CAPÍTULO 5

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Lucien estava bêbado. Disso ele havia de ter certeza. A visão dele se embaçava de tempos e tempos. A sensação de felicidade rodiava todo o seu ser. Mais do que isso, estava hipnotizado com os olhos de corça em sua frente, eles são tão lindos. A casa estava iluminada o bastante para que ele pensasse que fosse de dia. O cômodo era extremamente de bom gosto, os detalhes eram perfeitos.

O ruivo pensou em ter uma casa parecida.

Os dois estavam sentados de frente um para o outro. Calados. Lucien sorriu, o nervosismo o consumia como o fogo na lareira atrás dele. Ele passou os dedos na madeira entalhada da mesa, se concentrando em outra coisa que não ela. Os lapsos de memória o percorreu em sua memoria.

Cardan havia lhe oferecido um suco. E Lucien, havia se dado conta que aquele liquido era qualquer coisa, menos um suco. Lucien se lembra de ter dançado em cima de uma mesa. Com Jurian, Kai, Cardan, Vassa e,depois, sozinho. Lembra de ter sido puxado para se sentar e sair furtivamente seguindo o fio de sua barriga.

Ele bateu na porta da casa que possuia um lindo jardim, esperou por um breve momento, ninguém abriu e ele invadiu.

Elain o encontrou com confusão transparecendo o seu rosto, ela iria dizer alguma coisa mas o macho não permitiu. Pois, apontou para ela e disse que precisava conversar com ela.

- O que deseja tanto me falar ?

- Você é uma hipócrita - A voz dele estava firme. Tão firme que parecia uma linha de violão, preste a se quebrar. Isso chamou a atenção de Elain, surpresa escapava dos olhos dela. A audácia dele, de entrar em sua casa parecendo que havia banhado-se com vinho e hidromel. E ficar perambulando pela sua casa como se fosse dono desta. - Uma linda hipócrita, gostaria de acrescentar. A mais bela que já vi.

O álcool lhe deu coragem. Pensou Elain.

Ela estava entre admirar a sua ousadia e odiá-la. Os olhos de corça brilharam, observando a sua expressão por completo. Estava aéreo, parecia está apreciando a vista.

Um breve riso escapou da garganta de Elain. Os cachos emoduravam o seu rosto, Lucien se perguntou como seria passar a mão entre eles. Seriam macios como algodão constatou ele.

- Continue - Ela disse em um gesto de mãos, disfarçando a sua irritação com curiosidade. - Claro, se a sua voz for capaz de verbalizar o que pensa sobre mim antes que você tenha um ataque no coração, mas levando em conta a sua idade. Não será uma tarefa muito árdua.

Lucien botou a mão no coração, e riu em seguida da piada que pensou em sua mente, não a verbalizando, para a tristeza de Elain.

O olho magnético olhou através dela. As palavras eram como descargas elétricas, prestes a explodir o ruivo de dentro para fora. Talvez, essa tenha sido a melhor escolha de palavras, ela não o encarava por muito tempo. Elain deve ter gostado de seu pensamento.

- Eu pensei que já soubesse, visto a sua habilidade de saber as coisas que os outros não veem. Por exemplo, você destesta qualquer coisa relacionada a destinos e laços de parceria. No entanto, quando você ver uma visão, você já a considera como feito. É extremamente rancorosa com coisa que ainda não aconteceram. - As palavras fluiam rapidamente, como a água corrente que despencava de uma cachoeira.

- Continue, estou escutando - Elain disse com a voz calma, mais calma que o normal.

- Você tem receio de qualquer coisa que tem relação comigo, por eu simplesmente ser o seu parceiro. Mas, não demostra nenhum receio aos laços de seus irmãos. Você até parece estimular para que eles aconteçam. Kai disse que você há pouco tempo, você agia como um cupido entre ele e Nicasia. - Um longo suspiro cansado - Não quebra esse laço estúpido de uma vez comigo. Mesmo sabendo como fazer isso de olhos vendados. Você poderia ter quebrado o laço no mesmo instante que eu havia verbalizado isso a você. No mesmo instante.

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