UM TALVEZ

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Caetano: Sim, ele adorava salgados com queijo. E não foi só isso que ela herdou dele. As vezes ela é tão persistente nas suas exigências que não aguento. Mas ela também é bem resiliente, igual ao pai. Apesar de ter nascido antes, ela cresceu tantão quanto os seus colegas.

Fátima: Sim, ela é bem parecida com o pai. Os olhos dela - o mesmo claro cintilante. Ok, querida, você quer um pouco de suco?

Pérola : Siiiim!

Fátima: Vou trazer para você. E por favor, assista TV enquanto eu converso com o seu pai sobre algo importante. Tudo bem? Posso pegar o Caetano emprestado por alguns minutos?

Pérola : Sim, mas só por alguns minutos.

Caetano e Fátima se afastaram um pouco de Pérola para que a garota não as escutasse.

Fátima: Então, você vai me falar de uma vez por todas o que está te incomodando?

Caetano: Ah, não, não se preocupe. Não é nada, só estou cansado esses dias, só isso. A Pérola suga a minha energia.

Fátima: Você não consegue esconder nada de mim, é algo sobre a Pérola?

Caetano: Não, não, não é sobre a Pérola. É do que eu... Fátima, é o Antony. Ele veio me ver em casa. Pensei que fosse eu fosse morrer na hora.

Fátima: Sim, eu sei que ele está na cidade mas não sei porque ele veio. Então ele foi te ver?

Caetano: Sim, e nós conversamos um pouco. Você não imagina como me senti. Estava tremendo.

Fátima: Ok, querido, e daí? Qual é o problema? Ele queria ver você já que está na cidade. O quê tem de errado nisso?

Caetano: Fátima, pelo amor de Deus! Ele não é um visitante qualquer, é o Antony. Nós nos vemos depois de seis anos!

Fátima: Ah, ok, ok. Entendi. Você ficou chateado.

Caetano: Não só isso. Eu fiquei totalmente perdido. Ele diz que só veio ver se eu estou feliz. Depois de seis anos infernais, ele espera que eu esteja feliz!

Fátima: Por favor, se acalme. Não grite, a Pérola pode escutar.

Caetano: Não consigo me acalmar, Fátima. Não consigo. Ele pode bater na minha porta de novo e pedir algo que legalmente é dele. Eu não contei que ele tem uma filha. Tenho medo dele tirar ela de mim.

Antony: ( Ah, Deus! Ele tem medo de mim. Eu nunca faria algo assim! Não acredito que ele pensaria isso! )

Fátima: Mas por que acha que Antony veio tomar a filha dele? Talvez ele tenha vindo por sua causa.

Caetano: Não, ele nunca quis conversar sobre emoções. Sobre o que eu sentia por ele.

Fátima: O que você sente? Isso quer dizer que não sente mais nada por ele?

Caetano: Eu não sei, Fátima. Eu realmente não sei o que sinto depois de todos esses anos.

Fátima: Mas pode ser que você ainda...

Caetano: Talvez, Fátima, talvez...

O "talvez" de Caetano significou "sim" para Antony, que sorriu no momento em que ouviu essa palavra.
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Quando eles voltaram para casa, Caetano se sentiu um pouco aliviado depois de falar com uma amiga. Apesar da conversa ser sobre Antony, pareceu um pouco libertador contar a alguém em que ele confiava sobre seus dilemas e medos sobre aquele homem.

Caetano: Vamos, Pérola, é hora de uma soneca da tarde!

Pérola: Ok, pai, mas você pode me levar pra casa da Jasmim depois?

Caetano: Ah, isso depende do dever de casa da Jasmim. Se ela tiver muito dever, não vai poder brincar com você. Agora vamos para o seu quarto.

Caetano colocou sua filha na cama e voltou para a sala de estar. Ele sentou no sofá e começou a chorar. Caetano tinha medo de que poderia ser deixado sozinho de novo, que Antony levaria Pérola embora quando descobrisse que era sua filha.

Uma batida na porta acordou ele do seu devaneio. Caetano não conseguiu esconder a sua surpresa quando abriu a porta.

Caetano: Você!

Antony: Oi, Caetano!

Continua...

O toque da Besta 2 (Romance Gay+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora