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𝐌𝐀𝐑𝐈𝐀 𝐈𝐒𝐀𝐁𝐄𝐋, 𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐
EU PRECISAVA TOMAR uma xícara de café. Para a minha infelicidade, precisaria sair do conforto da minha cama e do ar condicionado que gelava o quarto para satisfazer de minha vontade.
Solto meu cabelo e calço meu chinelo, saindo do quarto rapidamente. Eu conversava com minha irmã enquanto caminhava em direção ao elevador.
Sem prestar atenção, aperto o botão e retorno a respondê-la. Maria Catalina falava sobre a indecisão da roupa que usaria amanhã para acompanhar Paul. Minha irmã envia algumas dezenas de fotos, escrevendo quase todas as palavras em letras maiúsculas.
"Queria eu ter feito prova de roupa". Ela envia, colocando alguns emoji de choro em seguida.
Mando um emoji rindo, deixando meu celular de lado logo após ouvir a porta do elevador se abrir. Passo a mão por minha roupa, tirando algum pelo inexistente, e levo meu olhar para o reflexo do espelho.
Meu coração dispara.
Preciso apertar minha mão ao redor do celular para não deixá-lo cair. É necessária uma força enorme para meu queixo não despencar ao chão e meus olhos não se arregalarem.
Ou melhor, foi necessária muita coragem para eu continuar ali e não correr direto para meu quarto.
Seria feio se eu fizesse isso agora?
Que idiota, claro que seria!
Nem correr eu consigo. Obrigada, Julieta.
Mordo a parte interna da minha bochecha, ainda mantendo contato visual com o reflexo de Oliver, o motivo pelo qual eu estava aqui.
Só não esperava vê-lo tão cedo. Pensei que teria mais tempo.
Tempo para me preparar emocionalmente, pois se dependesse de mim começaria a falar e não conseguiria terminar já que estaria chorando.
O que eu falo?
O cumprimento, como se fôssemos desconhecidos que se toparam no elevador?
A palavra simples de cumprimento parece estar presa em minha garganta, mas visto que ele não tomaria a frente para me dirigir um oi, eu o faço.
—— Oi. —— Digo, minha voz soando mais baixa do que eu desejava.
