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𝐌𝐀𝐑𝐈𝐀 𝐈𝐒𝐀𝐁𝐄𝐋, 𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐
TENTO MANTER-ME calma, mas era quase impossível. Oliver dirigia calmamente, batucando os indicadores no volante ao ritmo da música.
Não fazia ideia de onde estava me levando, talvez estivesse me sequestrando. Não duvidaria.
Conversamos há pouco mais de sete meses, nos conhecemos pessoalmente agora, não conheço o rapaz ao meu lado, apenas o rapaz através do celular.
—— Pode ter certeza que não sou um sequestrador, Mabelly. —— Oliver assegura, desviando o olhar do trânsito por tempo suficiente para deixar calafrios percorrendo minha coluna.
—— Você leu meus pensamentos ou eu pensei alto...? —— Questiono, franzindo o rosto e o encarando no fundo dos olhos.
Pela sua cara já soube que, como sempre, havia pensado alto.
Ele então sorri, sufocando uma risada.
—— Oh, Deus! Não acredito... Você me descobriu! —— Ele finge desespero, entrando em um tom brincalhão. —— Bom, terei de confessar, então. Mabelly... Eu tenho... Tenho superpoderes... Consigo ler a mente das pessoas. Perdoe-me por mentir por tanto tempo.
Decido entrar na brincadeira, por fim.
—— Ollie, você me fez de besta! Poderia te bater agora mesmo, se os outros motoristas atrás não estivessem fazendo fila para isso. —— Solto uma risada genuína e alta, escutando buzinas irritadas atrás de nós.
Oliver ri, revirando os olhos.
—— Povo sem educação, não? —— Ele me olha, indignado.
Rio mais uma vez, apenas balançando a cabeça de forma positiva.
Certo... Oliver me trouxe para o hotel onde está hospedado.
Ele abre a porta do carro para mim, estendendo a mão para me ajudar a sair. Encosto meus pés descalços na parte inferior da porta, com o intuito de colocar meus saltos outra vez.
—— Vai colocá-los novamente? —— Oliver pergunta, observando meus pés.
—— É o jeito. Tiro no seu quarto. —— Balanço os ombros, sem ligar muito em calçá-los novamente.
Sua mão encosta na minha, impedindo-me. O encaro, confusa pela sua atitude.
Oliver me entrega minha chave, a qual seguro, e então abre os braços. Me segura nos mesmos, me levantando em seu colo, precisando apenas de uma mão para fechar a porta e retornar a me segurar com facilidade.
