Cheguei ao restaurante marcado, Mark já estava lá, sorri me aproximando e tampei seus olhos como costumávamos fazer quando eu ainda morava em Seattle.
— Eu duvido você acertar quem é — Brinquei.
— Ela é uma gata, disso eu tenho certeza, mãos macias — Dei risada e o soltei, Mark me olhou e levantou-se me apertando em um abraçou — Senti sua falta, loirinha.
— Também senti sua falta, pegador — Disse e me sentei em sua frente.
— Qual milagre te trás aqui?
— Trabalho, quem não gostou disso foi a minha filha — Sorri ao lembrar da Alyssa.
— Sobre Cristina, eu sinto muito Mer, eu estava tão atolado de coisas e sei que você também, por isso não liguei ou mandei mensagem, também perdi seu contato.
— Ta tudo bem, Mark, eu entendo e quanto a Cristina, eu aprendi a superar, a Aly quem ficou mal no início, mas agora ela ta bem.
— Como aconteceu? Eu pensava que vocês nunca se separariam — Sorri de canto.
— Eu também pensei isso, que grande idiota, mas após a minha gravidez as coisas começaram a ficar estranhas, ela amava a ideia de ser mãe isso era nítido, mas com o tempo... Com o passar dos dias, aquela não parecia a Cristina que eu conhecia, entende? Não era a mulher que eu me apaixonei e quis construir uma família, e que de modo inesperado eu fui ao cartório e me casei, ela era apenas a Cristina que só se importava com o trabalho e com nada mais, Alyssa e eu fomos ficando de lado, as brigas crescendo e se tornando frequentes, de repente eu dormia com uma desconhecida, foi então que eu decidi que tinha que por um fim naquilo, pela Aly e principalmente por mim que estava me desgastando em salvar uma coisa que eu não podia mais.
— Eu entendo — Disse segurando a minha mão — A sua sorte é que eu estou aqui pra te dar um ombro, talvez dois — Dei risada, Mark sempre foi assim, mas apesar das brincadeiras de duplo sentido sempre me respeitou e cuidou de mim, posso até mesmo considerâ-lo um dos meus melhores amigos, ou melhor, um irmão mais velho.
— Mas e você? Sossegou?
— Eu estou começando a pensar na ideia — Neguei sorrindo — Ainda mais agora eu tenho uma filha.
— Alex me disse, mas eu ainda não consigo acreditar — Dei risada ao dizer — Você conseguiu engravidar alguém, como isso foi possível?
— Pois é, eu consegui — Sorriu — E não há garota no mundo que eu ame mais do que a Kim, no início foi um susto, Addison e eu não imaginávamos que uma transa de uma só noite resultaria em uma criança, mas quando ela me contou que estava grávida, eu me joguei de cabeça, nós compartilhamos a guarda dela, mas agora que ela já sabe tomar as próprias decisões, nós a deixamos livre pra decidir quando fica com a mãe ou quando fica comigo.
— Qual a idade dela?
— Quinze, fez quinze há poucos meses.
— Ela tem a idade da Aly, só bastou eu virar as costas e você engravidou alguém, eu não deveria ter saído daqui.
— Definitivamente não deveria — Sorrimos.
— Acho que deveríamos apresentá-las, a Aly ta bem desanimada por causa da mudança, uma amiga não seria uma ideia ruim.
— Claro, seria ótimo e então, me fala sobre o trabalho.
— Eu estou super animada, comecei a gravar hoje e a premiere vai ser em alguns dias então estou correndo por causa das primeiras cenas, elas vão ao ar na primeira semana — Disse começando a contar sobre como estava animada com o novo trabalho e por estar ali na cidade novamente.
Ao final do jantar e após a briga sobre quem pagaria a conta, dividimos e seguimos para nossos carros, a conversa seguia solta entre nós e ríamos de algumas recomendações, me despedi de Mark com a confirmação de que nos encontraríamos outra vez e que na próxima nossas filhas iriam junto para que a gente pudesse apresentá-las.
Cheguei em casa e estacionei na garagem desci e adentrei minha nova casa, assim que me virei pulei de susto vendo Alyssa nos primeiros degraus da escada com uma feição séria.
— Que susto Aly — Disse com a mão sobre o peito.
— Que história é essa de Mark Sloan? Você não pode namorar com ele, só com...
— A Addison, já sei — A interrompi revirando os olhos — Mark é apenas um bom amigo, apenas isso, nós já trabalhamos juntos e criamos uma boa amizade com o passar do tempo, ele é praticamente seu tio, é como um irmão mais velho.
— Mas você nunca fala dele.
— Temos vidas corridas, eu mal falo dos seus tios, a diferença é que eles vivem encima da gente, mas você sabe que eu passaria meses sem me comunicar com os três se não fosse isso — Lhe beijei nos cabelos — Você comeu?
— Sim.
— Quer dormir com a mamãe hoje? Amanhã você tem aula na nova escola — Ela afirmou e levantou, subimos para o meu quarto, Aly se jogou na cama e eu fui tomar um banho, quando sai do banheiro já vestida me deitei ao seu lado, tendo-a grudada no meu corpo.
— Promete só namorar com a Addison, mamãe? — Pediu manhosa, beijei sua testa.
— Prometo, mesmo que isso seja quase impossível de acontecer.
— Vocês vão trabalhar juntas, você pode invadir o camarim e beijar ela — Dei risada acariciando seus cabelos, então ficamos em silêncio — Você ta pensando nela, não é?
— Na Addison?
— Na mãe Cristina, você sempre fica com essa cara de perdida quando pensa nela.
— Não, eu não estou pensando nela, eu estou pensando em tudo — Disse calmamente — Na mudança principalmente, mudar é bom, acho que precisava um pouco dessa mudança depois de tudo e vai fazer bem pra você também — Beijei sua testa vendo-a fechar os olhos e me apertar no abraço — Eu te amo minha batatinha.
— Eu te amo mais — Murmurou e em segundos estava dormindo ainda me apertando no abraço e eu fiquei ali, a observando.
Aly era madura por tantas vezes que eu por alguns momentos esquecia que ela ainda era uma criança, ou melhor, adolescente, ela era uma garota doce que ama desenhos da Disney e carinhos, gosta de se sentir amada e protegida mesmo que seja bruta em alguns momentos, o meu completo oposto, eu sempre fui uma pessoa fechada, mas com ela eu deixava as minhas reservas de lado e me tornava a mãe que ela precisava, beijei sua testa e apaguei a luz me permitindo acariciar seus cabelos até pegar no sono.
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Você e Tal
FanfictionDuas atrizes cujo o destino une, ou melhor, cujo o trabalho e dois cupidos adolescentes fazem o favor de juntar. Mas afinal... Um amor de série pode se tornar algo real? (Redes sociais)