TAL PAI, TAL FILHA

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Caetano: Não, eu não vou contar para o Antony. Tenho medo de ele querer levar ela para longe de mim. Talvez ele fique bravo por eu não ter contado. Eu nunca pretendi contar. Acredite em mim, você não sabe como ele é quando está bravo. Eu senti na pele, e ainda assim, sempre tentei justificar ele. E agora... não sei o que esperar, ele é imprevisível, não dá para confiar nele. Antony foi embora do nada e agora voltou do mesmo jeito. Não ligou uma vez em seis anos. Não sei o que ele quer. Mas ele está me deixando inquieto e com medo, Pérola é a única que eu tenho nesse mundo e não quero perder ela.

David: Sim, eu entendo. Mas você não acha que ele está aqui para te reconquistar?

Caetano: Não, não acho. Você está falando como se o que tínhamos fosse amor. Nunca foi sobre amor. Para mim era, mas para ele não. Muito pelo contrário, Antony até me proibiu de mencionar essa palavra. Além dos quê, se ele acha que eu vou correr atrás dele depois de seis anos, está errado. Eu consegui enterrar meus sentimentos por ele fundo, se não, não teria sobrevivido.

David: Caetano... nós dois sabemos que isso é mentira. A sua filha te lembra dele toda vez que olha para ela. E se você tivesse esquecido ele, já teria me aceitado. Não estou magoado, eu sabia desse o início que não tinha chance com você.

O coração de Caetano doeu quando ouviu essas palavras porque sabia que Antony era um ótimo homem que sempre lhe apoiou, mas ele ainda o considerava um amigo. Seu coração não ouvia a mente, ele escondia outro homem dentro, um que não ligava para ele.

Caetano: Me desculpa, David...

David: Você não tem que se desculpar. Nós somos bons amigos, nos ajudamos com as crianças e nos entendemos. Talvez não seríamos bons amantes porque somos fantásticos amigos. Sempre tem um lado bom.

Caetano: Você sempre vai ser o meu melhor amigo.

Eles se abraçaram. Enquanto Caetano falava com David, a sua filha entrou correndo no cômodo.

Pérola: Pai! Eu quero um pouco de leite quente!

Caetano: Hahaha. A rainha expressou seu desejo, estou indo. Te mimei de mais.

Jasmim veio atrás, então ambas as garotas se juntaram à conversa.

Pérola: Pai, a Jasmim me mostrou o caderno dela da escola. Posso ter um igual? Tem a figura de uma borboleta nele.

Caetano: Suas aulas ainda não começaram, amor.  Eu posso comprar um livro de colorir pra você.

Pérola: Mas quando as minhas aulas vão começar?

Caetano: No ano que vem, querida.

Pérola: Mas eu quero começar agora.

Caetano: Não pode, querida, você ainda não fez seis anos. Vai fazer seis anos nesse verão.

Pérola: Que estúpido. Eu queria começar agora. Vou falar pra eles que já tenho seis anos.

Ela sentou na cadeira e olhou para o seu pai com raiva nos seus olhos claros. Caetano conhecia bem esse olhar - ele lembrava de vê-lo nos olhos do pai da menina. A garota parecia tanto com seu pai, que sua mãe tinha medo de que Antony pudesse perceber a verdade se olhasse no fundo dos olhos dela.

Caetano: ( Tal pai, tal filha! )

Continua...

O toque da Besta 2 (Romance Gay+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora