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⚠️ Passando aqui pra avisar algo que já está avisado na apresentação da fic, mas provavelmente ninguém leu, vão ter cenas de agressão aqui, isso pode ser um gatilho, então por favor tomem cuidado se forem sensíveis a esse tipo conteúdo. Pulem esse capítulo ou a parte pesada caso se sintam desconfortáveis. Obrigada a atenção e boa leitura. :) ⚠️

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Emma dirigia o carro em silêncio, o lugar estava em um clima confortável, por mais que eu estivesse passando mal. Meus enjôos e a dor de cabeça haviam ficado piores, eu também sentia uma fadiga. E então, como meus pais se recusaram a me levar por não acharem necessário, Emma acabou se encarregando disso.

Quando chegamos lá, Joe estava na porta do hospital, o mesmo me abraçou e me ajudou a entrar. Enquanto eu me sentava, Joe foi buscar um copo de água para mim, e então, Emma se sentou ao meu lado e começou a acariciar meu cabelo.

- Está com medo? - perguntou mansa e eu senti meu corpo vacilar.

- Não posso gerar uma criança no meu ventre agora. Não estou preparada. - falei preocupada com a minha possível gravidez, onde apenas eu e Emma tínhamos conhecimento.

- Estarei aqui pra te ajudar, mas lembre que a escolha é sua. - ela falou e eu apenas lembrava de Ran e pensava como ele reagiria se eu realmente estivesse aguardando um bebê dele.

- Como será que o bebê seria? - perguntei tentando imaginar uma mistura entre mim e Ran.

- Se ele puxasse seu cabelo, com certeza seria lindo. - Emma falou pegando uma mecha do mesmo e soltando em seguida.

- Queria que tivesse os olhos dele... - falei lembrando do olhar único de Ran. - tenho certeza de que ele seria um bom pai.

- [Nome], sua vez! - a médica falou em um tom alto para que eu pudesse ouvi-la e então eu me levantei para acompanhar a médica.

A última coisa que tive, foi o aperto de Emma nas minhas mãos como uma forma de consolo.

...

- Estresse. - o médico concluiu e eu apenas o encarei confusa. - Não precisa mais se preocupar, senhorita [Nome], fizemos todos os exames e você está com muito estresse acumulado.

- Eu não estou grávida? - perguntei confusa e o médico apenas me encarou gentil.

- Os exames apontam que não, Senhorita. - ele falou e eu senti um alívio correr por meu corpo.

Não estava grávida...

O médico prescreveu os remédios que deveria tomar e eu fui liberada, com um sorriso de orelha a orelha.

- E então? - Joe perguntou preocupado.

- Estresse. - falei ainda contente, vendo o mesmo sorriso que o meu se formar em Emma.

- Não entendi, por que estão sorrindo?

- Meu caro Joe, há coisas na vida que você não precisa saber. - falei colocando a mão em seu ombro direito.

- Eu concordo plenamente com minha irmã, Joe. - Emma me apoiou colocando a mão no ombro esquerdo do mesmo.

...

Desde a minha suposta "gravidez", o tempo passou tranquilamente, Ran continuava indo escondido até minha casa e nem sempre tínhamos relações, as vezes só dormíamos e quando eu acordava, ele já não estava lá. Desde que contei pra ele que por um momento suspeitei de gravidez, ele têm ficado mais cuidadoso em relação a isso.

E agora, eu estava com Yui, Rindou e Ran. Estavam todos me levando pra casa, Yui estava excessivamente preocupada comigo, então não deixou que eu fosse sozinha pra casa, ainda mais por eu ter esquecido meu celular em casa, Ran apenas a apoiou sobre me levar, pois caso eu passasse mal eles estariam ali.

E então finalmente chegamos na esquina de minha casa, eles pararam ali por conta de meus pais. Antes que eu começasse a caminhar, Ran segurou meu pulso e me puxou para perto dele.

- Está bem? - perguntou preocupado.

- Estou. - falei já de saco cheio por ser a milésima vez que ele e Yui me perguntavam a mesma coisa.

- Se cuida, vá em segurança. - ele disse beijando minha testa.

- Okay, mãe. - falei brincando com o jeito que Ran falou, recebendo apenas um estalo de língua como resposta.

Andei um pouco mais, finalmente abrindo a grande porta, me deparando com meu pai e minha mãe sentados no sofá da sala de estar e Emma gritando em puro desespero de seu quarto, estava trancada. A tela do celular deles ligada em prints de conversas minhas com Ran, ao lado da mesinha, pedrinhas, em cima da mesa ao lado do telefone, um cinto com fivela. Já sabia o que aconteceria a partir dali.

- DEIXEM ELA!!!! SE QUEREM CASTIGAR ALGUÉM ME CASTIGUEM!! - Emma gritava de seu quarto batendo provavelmente seu corpo contra a porta para tentar abri-la. Ela gritava com ódio enquanto engolia em seco.

- Já sabe o que tem que fazer. - minha mãe falou e eu apenas acenei, obedecendo. Um nó se formava em minha garganta, uma sensação de desespero e impotência tomava conta de mim.

Eu não queria aquilo, mas não tinha outra solução, tirei a blusa que me cobria e me ajoelhei em cima das pedras. Lágrimas insistiam em sair, mas eu apenas as segurava, lembrando de todos meus momentos bons com Ran. Era algo que me fazia feliz...

E eu jamais me arrependeria.

- Então é isso... - Um golpe forte com o cinto foi desferido em minhas costas com força por meu pai. - que gosta... - mais um. - de fazer... - mais um. - na minha ausência?

Mais um...

Mais um...

Mais um... mais um... mais um... mais um... mais um... MAIS UM... MAIS UM... MAIS... MAIS... E MAIS, E MAIS, E MAIS, E MAIS, E MAIS.

- LARGUEM ELA!! EU VOU MATAR VOCÊS, NÃO ENCOSTEM NELA, [Nome]!! [Nome]!!!!!! - mais um... eu ouvia ao fundo a voz de Emma me chamar e chorar, mas não conseguia responder.

Minha pele ardia, tinha certeza que estava em carne viva, mas ele não pararia tão cedo.






O mau caminho - Ran HaitaniOnde histórias criam vida. Descubra agora