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𝐌𝐀𝐑𝐈𝐀 𝐈𝐒𝐀𝐁𝐄𝐋, 𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐
ABRO A PORTA de casa, encontrando meus pais e todos os outros na sala de estar. Passava um filme qualquer na televisão, enquanto minhas irmãs assistiam, conversando entre si.
—— Olha como estão preocupados comigo. —— Comento em baixo tom para Mason, que ri alto com o deboche em minha voz.
Rio junto com ele, alto o suficiente para chamar a atenção de todos ali.
—— Maria Isabel Diaz Romero! Onde estava, sua desmiolada? —— Minha mãe chega com pressa, preocupada, quase descendo um tapa em meu rosto.
—— Por aí.
—— Por aí? Podia ao menos responder minhas mensagens! —— Ela transfere um tapa estalado em meu braço. Resmungo de dor. —— Tem celular para que se você não o usa?
Espremo meus lábios em uma linha reta.
É sério que minha mãe iria me dar bronca na frente de todos? Mesmo eu já tendo dezenove e anos e, consequentemente, noção de tempo e lugar?
—— Fique tranquila, tia, a Mabel estava comigo o tempo inteiro. —— Mason me defende, passando seu braço por meus ombros, sorrindo. —— Ela estava em boas mãos.
Minha mãe resmunga, intercalando o olhar entre eu e Mason, com certa dúvida.
Minha mãe o considerava como um filho, mas também tinha plena noção de que Mason era mais louco do que eu.
—— Tudo bem, então. —— A mais velha cede, não insistindo em saber por onde andei ou o que estava fazendo. —— Vai querer ficar com a gente, Mason? Iremos entregar os presentes da Maria Isabel e já sairemos para comemorar.
O mais velho olha para mim, pedindo permissão, talvez. Balanço os ombros, me encaminhando para dentro de minha casa.
Adentrando mais a sala de estar, consigo ver Julieta mostrando algo em seu celular para Oliver, que parecia cansado e não muito interessado no conteúdo.
Quando ela me olha, se levanta e vem em minha direção. Um sorriso falso em seus lábios.
Vaca.
Julieta me abraça, sem me dar uma chance de esquivar ou me soltar.
—— Que susto que você deu em nós, sua doidinha! —— Julieta ri falsamente, como se minha ausência a incomodasse. Merda nenhuma. —— Fiquei muito preocupada. Você sumiu do nada! Pensei que tivesse sido levada, ou coisa pior.
Empurro seus ombros, me distanciando.
A encaro.
—— Pare de fingir que se importa comigo, idiota. —— Reclamo, não poupando um linguajar mais agressivo quando me refiro a ela. —— Você é uma falsa, Julieta. Eu a suportaria mais se fosse do jeito que é, uma vagabunda. Talvez seja por isso que a sua relação com sua família é uma merda. Eu agiria da mesma forma que elas se você fosse minha irmã.
