Aly estava silenciosa desde o momento em que Cristina havia ligado durante a manhã, dizendo que havia chegado em Seattle naquela madrugada e que iria até nossa casa após o almoço.
Maggie, Alex e April vieram logo assim que eu avisei sobre a visita indesejada da minha ex-esposa, Alex tentou animar a Aly durante toda a manhã, mas nada adiantou, ela mal tocou na comida, mesmo amando espaguete.
Eram um pouco mais dás uma e vinte quando escutamos a campainha, eu segui até a porta, mesmo a contra gosto e a abri dando de cara com Cristina.
— Meredith — Me cumprimetou.
— Aly, sua mãe está em casa! — Avisei em alto tom, lhe dando as costas e voltando para a sala, meus amigos encararam a morena que apenas lhes cumprimetou com um aceno de cabeça.
O som de passos descendo as escadas logo ecoou, Aly encarou Cristina que lhe sorriu, quem não soubesse ás vezes que ela esqueceu que tinha uma filha, até conseguiriam acreditar naquele sorriso.
— Como você ta, bonequinha? — Perguntou abraçando-a, mas Alyssa nem se importou em corresponder.
— Bem — Afastou-se.
— Eu pensei em sairmos pra dar um passeio, o que me diz?
— Já tenho compromisso — Respondeu e a campainha tocou, estranhei já que não esperava ninguém, mas mesmo assim fui abrir.
— Addison? O que faz aqui? — Perguntou surpresa.
— A Aly me pediu pra buscá-la, tudo bem?
— Ta, ta sim — Disse e voltei pra sala com ela em meu encalço, eu estava morrendo de vontade de beijá-la e abraçá-la, nós não ficávamos juntas há dias, só davamos alguns beijos rápidos no camarim.
— Addie — Aly disse e correu até ela a abraçando, Addison a apertou no abraço e lhe beijou a testa, então a olhou sorrindo.
— Vamos? A Kim ta esperando a gente em casa.
— Sim — Sorriu de canto, eu ficava feliz por Aly ter encontrado em Addison o que não tinha com Cristina.
A minha filha era incrível demais pra ser rejeitada e eu ficava feliz e ainda mais apaixonada pela ruiva, por amá-la também e na mesma proporção que eu, assim como eu já amava a Kim.
— Eu pensei que fôssemos passar um tempo juntas — Cristina se fez presente.
— Eu já tinha combinado com a Addie, você deveria ter dito que sua vinda aqui era pra gente passear, pensei que só estava de passagem na cidade.
— Na verdade eu estou me mudando pra Seattle.
— Como é? — Perguntamos juntas.
— Eu achei que você fosse ficar feliz com a notícia, você sempre quis suas mães juntas — Revirei os olhos e cruzei os braços me apoiando no sofá.
— Já que pretende ficar na cidade, eu ligo quando não estiver fazendo nada, mas como sua agenda é bem cheia, então a gente vê no próximo mês — Sorri orgulhosa da minha filha.
Cristina sempre dizia que sua agenda era muito cheia e precisavam ver quando elas poderiam passear juntas, então Aly usar isso contra ela, definitivamente me enchia de orgulho.
— Aly...
— Eu já vou, a Addie estava muito ocupada antes de sair pra vir me buscar e eu não quero que ela fique aqui perdendo tempo já que precisa voltar — Disse e veio até mim, me abraçou e eu a beijei.
— Eu amo você.
— Eu amo você mais — Respondeu e beijou minha bochecha, então beijou os tios.
— Trago ela amanhã, ta bem?
— Tudo bem, qualquer coisa me liga.
— Não, se preocupa, eu cuido da nossa garota — Sorri de canto e as levei até a porta, observei as duas seguirem para o carro e logo Addison estava dirigindo pra longe.
Voltei pra sala vendo Cristina ainda parada no mesmo lugar enquanto meus amigos haviam seguido certamente pra cozinha ou pra área da piscina.
— Eu posso te ajudar em mais alguma coisa, Cristina?
— Você acha certo isso?
— Isso o que? Minha filha estar perto de quem realmente se importa e larga o que está fazendo pra vir por ela sem usar uma desculpa de que ta muito ocupada pra ela?
— Eu sou a mãe da Alyssa, Meredith, não essa mulher.
— Então onde você estava, oh senhora mãe da Alyssa? Quando ela queimava de febre e precisou passar quase uma semana internada? Ou quando teve um recital no colégio? Onde você estava quando ela não parava de te ligar depois que você disse que a buscaria e por causa da droga de reunião, você ligou às onze da noite, depois que ela já havia chorado até cair no sono, dizendo que não podia ir buscá-la, mas que talvez no mês seguinte pudessem se ver por umas duas horinhas? — Perguntei irritada — Você nunca foi mãe da Alyssa, Cristina, nunca, no mínimo foi a madrasta que a tratava como indesejável e colocou o nome na certidão dela.
— Eu estava fazendo uma carreira pra dar uma vida a vocês.
— Uma carreira? — Ri sem vontade — Faça-me o favor, você já tinha uma carreira, eu estava tentando não ser apenas a garota que se casou com a diretora de TV e mesmo assim estive presente pra Aly até mesmo quando eu deveria estar dentro da droga de um set de gravação, a porcaria da verdade é que você queria uma família troféu e no momento em que já tinha a imagem de mulher de família e negócios, você se cansou de brincar de casinha e resolveu que nós duas não nos encaixavamos na sua vida e agora chega aqui com essa pose de mãe que sentiu falta, quando na verdade nunca se importou o suficiente pra sentir.
— Eu me importo!
— Não, se você se importasse realmente, você estaria presente, se você se importasse por mínima coisa que fosse, perceberia que a Aly ta tão magoada com o seu desprezo que saiu da casa dela pra não precisar ficar com a sua presença, saberia que ela só voltou a responder as suas mensagens e atender suas ligações porque eu pedi que fizesse, se você se importasse e por pouca coisa que seja conhecesse a sua filha — Fiz aspas — Saberia que ela não suporta a ideia de que você está perto, porque você faz mal a ela.
— A ela ou a você, Meredith? Porque eu estando aqui arruina qualquer coisa que você pretenda fazer — Proferiu irritada.
— Você não interfere em nada na minha vida, deixou de interferir no momento em que me divorciei de você, na verdade no momento em que eu saí de casa e qualquer coisa que eu faça só se baseia no que minha filha vai sentir ou como isso vai refletir nela, você não me importa há muito tempo, não é nada pra mim além de um erro que a única coisa que trouxe de bom foi a Aly, você não é nada na minha vida e deveria se dar esse desvalor e eu acho que você deve ir, se quiser resolver qualquer coisa sobre a Aly, fale diretamente com minha advogada, não temos nada o que tratarmos — Apontei para a porta e ela seguiu até lá, então saiu fechando a porta em um baque.
Me sentei escondendo o rosto nas mãos e respirei fundo, logo senti meu corpo ser abraçado, ergui a cabeça vendo Alex e April, um de cada lado do meu corpo e Maggie sentada em minha frente em completo silêncio.
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Você e Tal
FanfictionDuas atrizes cujo o destino une, ou melhor, cujo o trabalho e dois cupidos adolescentes fazem o favor de juntar. Mas afinal... Um amor de série pode se tornar algo real? (Redes sociais)