Capítulo 4 - Thiago

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Thiago estava no seu quarto, lendo um livro, quando ouviu algumas vozes do outro apartamento, e percebeu que eram as amigas dele. Ele podia sentir um ar leve de alegria na casa, e percebeu que o momento era muito bom para as amigas.
Ele pensou em dar uma passada por lá, mas depois decidiu dar um espaço para as amigas dele. Ele continuou lendo o livro, mas depois de algumas páginas, o sono o engoliu, e ele decidiu largar o livro.

***

Na manhã seguinte, Thiago acordou e foi fazer o café da manhã, suas deliciosas torradas com bacon. E ao desbloquear seu celular, vê uma mensagem de Lukas e Dan no grupo dos três, dizendo que iam passar no apartamento dele. E no mesmo momento a campainha toca, e ele se depara com os dois amigos alegres e animados, prontos para ir para o trabalho.

-Vamos deixar de ser vagabundos, porque a gente tem que ir trabalhar! - Diz Lukas, de forma descontraída, mas com um brilho no olhar.

Thiago e Dan respondem:
- É isso aí, Lukas. Sem preguiça! Vamos pegar o busão!

Todos saem da casa, caminhando para o transporte público em direção ao trabalho.
E enquanto eles caminhavam para o ponto de ônibus, Lukas começa a contar sobre a conversa dele com Elisa:

- A noite foi sensacional, né? Eu tive uma conversa muito boa com Elisa. Ela estava realmente aberta e sincera, e eu me senti muito privilegiado por ter sido convidado para partilhar aquele momento com ela - Lukas fala, agradecido.

Dan se torna curioso, e pergunta:
- E o que ela te disse, hein?

- Ela me falou sobre sua infância, e sobre tudo que ela sofreu em decorrência da perda dos pais. Ela parecia muito triste, e eu não sabia o que dizer para consolá-la. Mas ficou claro que ela queria conversar, queria que eu ouvisse sua dor, e que eu a escutasse mesmo. Eu a ouvi, e fiz o meu melhor para acolher o sentimento dela. Ela agradeceu por isso, e me disse que sentia que se fosse com alguém menos compreensivo, ela não conseguiria ser tão sincera. Foi um momento muito especial, ao meu ver - Lukas, então, parou.

- Por que parou de falar Lukas? - perguntou Dan.

-Eu parei porque vem algo que é um pouco constrangedor, e não sei se vale a pena falar - Lukas ficou um pouco corado.

Os dois amigos olham para ele, e falaram: -Você pode falar, Lukas. Nós te escutaremos!
Lukas olhou de volta, e hesitou.

- A conversa com Elisa terminou em um beijo. É, eu sei, eu devia ter evitado, mas aconteceu. Ela não pareceu se importar, e eu acabei pensando que foi o correto a se fazer. Eu não quero mexer em nada, mas acho que deveria ser transparente. - Lukas disse, claramente inquieto.

Dan ficou pensativo, e falou:
- Olha, mano, você deveria conversar com Elisa sobre isso, para que tudo fique claro. Não deixe essa coisa no ar, e não entre no mundo das aparências. Isso pode estragar as coisas, então é melhor esclarecer.

Lukas pensou, e depois disse:
- Você está certo, amigo.

Então Thiago deixou Lukas caminhar um pouco na frente e disse:
- Dan, você está certo de que não sente nada por Elisa?

Dan claramente surpreso, continuou a pensar, e então falou:
- Não! Eu nunca olhei para Elisa como uma possível namorada, e acho que não faria sentido isso. Eu gosto dela como uma amiga, e sei que Lukas vê ela de outra forma. A gente já falou sobre isso, e nunca tivemos nenhum tipo de atração um pelo outro. - Ele suspirou, e continuou - Eu sei que tudo entre Lukas e Elisa aconteceu no contexto de amizade, e nunca pretendi e nem vou interferir nisso. Eu sei que o beijo foi apenas um momento de sentimento compartilhado entre eles, mas nada mais. Foi apenas uma demonstração de amizade. - Disse Dan, com calma e certeza.

***

Thiago foi pro trabalho e não podia deixar de pensar naquela garota que conheceu, a Aurora. Ela era linda, de cabelo comprido ondulado, castanhos claros, olhos amendoados, de tom de âmbar. Mas o principal, ela era uma mulher marcante, bondosa e inteligente. Ele estava a achar que iam se dar bem.

O dia no trabalho foi normal, com alguns clientes exigentes e alguns mais simpáticos. Mas em todos os momentos, Thiago tinha as palavras de Dan em mente, e tinha a sensação de que tudo ia dar certo.

Na hora do almoço, ele puxou o telefone e ligou para o número que Aurora o deu.

A chamada foi atendida e após um alô, é o Thiago, Aurora falou:
- Olá, Thiago! Que bom ouvir sua voz. Como está seu dia?

Thiago ficou aliviado em saber que ela atendeu.
- Estou muito bem, Aurora, lembrando dessa noite que passou, nossa conversa. Você é uma companhia encantadora, sabe?

- Ohh, valeu pelo elogio, Thiago, mas acho que a companhia era mútua! Eu amei conhecer você, você é um cara muito gente boa, divertido e atencioso. Acho que é um privilégio ter feito amizade com você, somos amigos certo? - Disse ela, com um sorriso nos lábios.

- Claro que somos, sabe eu tenho pensado em encontrar você em algum lugar, ficar um tempo, conversar, sei lá... descobrir mais coisas sobre você, sobre nós, sobre o mundo. Tem algum lugar que você gosta, seria legal passar um tempo contigo? - A pergunta saiu do nada e surpreendeu
Aurora, mas ela tinha uma resposta.

- Pode ser, mas como eu não conheço a cidade direito, você me diz o horário e o lugar.

- Acho que seria legal ir no parque central da cidade. Lá tem uma boa padaria, onde tem um delicioso café. A gente pega nosso lanche e depois podemos ficar sentados num banco, conversando, ao mesmo tempo que assistimos as pessoas, o vento, e o céu. - Explicou Thiago. - Será que combina? - Perguntou ele, esperando um sinal de confirmação.

- Combina sim, Thiago. Parece perfeito. Podemos encontrar-nos na padaria do parque central às 18h. Seria bom? - Falou Aurora, esperançosa.

- Com certeza, Aurora. Vou esperar você na porta da padaria. - A resposta foi imediata.

- Perfeito! Até lá. - Disse Aurora, e desligou o telefone.

Ao fim da conversa, Thiago sentiu um arrepio de felicidade, seria o seu primeiro encontro.

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