Capítulo 51

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Amália

    As lágrimas correm meu rosto no momento em que eu vejo o meu amado Argus sendo enterrado. Não fizemos nada grande, mas eu quis me despedir do meu grande amigo com a nobreza e a dignidade que ele merece. Katharine me abraça, tentando me dar afago, mas o choro vem com força. Tento me controlar, mas a minha culpa e raiva estão me rasgando de fora a fora! Afinal de contas, se não fosse por mim, Argus ainda estaria bem. Mas essa desgraçada vai pagar... e vai ser muito caro!

    Retorno ao castelo com Katharine ao meu lado e dou de cara com Arthur.

— Majestade, lamento muito pelo o que aconteceu! Estava na cidade encomendando alguns itens de cozinha para a Senhora Thompson, por isso não fiquei sabendo de nada e não pude lhe acompanhar.

— Está tudo bem Arthur, não tinha como ninguém imaginar.

Ele me dá um abraço e logo me diz;

— Bem, não gosto de ser portador de más notícias, mas a princesa Aurora está lhe aguardando na sala do trono.

Respiro bem fundo no momento que escuto isso. Não consigo entender por qual motivo deixaram ela lá, mas a minha raiva estava tanta, que decidi apenas ir logo ao seu encontro.

— Herbes, Arthur e Jhon, peço a vocês três que me acompanhem. E desde já eu deixo avisado: o que acontecer nesta sala, fica nesta sala!

— Claro, majestade! — Eles me respondem em uníssono.

Abro a porta e caminho em direção ao centro da sala procurando onde estava aquela víbora. Assim que coloco os meus olhos nela, fico sem acreditar que ela estava me aguardando sentada no meu trono!

— Aproveitou que provavelmente esta é a sua última chance e decidiu se entregar à loucura?

Ela me encara com deboche, cruza suas pernas e diz:

— Viu como é fácil fazer com que sua princesinha literalmente caia do cavalo?

Deixei o meu controle de lado, avanço em cima dela e a arranco de lá pelos cabelos!

— Tire suas mãos de mim, sua plebeia imunda!

Empurro ela no chão e bato com força em seu rosto!

— Não se preocupe, não quero mais sujar minhas mãos com uma víbora peçonhenta como você!

Me levanto e cuspo em cima dela.

— Pensa que pode fazer o que quer só por estar rodeada de seus capachos? Todos pagos para ter que te engolir! Saiba que eu também tenho pessoas trabalhando pra mim! Pagas com o dinheiro da coroa!

— Isso mesmo! Monta seu circo enquanto cava a sua própria cova, sua velha maluca! — grita Katharine.

— Cala boca sua nojenta! — ela retruca. — Você sabe que nunca vai passar de uma sáfica aspirante a meretriz aos olhos da sociedade, né?

— Basta! — grito na hora — você não vai mais ofender ninguém aqui! Estou lhe comunicando diante destas testemunhas que você foi condenada a extradição do seu país! E também está sendo banida da família real, perdendo seu título de princesa, sua casa e todo bem adquirido com o dinheiro da coroa!

Ela se põe de pé e grita:

— Quem você pensa que é pra fazer uma coisa dessa? Só porque o meu sobrinho colocou a coroa sobre a cabeça de uma camponesa metida a boa moça, acha que você tem algum direito sobre a minha posição nesta família? Eu sou a última membra de sangue puro da minha linhagem e você não pode fazer uma coisa dessa!

A amante da rainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora