CAPÍTULO 8

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Ela dormiu rapidamente, próxima a ele. Lucien deve ter adormecido em algum momento, pois quando ele acordou, estavam enroscados um no outro. A respiração quente dela batia em seu pescoço, fazendo um leve carinho.

Elain estava com as mãos enterradas na camisa dele, usando o braço de Lucien como um travesseiro. O macho retesou quando a fêmea virou-se para o outro lado, continuando ao lado dele, ficando de costas para ele.

O vestido rosa delineava a sua cintura, e o atrevimento de Lucien fez com que ele segurasse a cintura dela, mantendo-a firmemente contra si mesmo.

- Lucien - ela disse em um sussurro grogue e aninhou-se em seu braço, virando o corpo completamente para ele. Os olhos do macho quase se fecharam, entregando-se ao sono.

Lucien ficou tenso e rapidamente pensou em ir embora. Tirou a mão que estava sobre a cintura de Elain, e a mão dela segurava a camisa dele, puxando contra si.

- Você não vai gostar quando acordarmos. - ele murmurou em seu ouvido, os olhos castanhos abriram levemente na penumbra e se fecharam novamente - Ficará uma situação estranha e extremamente desconfortável.

- Tão barulhento - ela resmungou respirando profundamente, fazendo a respiração dela bater no pescoço de Lucien. O macho teve um calafrio - Estou com sono.

O cheiro sob o nariz de Lucien o fez suspirar. O macho ainda conseguia sentir o calor do corpo de sua parceira. Os braços fortes tatearam o colchão, os lençóis estavam levemente frios e, ao tatear o colchão, um grunhido irritado escapou dos lábios dele. Elain não estava mais lá.

Eles haviam se beijado. Um beijo tão bom e demorado. A cena rodava na cabeça dele, se demorando em sua mente.

Lucien abriu os olhos, lá fora já estava escuro, ele provavelmente dormira um bom tempo. O corpo dele estava bastante descansado, o quarto era lindo. A cama era enorme, o suficiente para acomodar quatro pessoas confortavelmente. As cortinas balançavam levemente, deixando um pouco do vento frio entrar.

Havia uma escrivaninha do outro lado do quarto, cheia de papéis empilhados, um peso as segurava para que não voassem. Lucien levantou, suspirou, aquele quarto era uma verdadeira tentação, o cheiro dela estava espalhado por todo o canto.

Um pequeno copo segurava um bilhete, a letra estava extremamente apressada, como se ela estivesse atrasada para um compromisso.

"Beba se não quiser ficar com dor de cabeça pelo resto do dia."

Os olhos dele se arregalaram, ela havia preparado algo para ele. O líquido translúcido brilhava com cores diversas, brilhando. Lucien engoliu o que quer que fosse lentamente, apreciando como se fosse um dos melhores vinhos do mundo. Balançou o copo para que o oxigênio entrasse no líquido e deixasse o gosto mais acentuado.

Passos no corredor chamaram a atenção de Lucien quando ele se levantou, era ela? Não era, não. Os passos eram barulhentos, os dela não produziam nenhum som.

Uma fêmea abriu uma das portas com dezenas de papéis nas mãos. A quantidade de papéis era tão grande que taparam a visão dela. Lucien observou de pé, desconfiado. Os papéis bateram na madeira e fizeram um barulho considerável, os cabelos dela eram escuros, ela usava uma camisa preta com uma calça marrom. Uma espada estava pendurada em sua cintura. Ela se virou e se sobressaltou, dando um grito fino.

- Quem é você?

- Lucien Vanserra, prazer - ele respondeu, não querendo dizer mais nada. Os olhos da fêmea brilharam, olhando da cama bagunçada para ele.

Um olhar malicioso e um olhar de choque. Ela apontou da cama para ele.

A fêmea deu um passo para trás.

- O parceiro de Elain. - Ela disse. - Desculpe, me chamo Lina, sou amiga de Elain. Ela havia me pedido para trazer a papelada da construção amanhã, mas quis adiantar para hoje; amanhã tenho um compromisso - Desconforto escapava de Lina, ela deu mais um passo para trás indo em direção à porta - Elain nunca traz nenhum macho aqui, eu realmente não sabia que...

A fêmea falava muito rápido. Não dava tempo de Lucien sequer falar.

- Não tem problema - Lucien disse assimilando as palavras, ela nunca traz nenhum macho aqui. Lucien não fora, ela havia invadido; o álcool fez com que ele seguisse o laço.

Um lobo branco surgiu na porta.

- Por que você não me impediu, Lantis?

O lobo deu um grunhido irritado. E se sentou próximo à janela, onde havia colchões.

A fêmea deu uma reverência e se virou indo em direção à porta.

- Você sabe onde ela está? - perguntou Lucien.

- Em uma reunião com os irmãos. - respondeu ela saindo apressadamente.

O lobo observava Lucien atentamente com a cabeça inclinada para o lado. Aquele era o familiar de Elain; ele normalmente sempre estava em seu encalço. A seguindo pelos cantos.

Um brilho amarelo tomou toda a pele do lobo, e um macho apareceu em seu lugar.

- A sua barriga está roncando - disse o lobo, olhando nos olhos de Lucien - Você deveria comer alguma coisa antes de ir embora.

Ele estava expulsando Lucien educadamente. Um sorriso brotou dos lábios de Lucien.

- Que jeito educado para expulsar alguém.

- Eu sempre sou educado - disse o lobo com presunção.

O lobo andou até a porta e a abriu. Lucien o seguiu, observando a casa, tapeçarias, quadros de Elain com os irmãos. Um enorme jardim puxou o canto do olho de Lucien, era belo demais, com uma enorme variedade de flores e plantas.

A cozinha era arrumada ao extremo. Tudo parecia ter sido medido com fita métrica antes de ser colocado. O lobo mexeu nas panelas, colocando um prato para Lucien.

Lucien o encarou pacientemente, achando graça na confusão em suas feições. Escolhendo o que colocaria no prato, Lucien pensou em se oferecer para colocar o próprio prato, mas de alguma forma, ele sabia que o lobo recusaria.

A noite passada rodava a cabeça dele.

Uma linda hipócrita, ele a chamou de hipócrita. Ele xingou, apertando as mãos com força, não sabia se ficava feliz ou se dava um soco.

Lantis colocou a comida na frente dele com um suco de laranja.

Batatas cozidas, arroz, carne e legumes.

A comida era extremamente deliciosa, cada alimento parecia completar o gosto do outro. Uma explosão de sabores. Lucien comeu a comida em silêncio, observando o lobo sem nenhum pingo de sutileza.

- Você come isso? - Lucien apontou para a panela.

O lobo anuiu com a cabeça.

- Se não tiver outra coisa. Mas prefiro caçar, enquanto o sangue ainda está fresco.

- Entendo.

- Vamos - Disse o lobo. - Vou te levar até onde você estar hospedado - Fica a dois quilômetro daqui.

Assim que passou pela porta. O Lantis transformou-se em um lobo. Aquele lobo não gostava de Lucien, ele havia de ter certeza. O trajeto foi rápido, Lantis estava andando rapidamente. Não era correndo, e também, não era andando.

Quando ele voltou, Jurian e Vassa estavam lá. Quietos olhando um para o outro, como se fossem comer vivos. Eles gostavam um do outro, no entanto, sempre que Lucien tocava no assunto eles desconversavam. Kai, por outro lado, disse que já pegou os dois quase se beijando. E, sempre mexer com os dois por esse motivo.

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Notas

Gostaram da história?

PS: Comentários ajudam os capítulos viem com mais velocidade.

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