Bruce passava a toalha em seus cabelos molhados conforme saia do banheiro e ia para a cozinha. Mantinha as sobrancelhas franzidas, observando os garotos espalhados pela cozinha e pela sala – que faziam junção.
— O que estão fazendo aqui? — ele perguntou, sentando-se em uma das cadeiras da bancada, na direção da sala.
Estava quase o time inteiro ali, tirando uns três ou quatro.
— Estamos totalmente arrependidos de ter seguido a ideia de Calvin e viemos recompensar — Liam disse, e os outros concordaram.
Bruce Hawkings olhou para cada um deles. Não tinha certeza se queria ser recompensado, não tinha desprezado os momentos com Amber. Mas…
Um sorriso surgiu em seu rosto ao perceber que Calvin não estava presente, apenas Jenkins que agora o encarava com curiosidade.
— Certo — ele concordou. — Quero que me recompensem fazendo algo por mim.
— Diga, cara. Qualquer coisa que você quiser, faremos. — Noah se esparramou no tapete entre os três sofás, que formavam um quadrado.
— Isso é ruim de se dizer, Noah. — Drake fez uma careta. — Quase tudo, Bruce. Só quase.
Era uma pena ele ter feito aquele estranho trato com Amber. Definitivamente uma pena.
— Quero que procurem o Cal — disse, colocando a toalha em volta do pescoço, segurando cada ponta. — E tragam ele para mim.
— Por quê? — Jensen ergueu uma sobrancelha.
— É, cara, por quê? Pensei que o coitado já tinha levado uma punição da Owens — Liam acrescentou também, franzindo o cenho.
— Pompons é sedentária, não conseguiu tocar um dedo nele. Então, se querem me recompensar pelo dia de hoje, tragam ele até mim.
Os garotos observaram e observaram, Bruce arqueou as sobrancelhas.
— Andem. Vão logo. — Ele fez um gesto como se estivesse tocando todos para fora.
E então eles se levantaram e saíram às pressas. Hawkings girou na cadeira e revirou os olhos.
— Pompons? — Jenkins repetiu, franzindo o cenho.
— Não comece.
— Fofo — ele começou, depositando um copo em frente a Bruce e em seguida despejando água gelada dentro. — Beba, você precisa se hidratar.
Hawkings não contrariou, bebeu a água. Estava exausto e com muita fome. No entanto, pensava seriamente em ir direto para a cama ao invés de ir para o refeitório do acampamento.
Ele respirou fundo.
Seu olhar seguiu por um momento para a parede de vidro da cabana, observando a que ficava do lado oposto da deles. A luz do segundo andar estava apagada, o que sugeria que Amber deveria ter ido dormir. Tinha visto as garotas saindo, mas nenhuma delas era a de cabelos rosas.
Bruce e ela subiram juntos depois de uma longa conversa com o treinador, que questionou o fato deles não estarem presentes quando chegaram no acampamento. Por sorte, ele não se incomodou tanto, mas perguntou se sabiam algo sobre o ônibus quebrado.
Quebrado. Claro!
— Bruce? — Jenkins o despertou de seus pensamentos, fazendo ele voltar a encará-lo.
— O quê? Você disse algo? — Ele repousou o copo na bancada.
— Está sentindo esse cheiro? — perguntou, franzindo o cenho.
— Que cheiro? — Ele ergueu a sobrancelha. — Não estou sentindo nada.
Jenkins revirou os olhos e disse:
— Cheiro de "você está adorando Amber Owens".
Agora era a vez de Bruce revirar os olhos.
— Você não tem, sabe, algo melhor para fazer ao invés de ficar enchendo a minha paciência?
Uma risada cortada saiu da boca do amigo.
— Tenho, claro. Mas o que é melhor do que encher a sua paciência, Bruce?— ele retrucou. — E também, só estou comentando. Se não percebeu, eu sou um ótimo observador, sabe? — A leve provocação fez Bruce se levantar, pronto para desaparecer dali e deixar Jenkins sozinho.
— Às vezes você consegue ser mais babaca que o Cal.
— Eu tento o meu melhor para alcançar o nível de babaquice dele. É uma luta quase diária. — Ele balançou a cabeça para cima e para baixo, os olhos estreitos.
Eu mereço. Certeza que mereço.
Jenkins pegou o celular e abriu um sorriso.
— Tenho que fazer uma coisa — disse, guardando-o.
— Uma coisa ou aquela coisa? — Bruce perguntou, curioso.
— Não é da sua conta. Por que você não vai lá avisar sua pompons sobre a encomenda Calvin Sherman chegando?
Hawkings jogou a toalha em Jenkins, que se esquivou com uma careta e então seguiu para fora da cabana, soltando uma curta risada.
Havia se passado uma ou duas horas desde que chegaram. Não comentou nada com ninguém sobre o que aconteceu e ele nem pretendia detalhar mais do que Amber resumiu. Parte sua queria guardar o dia para si mesmo. Detestaria que soubessem como a capitã das líderes de torcidas poderia ser tão reclamona e impaciente.
Manteria aquilo para si mesmo. Tanto isso quanto o fato de estar adorando estar perto dela. Sempre o mantinha entretido.
Ainda estava surpreso com os acontecimentos em relação a sua ex-namorada. Não achava que Amber chegaria naquele momento e o ajudaria a fugir daquela conversa.
Ele apenas torcia para que Kimberly não insistisse nela. Mesmo que tenha passado quatro meses desde o dia do término, ele ainda não havia superado completamente. Tinha ignorado, usando os treinos como desculpa para não pensar no assunto. O que foi a ideia mais estúpida e idiota de todas.
Eu sou um idiota.
Bruce atravessou o caminho todo até a cabana da frente, olhando brevemente para os lados, vendo alguns poucos sentados em frente as suas cabanas, com lanternas e cadeiras, conversando. Mas não deu atenção mais do que a necessária.
Ele seguiu até a porta e bateu algumas vezes, quando não recebeu nenhuma resposta, ele girou a maçaneta – estava aberta. Era errado entrar em um lugar sem a permissão do dono? Era. Owens iria matá-lo por isso? Provavelmente. Ele se importava? Nem um pouco.
Bruce então abriu a porta e entrou.
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Alvo à Distância
RomanceO que você faria se seus colegas decidissem abandoná-la no meio de uma estrada com um dos caras mais populares de sua universidade? Amber Owens sempre manteve um lema constante em sua vida desde que se tornou a capitã das lideres de torcidas: Perten...