A amante da rainha

Capítulo 29

Katharine

    Ele realmente acha que eu vou ficar aqui de braços cruzados, vendo ele agir pelas costas de Amália, sem fazer nada? Esse Dárius não me conhece mesmo! Observei todos os movimentos dele nesses últimos dias, sem falar que estar me aproximando estrategicamente de Arthur tem dado bem certo. Se passar por uma moça discreta e simpática tem me trazido bastante informações, pelo menos o suficiente para saber que conforme eu esperava, o rei tem usado nosso trato apenas como base para me manter calada. Chego na porta daquela maldita biblioteca ignorando completamente a minha etiqueta. Empurro a porta e vou entrando.

— Boa noite Vossa Majestade, atrapalho algo?

Ele e Herbes se assustam com minha presença repentina e logo ele responde:

— Katharine! Que surpresa vê-la aqui! Está tudo bem com a rainha e a bebê?

Ai, minha paciência... como dói!

— Se o rei estivesse mais perto delas nas últimas duas semanas, não precisaria estar me perguntando isso — Dou uma pausa comprida — Majestade!

Seu rosto mostra uma raiva já bem conhecida por mim, mas acho que a culpa o fez se controlar.

— São muitas questões a se tratar. Esse período pós guerra não está fácil para os cofres do reino e é meu dever tratar disso tudo pessoalmente.

— Acredito que com um conselho real e um fiel escudeiro como Dárius recebendo seus salários, eles podem desempenhar suas funções enquanto o rei cuida da nova herdeira do trono e de sua esposa ainda com complicações pós parto.

— O médico real, as enfermeiras, camareiras, babás e cozinheiras também estão sendo pagas para isso, minha cara Katharine.

— Se é esse o pensamento que tem, não faz nenhum sentido a sua pergunta inicial... meu rei.

Faço uma reverência só por deboche.

— Bem, não vim aqui para isso, gostaria de ter uma conversa em particular — olho para Herbes — se for possível.

Herbes imediatamente pede licença e se dirige a porta.

— Sei que pretende escutar tudo da porta meu caro Herbes, mas é só pra que não digam que eu não tentei!

Volto meu olhar para o rei que está o retrato perfeito da realeza podre e esnobe com seus enormes colares e anéis de ouro, apoiando uma taça de vinho na mão.

— O que a faz pensar que pode se comportar assim, minha cara Katharine?

— Devo me comportar de acordo com o comportamento de cada um. E aqui eu tenho um pai que não vai visitar a esposa e a filha a 3 dias, mesmo estando no mesmo castelo que elas!

— Não acredito que minha presença esteja fazendo falta para você, por tanto eu ainda estou confuso sobre o motivo dessa visita. A não ser que a senhorita esteja percebendo a falta que minha esposa está fazendo em meus aposentos... devo admitir que a senhorita possui uma beleza singular! Seria muito interessante ficarmos mais próximos, o que acha?

Envenenar ele me pareceu uma ideia perfeita! Me aproximo dele como todo autocontrole do mundo e respondo:

— Nem por todo ouro da Romênia! — cuspo no chão!

Ele se enfurece, bate a taça de vinho sobre a mesa e pega em meu braço.

— Então diga logo que diabos veio fazer aqui!

O encaro sem modificar a minha expressão em nada! Fico me perguntando o que foi que Amália viu neste homem? Ele solta meu braço ao perceber que sua performance ridícula não me assustou em nada.