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Acordei com o um raio de sol bater na minha face, o meu corpo estava quente e pesado, minha cabeça doía mais do que o normal. O quarto estava escuro apenas iluminado por alguns raios que passavam pelos estóros á frente da janela. Abri ligeiramente os meus olhos e olhei em redor, o meu corpo estava coberto pelo ederdon e por montes de mantas, tinha vagas memórias da noite de ontem mas o que me lembrava melhor era de Suna, da forma como ele me ignorou e como se sentava de maneira a esconder a sua face para que eu não consegui-se olhar seus olhos.

Senti minha garganta apertar pela vontade de chorar, queria me enfiar dentro das cobertas e nunca mais sair de lá. Ouvi barulho de passos no quarto, puxei um pouco a coberta para baixo deixando os meus olhos á vista, abri-os novamente vendo alguém se aproximar lentamente da minha cama.

- Suna?- sussurei, mas logo me arrependi de o ter dito.

- Pelo que parece já acordaste- uma voz baixa e rouca falou, mas não era a voz de Suna, por muito que eu quisesse que fosse.

Kenma continuou em pé de frente para mim, ele estava sem camisola e uns calções pretos. O corpo dele nunca foi tão musculado assim, mas dava para ver alguns abdominais que haviam ficado mesmo depois de ele ter largado o vôlei. Os seus braços com mais músculo por causa do seus levantamentos precisos. Alguns raios de sol batiam em seu corpo e face, os seus olhos meio fechados, o seu cabelo que antes era loiro estava a passar para a sua cor natural, algumas mexas dele caiam à frente de seus olhos. Continuei como estava e ele sentou-se do meu lado, pondo a mão na minha testa e outra na dele.

- Pelo menos não estás com febre- ele falou aconchegando mais o meu corpo nos cobertores.

- Kenma, me desculpa por ontem- ouvi o rir baixo e passar as mãos por meus cabelos.

- Não tens de pedir desculpa, ainda bem que me chamaste- a sua fala era suave, como se me tentasse embalar com suas palavras.

- Obrigada Kenken- disse e ouviu grunhir, eu sabia o quanto ele odiava ser chamado assim.

- S/N, tu já sabes que eu não gosto desse nome- ele deitou o seu corpo ao meu lado só que por cima das cobertas.

Eu cubrime melhor e fiquei quieta, o Kenma sempre fora o mais calmo do grupo, por isso momentos como este eram frequentes. Ficarmos ambos quietos enquanto a luz do lado de fora ia aumentando lentamente.

- Tu lembraste? De ontem?- ele perguntou com a sua voz baixa de sempre.

- Mais ou menos, mas preferia não lembrar- disse e ouviu suspirar.

- Acredito, mas vais acabar por esquecer isso S/N.- Kozume disse e eu enfiei-me mais entre as cobertas, queria fingir que nada daquilo tinha acontecido.

Era impossível não pensar no que havia acontecido na noite passada, algumas memórias iam aparecendo na minha memória, a parte que mais me angustiou foi lembrar do homem que me tocou, senti nojo de tudo. Senti um corpo fazer peso em cima do meu, sentindo Kenma puxar as minhas cobertas para baixo. Os seus olhos cor de avelã fitavam os meus profundamente. Eu sempre amei a cor de seus olhos, eram lindos e faziam todas as pessoas olharem para eles.

Kenma sempre fora o mais compreensivo comigo sempre me dera razão em tudo e sempre ficava do meu lado. Era uma das razões por eu e ele sermos tão próximos. Um dos meus  primeiros quadros havia sido Kenma a levantar para Kuroo, claramente que o meio loiro era o destaque do quadro e a forma como seus olhos brilhavam na tela chamando toda a atenção do quadro para seus olhos.

Kenma havia sido uma pequena paixão minha, agora eu entendia o porque, a sua beleza era algo que fazia qualquer um suspirar, a forma como sempre prendia seu cabelo em um coque desarrumado e os seus olhos, cansados, quase sem motivação mas sempre brilhavam quando se falava em vídeo jogos e pudim e às vezes brilhavam por conta do vôlei.

After Hours- Suna RintauroOnde histórias criam vida. Descubra agora