elsa + jack frost: never look back ❄️

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Elsa

Olho para atrás.
Apenas mais uma olhada.
Apenas para saber que ele está bem.
Apenas para me lembrar de seu rosto, de seu jeito, de como ele parece.

E sinto uma pontada em meu coração, ela é rápida, mas a dor continua ali, prolongando-se como um enorme aviso de que não irá embora tão cedo. Me lembrando que não importa quão genuína é a minha decisão, ela ainda irá doer, e irá doer muito.

Nos meus olhos se acumulam lágrimas, e evito deixá-las cair, aquilo, toda aquela situação já era difícil demais, e deixá-lo me ver chorar seria ainda pior.

Meus olhos encontram os dele, e parte ainda mais meu coração constatar que Jack está chorando. Eu fiz Jack Frost chorar pela primeira vez desde que o conheço e eu sou a responsável por isso.

Sinto mais uma vez aquela pontada em meu coração e desejo poder voltar no tempo, desejo não ter que fazer isso com ele, desejo que nossa relacionamento fosse mais fácil e não houvesse tantas coisas nos impedindo de ficar juntos.

Mas, no final são apenas desejos, e diferente dos filmes que costumávamos assistir juntos, desejos não se realizam na vida real, e eu ainda sou uma ameaça ambulante perto de Jack. Sou um perigo constante em sua vida. Uma enorme placa de perigo deve estar desenhada em minhas costas.

E eu adoraria poder esconde-lá, poder fingir que ela não existe e eu tentei isto nos últimos meses, tentei fortemente esconder a placa de aviso, porém se aprendi algo nos últimos meses é que não tem como esconde-lá e quanto mais eu tento, mas eu o coloco em perigo também.

Infelizmente, não é uma placa removível e nem algo dentro do meu alcance. Não pedi para ser testemunha de um crime, não pedi para ver tudo o que acontecerá e ser caçada por pessoas realmente perigosas, eu não pedi nada disto, e mesmo assim aconteceu.

E mesmo assim, mesmo depois de anos, ainda não posso me sentir segura, não posso me aproximar de ninguém, sem colocá-los em perigo, e a vida é um lembrete constante disto. Toda vez que me aproximo, está na hora de mudar novamente, não posso mudar, não tem como.

Quando tive uma chance com Jack eu a abracei e olha como acabamos, ele foi perseguido, machucado e ameaçado simplesmente por se importar comigo, por gostar de mim, por estar perto de mim. E agora está chorando, bem na minha frente.

Ele não desvia o olhar, e sei que para o bem dele, eu deveria desviar, me virar e sair andando por aquele aeroporto até o meu portão sem olhar para trás. Não porque eu não o amo, mas porque o amo o suficiente para deixa-ló ir são e salvo.

No entanto, sou egoísta e não faço nada disso, muito pelo contrário, quando dou por mim, meus pés estão correndo até ele, e fazendo a coisa mais insensata neste momento, estou colocando sua vida em ainda mais perigo.

E mesmo assim, mesmo sabendo disso, Jack abre seus braços e me recebe, me abraçando logo em seguida e me tomando em seus braços. Encosto minha cabeça em seu peito e aproveito o que tem de ser o nosso último abraço.

O abraço de volto, guardando na minha memória o nosso último momento, o nosso último abraço, o nosso último carinho. Depois disso nunca mais poderemos nos ver, não até solucionarem o caso, não até exterminaram o grupo criminoso que me persegue, não até eu estava a salvo. Coisa que talvez eu nunca mais fique.

O aperto forte, deixando as lágrimas quentes deslizarem pelas minhas bochechas, desenhando um caminho triste por elas e provavelmente molhando a camiseta de Jack.

Como eu vou sentir falta dele, como eu vou sentir falta de seu abraço, de seu toque, de seus carinhos. No entanto, não falo para ele.

Não posso, não posso inflingir mais dor nele, do que aquela que já havia inflingido. Por isso, apenas aproveito o abraço, guardando-o na memória para sempre, pelo tempo que fosse necessário, até eu estar a salvo, até que eu possa vir vê-ló novamente.

21 contos, antes dos meus 21 anos!Onde histórias criam vida. Descubra agora