08

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Sem o menor respeito por meu luto pela minha briga com Emma, Yui simplesmente me arrastou pra fora de casa. E agora eu estava presa em uma festa onde o som entrava em meus tímpanos e fazia com que todo meu corpo vibrasse. Um copo de vodka com energético na minha mão era o que me distraía daquele tédio.

Yui estava ao meu lado sentada em cima de Rindou quase se despindo e dando pra ele ali mesmo enquanto eu apenas bufava em sinal de aborrecimento. Devia ter colocado remédio para dormir na comida dela quando tive chance. Pelo menos não podia ficar pior que aquilo. A partir dali só pra cima.

Avistei um garoto que me encarava de forma descarada, ele não era feio, tinha um cabelo preto que cobria o rosto e mechas azuis escuras, alto com algumas tatuagens, estava sem camisa com sua barriga bem definida à mostra e um short de piscina. Ele reparou que eu o encarava e apenas fez um sinal com as mão para que eu fosse até ele.

Como não tinha nada a perder, caminhei até ele, atravessando aquele jardim enorme e subindo as pequenas escadas que davam pra área da piscina. E quanto mais eu me aproximava, mais gato ele ficava, eu estava abismada com a beleza do menino, parecia ter saído de uma espécie de mangá ou algo assim.

- Você parecia estar em uma situação ruim lá. - ele falou aproximando o rosto para que eu pudesse ouvir o que ele falava por conta da música alta, meu corpo parecia estar contra mim quando minha nuca se arrepiou ao ouvir sua voz.

- Tava um saco lá. - Eu falei sorrindo enquanto ele sorria junto.

- Prazer, eu sou o Logan. - ele falou estendendo a mão pra mim, eu ia estender também, mas fui interrompida por uma mão que segurou meu pulso e entrelaçou nossas mãos.

Senti o braço que segurava minha mão rodear o meu ombro, a pessoa não falou nada mas eu já sabia quem era.

Lembram quanto eu disse que não podia ficar pior? Pois é, eu me enganei erroneamente.

O garoto apenas foi embora de cabeça cabeça baixa, quando olhei para Ran, ele tinha um sorriso mínimo no rosto enquanto olhava para o garoto indo embora.

- O que você quer, Ran? - falei vendo ele se encostar na parede e me puxar pela cintura pra perto dele.

Ele queria me beijar, mas apenas virei o rosto e cruzei os braços enquanto as mãos dele acariciavam meu quadril.

- Você tá linda. - ele falou me olhando com um sorriso bobo.

- O que você quer, Ran? - eu falei pausadamente.

- Te beijar. - respondeu de forma rápida, secando meus lábios apertando minha cintura e colando nossos corpos.

- Qual foi, hein?! - o empurrei levemente pra me afastar dele, que não relutou, apenas deixou que eu me afastasse, mas ainda mantinha as mãos em minha cintura. - Você quem me deu um fora, tá lembrado? - perguntei claramente chateada.

- Pfft. Você fica fofa com raiva. - ele falou puxando meu rosto pra perto do dele, posicionando a boca no pé de meu ouvido. - Só me dá mais vontade de foder com você. - falou deixando eu me afastar de novo, senti um arrepio tomar conta do meu baixo ventre e minha intimidade se esquentar.

Estava bêbado, seu bafo tinha um cheiro forte de bebida alcoólica.

- Ran, você tá bêbado. Eu vou te levar pro quarto. - Eu falei enquanto ele voltava a botar o braço em volta de meus ombros, como se quisesse mostrar que estava comigo.

Na hora de subir as escadas, ele pegou minha mão e apenas me puxou, me levando pro corredor se encostando abruptamente na parede e puxando minha cintura buscando mais contato. Ran atacou meus lábios de forma calma e lasciva, me fazendo pegar fogo, ele deslizou as mãos para minha bunda, apertando e logo subindo uma mão para minha cintura enquanto a outra ia para debaixo de meu vestido. Assim que senti sua mão, parei o beijo, recobrando a consciência.

- Ran, quarto. Agora. Você está bêbado. - eu falei e ele apenas soltou um riso travesso no meu ouvido.

- Não o suficiente pra não saber o que eu faço. - falou tentando me beijar de novo, mas dessa vez o impedi e apenas entrei em um dos milhares quartos que tinham lá, tranquei a porta e tentei apagar a luz, sendo impedida por Ran que me pressionou contra a porta, encostando sua ereção em mim, sua mão foi até minha cintura me puxando pra trás pra ganhar mais contato. - Amor... eu queria te foder. - falou mordendo minha orelha.

Tentei ao máximo não deixar minhas emoções me controlarem e apenas o empurrei pra cama e voltei pra perto da porta pra apagar a luz, deixando apenas a luz da noite da janela invadir o quarto.

- Ahh, como a [Nome] é chata, ela não quer transar comigo. - Hatani falava alto enquanto eu tirava suas botas. - Você pode pelo menos deitar comigo? Ou nem isso é possível pra você? - ele reclamava enquanto eu revirava os olhos.

- Você me fez perder uma foda incrível com alguém sóbrio. - falei me deitando ao seu lado irritada olhando pro teto.

- Que bom né, aquele garoto era horrível. - Ran falou rindo do menino.

- Horrível é você ficar comigo e depois sumir e me ignorar. - Eu falei e ele somente riu soprado.

- Você é tão rancorosa, amor. - ele falou aproximando nossos rostos mas eu apenas virei a cabeça, fingindo que a palavra "amor" não havia mexido comigo.

Ele pegou meu rosto com apenas uma mão e me fez olhar pra ele novamente, seus olhos violetas refletiam sobre a luz do luar e o escuro.

- Esquece aquilo, [Nome]. - ele falou ficando sério. - Eu não quero que você esqueça o que aconteceu entre a gente, quero que fique vivo e marcado na sua memória todas as nossas noites como está na minha. - disse mordendo meus lábios.

- Não vou arriscar de novo, Ran. Tenho certeza de que vai fazer exatamente a mesma coisa de novo. - falei virando o rosto enquanto ele me encarava acariciando a minha pele.

- Não vou, eu quero ficar com você, [Nome]. Por favor, fica comigo. - falou depositando vários selares leves e lentos na minha boca, tornando os selinhos em um beijo lento ardente rapidamente.

O barulho de estalos entre nossas línguas ecoava pelo quarto. O beijo tinha um encaixe perfeito, meu coração batia como louco enquanto Ran acariciava minha bochecha e tentava se colocar entre minhas pernas. Assim que me dei conta pra onde aquilo ia nos levar, o empurrei levemente para lado, quebrando nosso contato.

- Amanhã, quando estiver sóbrio e se lembrar desta conversa e me confirmar o que está falando agora, eu fico com você. - falei o ouvindo bufar.

- Você prometeu, não pode voltar atrás. - falou enquanto beijava minha bochecha, me puxando pra mais perto.

- Não vou. - falei convicta, sabendo que ele não se lembraria de nada.

- Certo. - disse me dando um último selar e adormecendo. Meu coração palpitava em tristeza, sabendo que ele não se lembraria de nada...

O mau caminho - Ran HaitaniOnde histórias criam vida. Descubra agora