Capítulo 54

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Katharine

    Os preparativos da coroação de Alina estão me deixando louca! Só que nada disso está chegando nem perto do estresse que está sendo essa garota choramingando pelo palácio por causa desse bendito Alan! Até eu já estou quase decidida a acreditar na inocência desse menino! Agora o fato é que o bendito "Atirador" não deixou nenhum rastro de si e muito menos apareceu! Nossos soldados estão se revezando entre buscas e o reforço da segurança do castelo. Mesmo com a morte de Aurora, as coisas permanecem tensas na corte, mas eu tento focar minha atenção na imensa pilha de cartas na minha frente para ver se todos aqui estão confirmando a presença na coroação. A senhora Thompson quer me matar por eu não ter um número exato de pessoas que ela possa trabalhar, afinal Amála resolveu literalmente chamar meio mundo para este evento! O que torna tudo bem mais difícil! Mas... quem disse que a vida é um morango né? Vamos lá!

    No meio do meu caos, sou docemente interrompida por uma voz que identifico logo no primeiro tom:

— Olá, minha querida Katharine!

Olho para a direção da porta e lhe abro um grande sorriso:

— Meu amado sogro! Que bom que finalmente está aqui!

— Sim, estou muito feliz em ter vindo.

Damos um abraço forte e logo eu o conduzo na direção de uma cadeira.

— Sente-se aqui! Vou colocar um cálice de vinho para o senhor.

— Não é preciso minha querida.

— É preciso sim — insisto — sei bem que o senhor adora um bom vinho tinto! E melhor vinho que os nossos, essa Romênia não pode lhe oferecer.

Encho seu cálice e lhe entrego imediatamente.

— E como estão as coisas pelo vilarejo?

Ele dá um pequeno gole no vinho e me responde:

— A mesma coisa de sempre, minha filha. Confesso a você que ultimamente o silêncio tem me incomodado mais do que deveria.

Nossa! Que novidade é essa? Lhe encaro com semblante de confusa e questiono:

— Não acha que já passou da hora de vir morar conosco? Sei que ficar direto aqui no palácio não lhe deixa confortável, mas agora temos o palácio de inverno completamente reformado. O senhor poderia se mudar para lá se desejar. Estou certa que Amália e Alina ficariam muito felizes, assim como eu!

Ele abre um sorriso e antes que pudesse dizer algo, Amália entra na sala e diz:

— Não aceitarei um “não” como resposta hein senhor Fontes!

Ele se vira para trás e lhe abre um sorriso. Se levanta e os dois se abraçam.

— Minha filha! Que saudades!

— Ah nem me fale papai! Só Alina mesmo pra fazer o senhor sair de casa! Por essa neta esse avô faz de um tudo! — disse Amália se fazendo de enciumada.

— E por acaso eu estou errado, Katharine?

— Mas é claro que não! — respondo.

Rimos juntos e logo Amália coloca o pai sentado novamente. Ela se abaixa perto dele e pede:

— Aceite a proposta da Katharine. Eu mando trazer todos os móveis que o senhor quiser da casa do vilarejo e adaptamos tudo ao seu gosto ali no palácio de inverno. Lá tem uma lareira enorme, do jeito que o senhor sempre disse que queria ter construído. Mandarei empregados para limpar a casa nos dias que desejar, mas ela ficará livre para que o senhor tenha a privacidade que tanto preza. Aceite, por favor!

A amante da rainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora