Arriscando Tudo book 2

Prólogo

Não sei ao certo quanto tempo se passou desde aquele fatídico encontro no quarto do hospital em que o Sehun não me reconheceu, desde aquele momento em diante a minha vida virou de cabeça para baixo.

Não sei se foi pelo acidente, pela carga emocional em que fui exposto, mas desde aquele dia nada mais foi o mesmo, ele não foi mais mesmo, eu não fui mais o mesmo, nossas famílias mudaram,.tudo em torno de nossas vidas mudaram e cada um tomou um rumo diferente.

A verdade é que um vazio me tomou e o meu mundo ficou uma merda. O pior do que não ter algo é ter e perder, se eu não tivesse amado eu não teria sofrido e me desesperado a ponto de querer morrer por causa dele.

Na verdade minha felicidade foi tomada de mim naquela noite chuvosa, apesar de uma vida complicada eu estava bem, centrado, focado, o principal de tudo, eu estava amando e aquele sentimento era recíproco, parecia uma ilha de sol em meio a um mar turbulento.
O que eu mais odeio é que desde aquele dia não fui mais importunado, nem uma ameaça, nem uma ligação, simplesmente aquela pessoa destruiu nossas vidas e sumiu.... Será que sumiu? A verdade é que o responsável por aquele ato se escondeu nas sombras e de lá nunca mais saiu.
Me lembro bem das palavras " Se você não for meu não será de ninguém" e " "Todos que estiverem com você vão sofrer", depois disso, decidi ficar só, melhor assim, eu realmente destruo tudo ao meu redor. Sozinho todos ficarão a salvo. Esse é o preço que aceito pagar, contanto que o Sehun esteja bem valerá a pena.

A policia assumiu as investigações e pouco se descobriu, o caso acabou sendo encerrado. As ligações foram feitas de celulares descartáveis, nenhuma impressão digital foi encontrada no caminhão, nenhuma câmera de segurança filmou o rosto daquelas pessoas. Era como se um fantasma tivesse realizado aquele crime.
Confesso que foram tempos difíceis de transpor, mas segui em frente.

Me recordo como se fosse ontem, a angústia, a dor, o sofrimento de ver a pessoa que eu mais amo ali e eu não poder abraçar, beijar. É a palavra certa é partir, pois o Sehun que acordou naquele quarto de hospital não era o mesmo pelo qual me apaixonei perdidamente, não era aquele das juras de amor, dos planos, da entrega, aquele Sehun era um livro vazio.

Algo se rompeu nele, o seu olhar antes caloroso agora estava, frio e vazio. Naquele momento em que os nossos olhares se cruzaram o fato dele não ter me reconhecido foi dilacerante, uma parte minha parece ter morrido e naquele momento eu não consegui ficar ali, no mesmo local com ele. Eu apenas sai correndo daquele hospital e corri por muito tempo, precisei de tempo e de coragem para confrontar a verdade.

Várias coisas aconteceram naquela época, além da perda de memória do Sehun ele ficou sem os movimentos das pernas, tudo por minha causa.
Confesso que pensei em me matar, em acabar com tudo, mas ao vê-lo daquele jeito decidi que se ele iria sofrer o responsável pela condição dele sofreria em dobro.

Uma semana após ter acordado e não ter lembrado de nada recebemos a noticia de que ele iria para Londres, pra fazer uma cirurgia na coluna e seguir o tratamento por lá. A lesão que ele sofreu em sua região lombar foi extensa, mas nenhum médico soube precisar se a sequela se deu ao cair ou por ter sido movido por mim em um momento de desespero e se ela poderia ser revertida ou não.

Seja qual for a causa eu levarei esse sentimento de culpa para sempre, pois aquela pessoa só fez o que fez para tirar ele do meu caminho e eu tomado pelo desespero o movi inconsequentemente.

Antes dele viajar eu decidi tomar coragem e fui falar com ele, depois de muita insistência por parte da tia Minjin que acreditava que ele se lembraria de mim e do Wookyu que não se conformava com o fato do Sehun ter nos esquecido, tomei coragem e decidi dar o meu melhor para fazer ele se lembrar de mim. Coloquei a minha melhor roupa, fiz skin care, dei uma maquiada básica para escolher as olheiras de dias de choro, na época eu emagreci muito o que acabou me levando a uma internação por causa de um distúrbio alimentar devido a problemas psíquicos que interferiram diretamente na minha alimentação. Eu desenvolvi um Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo que é um tipo de anorexia, eu comia pouco, e cada vez fui comendo menos até que eu tive uma perda significativa de peso em um tempo curto, não sei ao certo mas todos os eventos culminaram nesse transtorno.