CAPÍTULO 4

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Elain

Observei o olhar de Lucien em mim e fixei em seus olhos, até que ele se sentisse constrangido e desviasse. Ele não está inclinado a conversar com as pessoas presentes, não totalmente. A atenção dele está dividida. Entre me observar e prestar atenção na conversa. Talvez, eu devesse não ter colocado os brincos, observei o bebida com atenção. Lucien pode interpretar isso de outra forma.

Olhei para os meus irmãos e para a minha cunhada. Faço 127 anos hoje. Eles não contaram isso. De acordo, com as minha visões. Esperei que a conversa se prolonga-se, quanto tempo ela iria durar ?

Eu não contei - confidenciou Kai. Enquanto ria de algo que Vassa havia falado.

Mas quase contou - Respondi secamente.

Linda a palavra, quase. Não o fiz.

Vassa e Jurian, faziam um belo casal. Bem, eles agiam como dois recém casados, mesmo que não conseguissem perceber. Eles tenham medo que algo além da amizade destrua o que eles tem por completo. Complicado.

Suspirei, a minha presença está deixando uma tensão que em breve se tornará palpável. Lucien, não consegue disfarça os seus olhares ocasionais e muito menos, fingir naturalidade. A minha presença está o atrapalhando, eu o deixo nervoso, os poros deles expelem adrenalina, as pupilas estão levemente dilatadas e ele estaria agindo de forma diferente se eu não estivesse aqui.

Movimentei as minha orelhas levemente, fingindo ter escutado algo e posto os meus olhos em alguém na multidão atrás de mim. Pedi licença e desapareci no meio do salão.

Onde está você? - perguntou Nes.

Andei pelos corredores escuros. Até encontrar um janela com a visão para a Vasta noite. Eu odeio esse dia. Parece uma véspera para o caos que tanto odeio. A luta anual é amanhã. Eu simplesmente abomino esse dia. Tantos dias para serem antecedidos, e tinha que ser logo o meu.

- Sabia que estaria aqui - Disse um voz rouca atrás de mim. Olhei levemente pelo ombro e dei um leve sorriso. Um amigo, Landon.

- Então, porque veio ? - respondi baixinho.

- Queria entregar o seu presente, não entreguei na frente de todos para não gerar perguntas desnecessárias e, muito menos, atenção para você. Você nunca gostou muito disso.

Um abraço me envolveu quando virei totalmente para ele. Ele cheirava a vinho, não muito, ele havia bebido uma garrafa.

- Feliz aniversário, sei o tanto que você ama descobrir o que está plantando só depois que elas crescem. - Um sorriso e uma caixinha apareceu em suas mãos. - Se surpreenda.

- Obrigada. - Dei um sorriso banal e observei o seu rosto atentamente - Como vai a sua irmã?

- Está bem, mais cansada que o normal. Ela chega dos treinos esgotada. Dorme que nem um bicho preguiça.

- Talvez, essa seja a prova do parentesco. - Disse Elain e uma imagem do amigo dormindo em qualquer lugar que se encostasse veio a mente.

Ele deu um leve empurrão em Elain.

- Você parece está mal-humorado.

- Não é nada. - Ele suspirou, me deu um abraço demorado. Despediu-se dando um beijo em minha bochecha. O olhar dela fixou nas sombras, percebendo que estava sendo observada.

- Feliz aniversário, Elain - o corpo dele sumiu se fundindo com o ar.

Virei para o parapeito, apoiando o meu corpo totalmente. O fio do laço cintilante está totalmente visível para os meus olhos. Logo atrás de mim, o cheiro dele e a presença dele está escondida com um escudo de glamour. Posso ver os braços inertes atrás do corpo e ouvir o ranger de dentes em sua boca. Há uma mistura de sentimentos em seu coração, raiva, ciúmes, medo, surpresa e uma pontada de inveja.

Corte de Visões e LuzesOnde histórias criam vida. Descubra agora