XVII

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Aviso: Este capítulo contém cenas de tortura, se for sensível ou sentir-se desconfortável, pule até ver o (...)

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Estava com frio, fome, sede, machucado, e acima de tudo, com medo.

O que iria acontecer depois? Seria melhor morrer? Talvez.

Tighnari implorava pela morte, mas ao mesmo tempo, estava assustado com a ideia.

O feneco estava lá havia dias, semanas, meses? Ele havia parado de contar.

Collei e Cyno. Será que estavam com saudades? Alguém estaria procurando por ele, ou já estava dado como morto?

Morto.

Ele queria estar morto.

Havia dor por toda a extensão de seu corpo, o sangue seco em seu rosto exalava um cheiro ruim por toda a caverna, seus braços doloridos revelavam que ele não havia sido solto por um tempo considerável.

Sua camisa não estava mais em seu corpo, não lembrava em que momento foi retirada ou rasgada.

De olhos fechados, ele respirava calmamente, ignorando qualquer inseto que pousasse em si. As brechas de luz iluminavam pouco do extenso espaço.

Então ele ouviu passos, mas não teve energia para levantar a cabeça e ver quem estava lá. O som se aproximou, e sentiu algo roçando em sua testa, foi então que abriu os olhos e viu uma corda de sisal. Muito grossa.

Tudo ficou turvo, alguém havia lhe chicotado na cara. Ele contraiu o corpo assutado, os olhos automaticamente se fecharam com a dor que suscedeu do impacto.

Uma venda foi posta sob seus olhos enquanto os gemidos de dor ficavam mais altos, e então, sentiu seus pulsos ficarem livres das algemas.

Caiu de bruço no chão, nem tentou fugir, sabia que não conseguiria. Então veio outra chicotada, e outra, outra, e mais uma.

A corda entrando em contato com a pele exposta de Tighnari era marcada por um rastro de queimação. Os gritos eram inevitáveis, os pulmões perdendo o fôlego rapidamente.

- Pare, por favor! - Ele implorava por paz.

- Você merece isso. - Um modificador de voz se fez presente.

- Por quê?! Eu não fiz nada de errado!

O feneco berrava a plenos pulmões sentindo suas costas ficarem em carne viva.

- Você merece sentir toda a dor do mundo, seu animal nojento.

Os golpes continuaram sem perder força, então cessou. O choro de Tighnari era só o que se ouvia, ecoando para todas as partes da caverna.

Pensara por um segundo que havia acabado, mas então sentiu seu braço formigar, fazendo-o virar as costas para o chão.

O medo de não saber o que estava acontecendo estava apavorando ele. Foi preciso mais um formigamento para descobrir que era um taser.

- Eu não fiz nada de propósito. - A frase saiu em um tom baixo.

- Pode até ser, mas isso não é o que importa. O que importa é que você fez.

- Por favor. - Choramingou baixo ao sentir outro choque.

- Não me diga que não se lembra daquele homem que você matou a sangue frio.

- Eu não sabia, eu não estava consciente.

- Ou daquela pequena garotinha que estava acampando com os pais? Foi apenas um momento de distração dos adultos para você estraçalhá-la por completo.

Meu lindo monstro I Cynonari Onde histórias criam vida. Descubra agora