juliette + warner: prometidos 💍

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Juliette

Há muito tempo atrás, antes mesmo dos meus bisavós nascerem, dois reinos muito antigos entraram em guerra.

Escócia e Inglaterra, uma guerra antiga, passada de geração em geração, matando milhares, e deixando mais milhares desabrigados, famintos, machucados, lutando entre a vida e a morte. Tristeza e destruição assolavam famílias, mulheres recém casadas e filhos órfãos que malmente conheceram seus pais antes deles irem para guerra e fatalmente morrerem.

Com a ideia de paz pairando sobre os reis da Escócia, meus pais, e os reis da Inglaterra, em uma noite de acordos, eles assinaram um contrato de paz, o qual eles iriam selar com o casamento entre o herdeiro primogênito da Inglaterra, Aaron e a herdeira primogênita da Escócia, Juliette, eu.

Na semana seguinte do meu aniversário de vinte e um anos o casamento seria realizado, selando finalmente, após quase um século de guerra, a paz entre nossos dois reinos.

Passei toda a minha infância, e adolescência ansiando pelo dia no qual eu finalmente conheceria meu futuro esposo. A noite do meu baile de máscaras de vinte anos.

Havia ouvido muitos elogios sobre Aaron, como era um principe, o qual se importava com o seu povo, um príncipe que não ligava muito para os luxos e mordomias oferecidas pela coroa.

Sempre que ouvia os elogios acerca dela, meu coração errava uma batida, e parecia prestes a explodir no meu peito. Ele era exatamente aquilo que eu sonhará.

Um príncipe digno de ser chamado de príncipe, não alguém que usava e abusava dos luxos oferecidos pela monarquia enquanto seu povo sofria morrendo de fome e desgosto.

Mas, a minha felicidade tomou uma boa dose de realidade uma semana antes dos meus tão sonhados vinte anos. Aaron escrevera para mim, uma carta, uma linda carta, relatando a sua ansiedade em me conhecer e em finalmente saber a beleza por trás de tantos elogios ouvidos por ele, palavras dele, não minhas.

Porém, antes de vir para a minha festa, embarcaria em uma missão para o norte de sua corte, esperando ajudar aqueles que clamavam pela ajuda da monarquia. Pacificar o povo infeliz pela demora de nosso casamento e anunciar as boas novas sobre nosso futuro noivado oficial.

Escrevi uma carta de resposta, alegremente, contente de vê-ló viajar pelo reino, conhecendo sua própria corte. Porém ele não voltará, passará meu aniversário de vinte anos, um mês, dois meses, nove meses após isso e nada dele.

O príncipe havia sumido e apenas os reis da Inglaterra sabiam sua real localização e se recusavam em em contar, mesmo sendo eu a noiva prometida. Em troca, favorecendo o acordo, ofereceram a minha mão ao seu segundo filho, Adam.

Ao contrário de Aaron, tudo que se ouvia de Adam eram críticas, um príncipe fanfarrão, que usava e abusava dos privilégios monárquicos sem nunca se importar com o bem estar de seu próprio povo.

Quando o conheci, vi que estava errados sobre ele, Adam era mil vezes pior, quase nos colocará em uma situação de guerra três vezes, se recusava a casar com alguém que se não amava, mesmo podendo salvar seu povo de uma guerra iminente, e ao invés de controlar e acalmar os políticos da corte, adorava provoca-los e alfineta-los, dizendo que não se casaria.

A situação estava ficando descontrolada, impossível, a corte pressionava para um casamento adiantado, os reis da Inglaterra garantiam que seu filho casaria comigo e que não haveria guerra e Adam jurava nunca se casar comigo.

Depois de um tempo, passei a desejar ainda mais fortemente a volta de Aaron antes de ser tarde demais. Não gostaria de me casar com alguém, o qual seu único objetivo é agradar e mimar seu próprio umbigo enquanto vê seu povo em uma situação de pré-guerra. Alguém, o qual provoca a todos, mesmo sabendo que muitos irão morrer se houver uma próxima guerra.

Porém, ao contrário de Adam, eu me casaria com alguém odiável para garantir o bem estar, e paz do meu povo e do povo Inglês, sem pensar duas vezes.

Nos anos desde o trato, as pessoas estão felizes, há famílias completas nos vilarejos, com pai, mãe e filhos. Algumas até mesmo tem avós sentados em suas varandas costurando roupas para os futuros bebês das famílias.

Há comida de sobra em nossas terras, e o povo canta cantigas como não era relatados nos últimos cem anos de nossa história. Eu faria de tudo para manter essa felicidade, inclusive me casar com Adam, mesmo o desprezando e desprezando seus princípios.

Mas, para minha felicidade, no dia do jantar de noivado, após longa conversa com os reis, houve um momento de dança antes de anunciarmos oficialmente o noivado. E não fora Adam quem me tirou para dançar e sim Aaron.

Durante a dança não o reconheci, pois nunca havia o visto pessoalmente, havia sim ouvido sobre sua educação, sua elegância, sua beleza, mas nunca havia visto nem mesmo um retrato.

Fora só ao final, quando não somente eu recebi reverências, mas o meu companheiro de dança, que percebi ser ele o príncipe herdeiro da Inglaterra, e o homem prometido a mim desde meu nascimento.

Passamos horas conversando após a dança, sobre sua missão secreta nas terras do norte, sobre os perigos enfrentados por ele e como ele ansiava pela sua volta para casa, para finamente me conhecer.

A alegria e a esperança em contos de fadas da vida real voltaram para mim naquele dia. Aaron era exatamente tudo aquilo sonhando por mim, gentil, bonito, amoroso, carinhoso e acima de tudo se importava com seu povo, amava a sua corte e faria de tudo para garantir a segurança deles, assim como eu.

Não posso dizer que foi amor à primeira vista, talvez paixão a primeira carta e amor ao segurar suas mãos após a dança e saber que estaria dando a minha mão em casamento para alguém alguém que não só cuidaria bem do meu coração e me amaria, mas zelaria pela vida daqueles os quais eu me importo, meu povo, meu reino e o reino dele também.

Sem se importar com os luxos e mordomias dados pela monarquia, sem deixar-se vender por ideais morais fracos e egoístas. Alguém seguro de seus próprios ideias para com o seu povo e para com o meu povo, aquém do egoísmo.

Felicidade inundará meu peito naquela noite, inundará novamente em nosso primeiro encontro e em todas as vezes que nós visitamos, conversamos, aproveitamos os nossos pequenos momentos românticos.

E felicidade inundou meu coração novamente hoje mais cedo quando disse sim perante o pastor e não apenas declaramos paz para os nossos reinos pelos próximos anos, séculos, milênios, mas também disse sim ao meu amor.

21 contos, antes dos meus 21 anos!Onde histórias criam vida. Descubra agora