CAPÍTULO 3

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— Uma babaquinha em ascensão - disse Vassa baixinho, ciente que Lucien conseguia escutar cada palavra.

O caminho até a voluptuosa mansão foi extremamente tranquilo e calmo. Para a alegria de Vassa, os feéricos de Elfame eram criaturas crepusculares, dormiam de dia e acordavam a noite. Lucien se pegou pensando em como Feyre e suas irmãs faziam para mudar as suas rotinas de sono com tanta facilidade. Ele rotineiramente observava Elain quando ele tinha a sorte de encontrá-la na corte noturna. Ela sempre estava com o sono em dia.

A entrada ficava entre duas árvores de caule branco e folhas douradas. Alguns feéricos e humanos zanzavam com uma coroa dessas folhas na cabeça, parecendo uma tradição que ele desconhecia.

Quando Lucien passou das duas árvores, sentiu a mesma sensação quando atravessava. O leve frio na barriga que há muito tempo tinha se acostumado. A entrada estava abarrotada de pessoas. Todos, sem exceção comprimentaram Kai e depois eles e deram um leve olhar surpreso para o bando dos exilados. Não com a presença deles, mas surpresos que Kai trouxera alguém para a festa. O lugar era enorme, tão majestosos e imensamente grande.

Os primos dos Archeron, não era uma tarefa muito dificultuosa identificá-los. A maioria possuia alguma das características principais, olhos castanhos, cabelos castanhos, lábios carnudos e olhos frios. Os colares retalhados com lobos e flechas, também, ajudavam. Andavam em bandos, como os lobos.

A família de Kai era bastante numerosa, os seus avós tinham bastante tempo livre, ele havia explicado. A quantidade de tios era assustadora, 68 tios e 59 tias. A quantidade de primos era ainda mais numerosa, ele não sabia quantos Archerons havia por metro quadrado, felizmente, o salão era capaz de suportar um exército.

— Você tem ascendência de lobo ? - perguntou Vassa.

— Uma boa parte é metamorfo. Mas, a característica mágica que temos é a capacidade de controlar lobos. Archeron significa arqueiro. Nós seríamos o Clã dos Arqueiros.

— Os que se tranformam em lobos. Eles uivam ? - Perguntou Jurian desconfiado.

— Não. – ele respondeu horrorizado.

— Por que não? - perguntei com um risinho no rosto

— Por que não somos imbecis.

— Quantos primos você tem ? - perguntou Jurian a Kai assim que se sentou na mesa. Fechei a boca, eu quase que fiz essa mesma pergunta. Vassa e eu não disfarçamos a curiosidade.

Kai deu um sorriso nervoso. Pensando por um breve momento.

— Os que eu conheço são ao todo 807. Deve ter alguns espalhados por aí.

— Vocês costumam se reunir muito ? - perguntou Vassa.

Um aceno negativo.

— Esse é o único feriado que todos se reunem. - Disse Cardan se juntando a mesa, desabando do lado de Kai. Ficando de frente para mim. - Até os tios mais reclusos marcam presença.

— E os seus primos ? - perguntei a Cardan

— Vocês já as conhecem. Elain, Nestha e Feyre. Eu tenhos dois irmãos e 3 irmãs falecidos. Um sobrinho, duas noras. E esse aqui – apontou para Kai – Somos primos por conveniência, por mais que temos mais sangue em comum do que muitos primos. Por mais que ele odeie que eu o chame assim.

Olhei para Cardan e para Kai com atenção. Alguma coisa em seus traços o faziam ser extremamente semelhantes. Cardan pareceu notar isso. A mandíbula dele se moveu.

— Nem sempre - disse Kai.

— Não é sempre é de imediato, pode demorar uma hora, um dia, uma semana, meses. Mas faz, e você não pode me contradizer. Eu não minto, diferente de você.

Corte de Visões e LuzesOnde histórias criam vida. Descubra agora