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No portão da enorme casa, me encostei no muro esperando que o garoto o abrisse. Me culpei varias e varias vezes por ter fingido não perceber o sentimento que claramente se fazia presente entre nós, todo esse tempo apenas o deixei tomar as rédeas da situação, e pelo ou menos uma vez preciso fazer a minha parte.

      Ei, não tô querendo subir agora.       Apollo parou de girar a chave e subiu seu olhar diretamente para mim.

      Como assim?

Voltou a destrancar o portão para entrarmos.

      Não sei.       Murmurei, passando meus olhos por todos os lados evitando contato visual.       A piscina parece boa!

      Nadar? Agora à noite?       Questinou seguindo meus passos até nós aproximarmos da mesma.       Quer mesmo?

      Quero.

Devagar tirei minha camiseta, mas ainda sim permaneci com meus shorts e me senti quente quando passei a ser observada. Com um sorriso sem graça acenei com a cabeça para que ele me acompanhasse, entrei na água e mergulhei por breves segundos. Assim que imergi a superfície, ele se juntou a mim, sem camisa e com uma feição engraçada no rosto.

      Depois não diz que eu não faço nada por você parça!       Sorriu me apontando o dedo.

      Você sabe que é meu favorito.      Mergulhei rapidamente.

      Lógico, eu sou o melhor de SP.        Deu de ombros sorrindo.

Com vergonha comecei a me movimentar na água, devagar e pensativa. Durante esse tempo Apollo se encostou no azulejo azul analisando meu rosto, aproveitando a situação em uma das voltas me aproximei.

      Eu te admiro, você é uma boa pessoa.      Disse e logo sua testa franziu.       Queria que soubesse.

No fundo estava rezando para que a conversa fluisse da maneira que eu havía planejado.

      Eu sei, faço tudo que você quer.       Debochou passando a língua humidecendo os lábios.

O silêncio se fez entre nós.

      Acho que tá na hora de retribuir.       Sussurei indo a seu encontro.

A luz da lua que se refletia na água deixava o momento mais surreal de se viver, a cada milímetro em que ficavamos mais perto — mais eu tinha certeza que queria aquilo.

Os olhos de Apollo desceram dos meus olhos para a boca e eu não fiz diferente, sua respiração parecia tão desregulada quanto a minha. Sem trocar mais nenhuma palavra, passei meus braços ao redor de seu pescoço e no mesmo instante suas mãos foram para a minha cintura em um aperto confortável.

O garoto humideceu os labios mais uma vez.

Fechei meus olhos quando senti nossos rostos colados, devagar Apollo encostou nossas bocas em um selinho breve, se afastou e levou seu rosto em direção ao meu pescoço. Ainda com os olhos fechados tentei proveitar cada beijo que era distribuído ali e senti falta quando se fez distante da minha pele.

Seu rosto se juntou ao meu novamente mas dessa vez era um beijo intenso, algo que nos dois queríamos e esperamos por todo esse tempo, nossas línguas se fizeram em uma disputa de territórios e uma sincronia incrível!

Borboletas estavam fazendo festa em meu estômago pela segunda vez na noite, eu realmente estou concentrada em sentir o garoto ao ponto de esquecer o meu redor. Uma de suas mãos subiu indo de encontro ao meu pescoço enquanto a outra deixava apertos em minha cintura. Sem ar nos separamos com selinhos um pouco demorados, quando abri meus olhos Apollo sorria como criança.

      Parça, vou continuar sendo seu pau-mandado se você sempre retribuir assim!      
Com vergonha da fala do mesmo, deitei minha cabeça em seu ombro sorrindo.

      Cala a boca. 

𝐄𝐍𝐈𝐓𝐄𝐍𝐒𝐈𝐃𝐀; ᴀᴘᴏʟʟᴏ ᴍᴄOnde histórias criam vida. Descubra agora