Avery
- Onde você está indo?! Avery espera, por favor.
Talvez seja o pânico, a dor, a dúvida na voz de Will que me faça parar no penúltimo degrau da escada e me virar para encara-ló, talvez tenha sido meu coração falando mais alto, ou talvez tenha sido a parte minha que não quer deixá-lo e ir embora. Acho que foram todas estas coisas que me fizeram virar.
Mas, foi sua expressão de tristeza que me fez ficar mais um pouco, e ouvir o que ele tinha para falar.
Pouco mais de dois minutos eu tinha deixado uma carta e o nosso anel de compromisso em cima da escrivaninha dele explicando o possível, esperando não encontrá-lo no meio do caminho, no entanto, ele não leu a carta falando para não vir atrás de mim.
Ele nem teve tempo de ler a carta ou não estaria aqui, respirando pesadamente após uma corrida e com lágrimas em seus olhos.
- Você.. - uma lágrima escapa de seus olhos e foi como se tivessem cravado uma adaga em meu coração. Eu estava fazendo aquilo com ele. - está me deixando? - Confirmo com a cabeça, incapaz de responder que sim. - Porque?
- Por favor, não complique mais as coisas só me deixa ir.
Falo em um murmúrio, um murmúrio atormentado, cheio de dor, tristeza e principalmente culpa. Culpa por acabar com a única coisa realmente boa na minha vida.
- Só me diz o porque? Eu sou o problema? Eu fiz alguma coisa? Por favor, me diga e me de uma chance para consertar, por favor, Avery.
Outra lágrima escapa de seus olhos e a culpa afunda ainda mais em meu peito. Era por isso que escrevi a carta me acabando de tanto chorar, para evitar aquela conversa, evitar olhar em seus olhos cheio de mágoa e dor e partir seu coração.
Era disso que eu estava fugindo.
Fugindo de dizer a verdade, fugindo de ver como ele ficaria quando eu terminasse tudo, fugindo dele mesmo.Mas, eu não poderia fugir.
Não quando ele estava bem aqui.
Na minha frente, chorando e de coração já partido.
Me perguntando o porque de eu fazer isso.- Não, você não tem culpa, Will! Você é de longe o melhor namorado, o melhor namorado que eu já pude imaginar, o melhor cara que eu poderia conhecer. - eu explico, tirando força do fundo do meu ser para não me sentar no chão em posição fetal e chorar até o dia virar noite e depois dia novamente.
- Então, o que é? Me diz, por favor, não vá embora assim, sem me contar, sem conversar comigo, Avery. - ele quase implora, sua voz como uma ponta de agulha, saindo por um fio, implorando para eu ficar. - Não vá embora e me deixe aqui sozinho, não se feche para mim, por favor, se eu não sou o problema, então me conte o que é para podermos resolver.
Sua voz implorando, seu rosto molhado por lágrimas e sua expressão gritante de coração partido seguido por suas palavras, me fazem subir os degraus no separando e olhar nos fundo dos olhos dele.
Queria poder dizer a ele o quanto sou grata pela felicidade que ele me trouxe nos últimos meses, queria poder dizer a ele o quanto ele era a melhor pessoa que eu já conheci, a melhor pessoa da minha vida.
Queria que ele soubesse que ele não é e nunca seria o problema. Queria poder contar a ele cada coisinha, mas eu não podia, então me contento com:
- Você não é o problema, Will. - Sua mão encontra a minha, assim como ele fazia quando queria me encorajar a falar sobre meus sentimentos. - Eu sou!
- Avery...
Eu o interrompo, precisava falar de uma vez só e rápido, e sair dali o quanto antes, porque caso ficasse mais, eu mudaria de ideia e aquilo não seria bom nem pra mim, nem mesmo para ele.
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21 contos, antes dos meus 21 anos!
Dragoste21 contos, antes dos meus 21 anos é um projeto em que: nos vinte e um dias antes dos meu aniversário de vinte e um anos estarei postando vinte e um contos, cada um com uma estética e temáticas diferentes, e com personagens diferentes também. Cada pe...