Alvo à Distância

prólogo

Há mais ou menos dois meses atrás, estar perto do Halfback do time da universidade era o maior desafio de seu dia a dia. Mas, agora, diante de dezenas, não, centenas de pessoas, a apenas um palmo de distância dele, com os braços e punhos cobertos de sangue e algemados, o dia a dia não era nem de perto o mais desafiador.

 — Isso só pode ser um daqueles sonhos ruins que temos depois de um longo dia enfiados nas salas de aula, né? — ela comentou, soprando os fios de cabelos que caíam em seu rosto com frequência e que ela, infelizmente, não poderia tocar porque estava com as mãos vermelhas e pegajosas. 

— Certo. E isso iria sugerir que você está sonhando comigo neste exato momento. — Ele semicerrou os olhos, ponderando o assunto.

A garota revirou os olhos pesadamente. Suas órbitas poderiam facilmente disparar para fora.

— Bem, se for um sonho seu, é uma pena que nele você esteja sendo presa comigo, pompons, e não me dando uns amassos.

Ignorando completamente a segunda parte, ela disse:

— Eu não discordo. Suportá-lo em uma cela deve ser… — Ela ergueu os ombros e sacudiu os braços, se arrepiando com o mínimo pensamento. — Eca! Não quero nem pensar nisso.

Hawkings inclinou o rosto para o lado, encarando-a de maneira que dissesse "É sério isso?"

Um sorrisinho surgiu na boca dela, mas ela logo o desfez, observando a multidão com celulares apontados na direção deles. Na manhã seguinte, toda a universidade saberia disso, se já não souberem.

Eu estou ferrada.

— Acho que deveríamos ter nos mantido longe de encrencas, pompons.

E a garota não discordava disso.

Amber sabia o que eles tinham feito e se amaldiçoaria eternamente por isso.