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ME EMPERTIGUEI DO MEU profundo sono estranhando a falta de barulho na casa. De forma sonolenta levei minha mão para o lugar ao meu lado, vazio, Maria não chegou nem a se deitar aqui pelo visto. Peguei meu celular e na tela mostrava as exatas 03:58 da manhã, franzi a testa mas logo entristeci quando vi a data e atinei de que esse seria o último dia.

      Arhg, cadê essa garota?!

Soltei um suspiro pesado e me levantei da cama para ir a cozinha, mas ao chegar no cômodo vejo que ela não estava lá. Aproveito a ida bebendo um copo de água e voltando para meu quarto, ao chegar no corredor me paro ao ver uma silhueta masculina sair de um dos quartos.

      O que tu tá fazendo acordada à essas horas?

      Agora voltou à falar comigo?       Revirei meus olhos e me posicionei para abrir a porta.

      O quê?!       Antes de fechar a porta foi possivel visualizar seu olhar expressivo.

Mas a paz não durou muito já que o mesmo entrou rapidamente logo depois.

      O que é isso mano? E se a Maria estivesse aqui dormindo, ein?!

      Ela saiu com o Brenuzz, faz um tempo.       Sua resposta foi baixa e curta enquanto se aproximava.

      Ah... Não sabia.

Apollo se aproximava mais e mais, e eu me afastava mais e mais. Passei meus olhos por seus ombros que ainda estavam rígidos e só então notei que estava sem camisa.

      Qual foi Apollo?       Sussurei com sua boca milímetros de distância da minha.

Suas mãos vieram de encontro com a minha cintura, nossos lábios se uniram e a nossa distância até a cama pareceu curta. Em meio aos beijos lentos, mas rápidos. Apertos frouxos, respiração desregulada e a busca excessiva por mais contato ele me deitou na cama devagar. Com um braço apoiando seu peso o garoto tomou distância para me observar, sorrindo de forma genuína depositou um selinho demorado e se pos distante.

Meu sorriso murchou, o momento pareceu quente demais e tudo veio à tona.

      Apollo, não!       De leve levei minhas mãos até seu peito o afastando.       Me desculpa!

O garoto se levantou ligeiro com a feição enrrugada, mas que espaireceu com o decorrer dos segundos.

      O que rolou Flora?        Assustado me encarou.

      E - eu não...       Minha voz saiu falha.       Assimilei tudo isso ainda!       Apontei para nós dois.       Eu literalmente abandonei minha casa que nesse momento pode tá' até vendida, o único lugar que eu tenho lembranças da minha mãe, aceitei dinheiro da minha avó. Agi sem pensar, porra, agi como uma criança dessa vez!

      Flora...       Japa com as mãos em meus ombros tentou me tranquilizar mas já estava perdida em pensamentos.

      Não Apollo!       O olhei nos olhos e mais uma vez minha respiração falhou com a possibilidade.       E se a gente não der certo?!

      Flora!       Grunhiu baixo.       Você agiu como uma adulta à vida toda, desde criança, ter agido assim sem pensar pelo ou menos uma vez não vai te matar! Relaxa parça.

      Você escutou o que eu disse?!       Murmurei.

      Escutei. Se a gente não der certo tá tudo bem, pelo ou menos a gente aproveitou esses dias!       Abriu e fechou a boca como se pensasse no que dizer.       Só aproveita esse último dia, depois a gente resolve tudo.

Apollo devagar se colocou mais perto com a intenção de me beijar mais uma vez, mas foi impedido quando coloquei minha mão a sua frente.

      Enquanto eu não estiver "raciocinando" direito, não quero confundir você.       Eu disse com um nó na garganta e uma voz tremula.       Me desculpa!

      Relaxa parça.       Com os ombros caidos e um olhar distante depositou um beijo demorado em minha testa e antes de se retirar exclareceu:

      Eu não te evitei de propósito, mas eu previa que isso iria acontecer.

O restante do dia foi péssimo, Apollo e eu não nos evitamos mas as vezes era difícil não o fazer

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O restante do dia foi péssimo, Apollo e eu não nos evitamos mas as vezes era difícil não o fazer. Todos aproveitaram menos nos, mas isso passou abatido. Uma eternidade não duraria tanto quanto essas últimas horas que tinhamos, na praia o sol parecia que queria explodir a gente e a comida não tava' nem um pouco chamativa.

Durante todo percurso no caminho de volta, tudo pareceu melancólico demais, nossos amigos zoando até com o vento que entrava pela janela, todo mundo sorrindo e alegre. Eu apenas queria dormir e esquecer de tudo.

      Flô?       Saboó me encarou.       Tudo bem fia' ?

      Tá tudo bem paçoqueiro!       Sorri simpática e o mesmo retribuiu.

Realmente espero que fique tudo bem.

𝐄𝐍𝐈𝐓𝐄𝐍𝐒𝐈𝐃𝐀; ᴀᴘᴏʟʟᴏ ᴍᴄOnde histórias criam vida. Descubra agora