Capítulo 35

455 54 23
                                    

Amália

    Ainda desnorteada, me levanto da banheira, me seco na toalha e me enrolo em um hobby que estava no canto do banheiro. Deixo ele ali caído na banheira, pego a chave e tranco a porta por fora para que ninguém veja o que aconteceu. Sem saber o que fazer, corro para o quarto de Katharine e bato na porta em completo desespero. Ela abre a porta assustada e pergunta:

— O que houve? Alina está bem?

Engulo seco e digo:

— Eu acho que o matei!

— Ah? Matou quem?

— Dárius!

Ela arregala os olhos e pergunta:

— Onde ele está?

— Vem comigo.

Passamos pelos corredores com pressa, para a minha sorte não havia nenhum guarda por ali. Antes de seguirmos, passo em meu quarto e dou uma olhada em Alina que por misericórdia dos deuses continuava dormindo. Destranco a porta do banheiro e assim que abro me assusto com a cena! Ele está de pé completamente ensanguentado.

— Dárius! Não se mova, eu vou chamar o médico!

— Céus, o que foi que aconteceu? A minha cabeça dói tanto!

Katharine toma a frente, o segura e o coloca sentado no banco.

— Calma, Majestade, vou chamar um guarda para levá-lo para os seus aposentos.

— Fica Katharine, eu mesma vou.

    Saio do quarto ainda trêmula, procuro um guarda e assim que eu encontro o mando direto para o banheiro. Vou até o quarto de Herbes, bato na porta tentando explicar o que houve rapidamente e o mando chamar o médico real. Ele prontamente sai do quarto e vai cumprir as minhas ordens. Encosto a minha cabeça na parede e sinto ela rodar como se a pancada na cabeça tivesse sido em mim. Como ele conseguiu resistir aqueles golpes eu não sei! Vão acabar encontrando aquele banco ensanguentado e logo irão deduzir que fui eu. Preciso voltar pra lá! Tento me colocar em movimento e simplesmente não consigo, minhas pernas não respondem e o ar escapa dos meus pulmões sem volta. Será que é a maldita lei do retorno dando as suas caras em minha vida? Céus... eu não consigo respirar! Minha visão escurece até que sinto meu corpo cair com tudo no chão.

    Abro os olhos e me encontro completamente desnorteada. Esfrego o rosto e tento levantar a cabeça, mas ela dói demais. Tento me localizar mas minha visão permanece borrada. Escuto de longe uma voz feminina que não identifico bem, mas ela se aproxima e a voz vai ficando mais nítida pra mim. Era Katharine.

— Finalmente! Aí está você!

Ela se abaixa e me segura com cuidado.

— Você desmaiou?

— Acho que sim. Só me lembro de ficar tonta e não conseguir respirar direito.

— Você quase me matou de susto! Te procurei por todos os cantos até que finalmente Herbes comentou que foi você que o avisou do ocorrido com o rei.

— O banco Katharine! O banco!

— Que banco?

— Precisamos nos livrar daquele banco de madeira!

Olho para os lados para me certificar que não há ninguém e digo:

— Eu bati na cabeça dele com o banco. Vão ver o sangue ali e vão entender tudo!

— Tem tanto sangue naquele banheiro que o banco vai ser a última coisa que irão pensar, mas vamos lá para o seu quarto e assim conversamos melhor.

Caminhamos pelos corredores com alguma dificuldade e assim que chegamos em meu quarto, a Senhora Thompson já estava lá.

A amante da rainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora