Capítulo 11

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    Levanto cedo, olho pela janela e encaro o lindo sol nascendo por trás das montanhas. Estranho o fato de ter acordado antes de Bianca chegar no quarto. Nas últimas semanas tenho estado bastante ocupada durante as madrugadas com Katharine e por esse motivo acordar cedo não tem sido algo rotineiro. Estamos cada vez mais próximas e a verdade é que passo meus dias apenas pensando em maneiras de tornar nossos momentos a sós mais intensos. Por mais que ninguém desconfie de nada, estamos fazendo de tudo para que as pessoas continuem pensando assim. Resolvi passar alguns momentos com Dárius no intuito de manter a paz no palácio, mas estou me mantendo afastada de sua cama mesmo que ele esteja fazendo de tudo para me levar pra ela. Confesso que seu jeito carinhoso comigo tem feito os dias se tornarem mais fáceis.

    Me levanto, coloco uma roupa leve, visto as minhas botas e decido ir ver o Argus. Andar a cavalo tem me feito mais falta do que nunca! E parece que o médico da corte se recusa a me dar a sua liberação formal para isso, por tanto eu mesma vou me liberar e pronto! Enquanto termino de ajustar meu vestido, escuto alguém batendo na porta:

— Entre! - Digo enquanto me encaro no espelho.

A porta se abre e me espanto ao ver Dárius.

— Bom dia! Pensei que ainda fosse encontrá-la dormindo.

— Bom dia. A saudade do Argus me acordou pelo visto. Vou descer para vê-lo já já. O que te trás aqui tão cedo?

Seu rosto não me engana, mas vou me fazer de inocente.

— Por mais que nossa convivência no palácio já esteja melhor, esse nosso afastamento como casal está me deixando muito mal. Quero muito conseguir consertar as coisas entre a gente. E quero ainda mais voltar a ser o homem por quem você se apaixonou. A cada dia que passamos separados sinto que é um tremendo desperdício da minha vida. Você é minha esposa, rainha da minha vida e do meu reino. - Ele chega mais perto e toca meu rosto de leve - Eu te desejo demais Amália!

Seu rosto se aproxima e meu instinto faz com que eu o empurre para trás.

— Calma, eu não vou fazer nada que você não me permita. Mesmo que eu deseje com todas as minhas forças a sua permissão.

— Dárius, não tem mais como consertar isso. Eu não consigo mais confiar em você e sem falar que... eu não consigo mais sentir o mesmo que antes.

Nesse momento, o rosto de Katharine me veio em mente na hora.

— Eu tenho te visto tão sorridente e animada. Você tem sido magnífica cuidando das coisas do reino! Eu fico admirado com tanto afinco e determinação... achei que fosse um bom momento de tentar redirecionar um pouco dessa energia para tentarmos resgatar aquilo que nós tínhamos. Nossos sentimentos um pelo outro não morreram Amália.

Ele sempre foi bom com seu charme e com as palavras, mas pelo visto eu pareço estar ficando imune a tudo isso.

— Dárius, eu poderia fazer como todas as vezes que você tentou consertar as coisas: te dar outra chance e cair nos seus braços de novo como aquela plebeia iludida que você arrastou pra esse palácio. Mas depois de tudo o que houve... nem toda a gentileza e amor do mundo serão capazes de me fazer tirar a roupa na sua frente e deitar-me na sua cama como uma tola apaixonada de novo.

— Eu não sou seu inimigo! Eu só quero ter a minha esposa de volta e dar um herdeiro para o trono que hoje eu ocupo! Você sabe que essa é uma das nossas obrigações. Em outras épocas eu poderia até te obrigar a isso, mas eu só quero que o nosso filho seja concebido com o amor que nós dois construímos.

— Você pode até assinar um decreto real me obrigando a te dar um herdeiro! Eu deitaria naquela cama, abriria as minhas pernas, você faria o que tinha que ser feito e depois eu te pediria para deixar meu quarto... mas isso é tudo o que você iria conseguir de mim. É assim que você quer que seu herdeiro seja concebido?

A amante da rainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora