CAPÍTULO 1

249 11 0
                                    

         O lençóis protegiam o corpo de Elain do frio, ela não estava conseguindo dormir naquela noite. Ela abriu os olhos lentamente, deixando os olhos se acostumarem com a escuridão do quarto. Ela deslizou da cama para longe do corpo quente que dividia a cama com ela. Elain soltou um suspiro quando levantou da cama e começou a se arrastar até o banheiro, tomou um banho frio e extremamente meticuloso.

       A cidade estava acordada, pessoas passavam de um lado para o outro. Aproveitando o festival, crianças corriam com varinhas brilhando pela rueta iluminando o caminho. Alguns dançavam em plena praça ao som que bordava naquele espaço. Elain colocou as mãos nos bolsos de seu capuz, afastando as suas mãos da brisa fria que a percorreu.

         Uma riso encantador aqueceu o coração de Elain, antes mesmo que ela soubesse do dono da risada. As sobrancelhas ergueram com surpresa ao lindo som. O seu irmão estava cercado com os seus amigos. O bando dos exilados como eles se intitulavam. Elain se recostou na pedra, não precisando fazer o mínimo de esforço para esconder a sua presença.

        Os olhos de Lucien estavam percorrendo o longo espaço aberto com humanos, grão feéricos, feéricos e bruxos. Convivendo em harmonia. Crianças com capas coloridas correndo pela praça. Casais de braços dados de espécies diferentes.

        — Deve ser estranho para vocês a primeiro instante – disse Kai seguindo os olhos. – Aqui é tudo misturado.

        — Sempre foi assim ? – perguntou Vassa – Eles sempre conviveram juntos?

        — Sim. De certa forma. Apesar de ter alguns brigas de algumas famílias. Mas nada haver com as raças.

        — Até agora não vi nenhum humano de idade avançada – disse Jurien. Analisando com uma expressão estranha – Não vi nenhum, até agora. Por quê ?

        Um sorriso abriu nos lábios do irmão de Elain no mesmo instante que um sorriso brotou nos dela. Ela tinha ciência do que o irmão falaria antes mesmo que ele abrisse a boca, não por causa da vidência, mas sim, pelo contato de anos com o humor esquisito.

         — Passou dos trinta... – O macho de olhos claros passou o dedo na garganta, com seriedade – Matamos e jogando os corpos para os lobos. É um bem que eles precisam fazer para deixar a cidade mais bonitinha.

          Kai abriu com braços para a cidade atrás de si.

          — Linda, não é ?

         O canto dos lábios de Lucien se repuxaram em uma espécie de sorriso. Mas a voz de Jurian praticamente fez eco quando quase gritou.

        — O QUÊ? – os olhos estavam quase saindo do rosto.

        Algumas pessoas viraram em direção ao som. Fazendo Vassa encolheu-se e colocar a mão escondendo um sorriso. Achando graça a forma como ele reagira a piada do amigo.

        — É – começou Kai segurando o cardápio, olhando para o canto escondido onde a sua irmã estava, a observando dar um aceno com a mão por debaixo do feitiço – e as vezes eu bebo o sangue das vítimas.

        Kai finge que não a viu. Elain finge que não sabe que ele sabe e ele finge que Ela não sabe que ele sabe. Elain fica mais do que feliz em fazer cara de tola e despreocupada quando os olhos do irmão se semiceraram para ela.

        — Não é ? – perguntou ele a atendente que havia acabado de se aproximar da mesa.

        A atendente apenas concordou, não fazendo o mínimo esforço de desmentir a história.

Corte de Visões e LuzesOnde histórias criam vida. Descubra agora