojo, então porque você finge estar dormindo quando eu vou para a cama de noite?

Caetano: Bem, eu estou cansado e pego no sono com facilidade...

Antony: Não tem motivo para mentir pra mim, Caetano.

Caetano: Ok, ok, você me pegou. Eu não estava dormindo. Só estava fingindo.

Antony: Por quê?

Caetano: Eu não sei. Acho que eu estou pensando nisso e naquilo. Me perdoe, Antony.

Antony: Você está mentindo para mim de novo, Pérola.

Caetano cobriu o seu rosto com as mãos e então virou de costas para ele.

Antony: Não faça isso! Olhe para mim e me diga - qual é o problema?

Caetano: Não posso...

Antony: Então é verdade. Eu te dou nojo.

Caetano: Ah, Deus! Não, isso não é verdade! Nunca!

Ele se virou , se aproximou de Antony e colocou as mãos no rosto dele. Caetano olhou nos olhos dele e começou a falar devagar.

Caetano: Me escute! Eu nunca teria nojo de você. Nunca! Você está certo - eu estava fingindo. Estava fingindo porque estava adiando a conversa. A conversa sobre se nós podemos viver com o que aconteceu com a gente.




Continua...

O toque da Besta 2 (Romance Gay+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora