XVIII

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Se não fosse pelo feneco rosnando e latindo, tudo estaria num completo silêncio. O moreno tenta deixar a perplexidade de lado e levanta a arma novamente.

- Por quê? - Tentou parecer firme, apesar de sentir seu corpo dando tremiliques.

Cyno sentia seu coração disparar dentro do peito, inúmeras dúvidas cresciam em sua mente, e estava fazendo de tudo para manter-se focado.

- Isso se iniciou quando descobri a floricultura desse animal-

- Tighnari.

- Tanto faz. Quando soube que ele é um descedente dos lupus, uma sensação de dever tomou conta de mim.

- Dever? Dever de quê? - Franze as sobrancelhas, prestando atenção no orelhudo e em seu pai ao mesmo tempo.

- Do legado que nossa família deixou, matar essas aberrações. - Diz com convicção.

- Continua, e se afasta dele.

O homem, relutante, faz o que o filho manda.

- Eu investiguei ele por um tempo, e olha só que coincidência incrível, fui eu que atropelei os pais dele. - Ele pausa a sua fala dando uma risada alta.

Cyno arregalara de leve os olhos, sempre soube que o pai tinha pavio-curto e orgulho pela história da família, mas não sabia que era até aquele ponto.

Depois que terminou de rir, ele volta a contar a história com um sorriso no rosto.

- Foi nessa investigação que conheci aquele ex dele, entrei em contato com o mesmo e disse que se fizesse o que eu mandasse iria receber uma boa grana. Como ninguém recusa dinheiro, ele me ajudou de bom grado.

Deu mais alguns passos para perto do filho e continuou.

- Foi ele o causador do incêndio, eu tinha que trazer esse monstro para perto de mim, e essa foi a solução.

- Você sabia que uma menina poderia ter morrido naquela merda? - Cyno tivera que trincar os dentes para não gritar.

- Eu soube, mas é irrelevante. - Ele abana a mão com desdém - O importante é que havia conseguido o meu objetivo.

Cyno toca no seu celular discretamente, apertando o botão de "SOS" que mandaria sua localização para Dehya.

- Depois que aceitou o emprego, fiquei planejando a morte dele de inúmeras maneiras diferentes para parecer um acidente. Quando o conheci pessoalmente senti que iria vomitar, algo tão abominável não deveria ter o direito nem de respirar.

- Foque na história. - Cyno sentia sua raiva crescer a medida que seu pai contava mais.

O mais velho revira os olhos com o pedido do moreno.

- Então, uns dias depois vi o corpo do antigo motorista, e imediatamente soube que era obra desse sarnento. - Diz apontando para Tighnari - Foi quando soube que teria de agir rápido. Nós pensamos em um plano-

- Nós? - Arqueia a sobrancelha.

- Eu e Derek, quem você achou que fosse?

- É que ele não parece ter muito cérebro.

O homem solta uma risada baixa, como se tudo aquilo fosse engraçado.

- Nisso tenho que concordar, eu fiz a maior parte. - Ele se aproxima mais do moreno.

- Tighnari não fez nada para merecer isso.

- Por que você defende tanto ele? É só um empregado qualquer.

- Você não entenderia. Nunca amou ninguém de verdade.

O mais alto faz primeiro uma cara de surpresa, em questão de segundos foi se transformando em nojo.

Meu lindo monstro I Cynonari Onde histórias criam vida. Descubra agora