A amante da rainha

Capítulo 47

Amália

    — EU NÃO QUERO SABER! NÃO VOU DAR MAIS NENHUM CENTAVO PARA NENHUM DE VOCÊS! — digo explodindo de raiva!

As pessoas na sala arregalaram os olhos, muitos pareciam assustados, mas alguns ainda insistiam em me desafiar. Um homem estica sua mão e me questiona:

— Então como Vossa Majestade pretende manter guardados os segredos do falecido rei? Todos nós aqui éramos considerados pessoas importantes para seu marido, guardávamos seus segredos mais obscuros a sete chaves em troca de uma simbólica quantia em dinheiro. Não acha que a senhora deveria manter a palavra do rei para conosco?

Respiro fundo para não cometer uma loucura e respondo:

— Primeiramente, não existe mais nenhum rei entre nós. O que ele combinou com vocês além de ser um absurdo, não é problema meu e muito menos do cofre da coroa. Se vocês desejarem sair por aí espalhando todas as coisas ruins que meu marido fez, FIQUEM À VONTADE! Porém isso não vai acrescentar nada na vida de vocês e sinceramente na minha também não! Se Dárius cometeu atrocidades, por mim, deixe que o povo saiba! Cabe a cada pessoa dar o destino que achar mais apropriado com a informação que tem. Não irei entregar um reino pra filha manchado de sangue e subornos! E fim da história!

O tal "porta voz" do grupo respondeu:

— Por sua conta e risco, Majestade!

Fecho a cara para ele e exclamo:

— Não, não é da minha conta! E o meu reino não corre risco algum! O reinado do rei Dárius ACABOU! Tudo irá mudar daqui em diante! — Olho com uma expressão bem séria para todos — Bem é só isso! Podem se retirar!

Herbes abre a porta principal, as pessoas me fazem uma reverência e saem aos poucos sem dizer mais nada!

— Excelente Majestade! — Disse Herbes — A senhora acaba de economizar milhares de leus romenos para a coroa!

— Vamos redirecionar os valores que eram gastos nisto em materiais escolares e merenda para os alunos da nova escola.

— O valor era tão alto que talvez possamos até mesmo ampliar a escola e receber mais crianças. —Disse Arthur.

— Talvez eu prefira fazer uma outra unidade escolar em um ponto mais distante, que assim podemos facilitar a vida dos pais que moram mais longe.

— Perfeito! Prometo que eu vou cuidar pessoalmente disso.

— Ótimo então! Arthur, faça uma pesquisa com as pessoas e veja qual é o lugar que possa atender melhor a um maior número de pessoas. Pense num ponto estratégico como uma praça principal ou coisa do tipo. Passe tudo para Herbes, discutam as ideias e depois venham conversar comigo.

— Sim, Majestade! — Os dois respondem em uníssono.

— E Arthur, já conversei com Herbes a respeito do seu salário. Como auxiliar oficial da coroa, você receberá um salário maior do que o atual e isso não tem discussão! — Digo sendo incisiva – Vou respeitar a sua vontade de manter seu anonimato, porém, quero que você escolha um dos quartos de hóspedes que temos no palácio para ser seu e se mude para cá. Não faz sentido você ter sangue real e não usufruir do que lhe pertence. Você pode decorar conforme preferir e tudo o que desejar é só pedir ao Herbes. E quando você desejar constituir uma família, irá ganhar terras para construir a sua casa e terá a sua festa de casamento toda custeada pela coroa.

— A senhora é muito generosa! Mas calma, não estou pensando em casamento nem tão cedo, a não ser que a senhorita Katharine passe a me encarar com outros olhos…

Engulo seco e resolvo contar logo tudo:

— Bem, como meus conselheiros e auxiliares oficiais não tem como eu manter isso em confidência por muito tempo — dou uma respirada funda para criar coragem — quero comunicar aos dois que eu e a senhorita Katharine somos um casal.