lucy + tim: dia anual da luta de nerfs 🎄

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Lucy Chen

Hoje é véspera de natal, o que significa que é o dia anual da nossa luta de nerfs, para mim e para Tim.

O único dia do ano que tiramos para guerrear com as nerfs que Tim comprou no nosso primeiro natal de casados. Não que a gente não brincasse com as nerfs outros dias, mas no dia de hoje levávamos a competição muito a sério, tínhamos regras, tínhamos maneiras de jogar e competir.

As regras do jogo apesar de sérias, eram poucas e deveriam ser seguidas desde o início, desde a primeira hora da manhã, desde que um de nós acordássemos.

O jogo começava assim que o primeiro entre nós dois acordávamos, deveríamos colocar nossa câmera para gravar, pendurando-a no nosso pescoço e pegar nossa nerf, com apenas uma bala.

Para ganharmos deveríamos acertar onze tiros no outro, o primeiro a acertar os onze era o grande vencedor. A primeira bala ficava em nossa nerf, já as outras deveriam ser caçadas pela casa.

Levanto da cama o mais levemente possível, tentando não fazer movimentos bruscos e acorda-ló, antes de ter uma nerf apontando para ele.

Penduro meu celular na capinha própria para a gravação e o coloco para gravar, deixo o repousando no meu peito e me agacho lentamente no chão, pegando a nerf que coloquei embaixo da cama antes de dormir ontem.

Confiro a munição e puxo a trava dela, torcendo para não fazer barulho e acorda-ló. Dou passos lentos até o lado da cama de Tim, e apontando a arma direto para ele, puxo sua coberta.

- Feliz natal! - e atiro um dos dardos nele.

Tim abre os olhos, segundos antes de se encolher, mas já era tarde demais e o dardo já havia atingido seu abdômen.

- Feliz natal para você também, Luce.

Meu marido tira uma arma de lugar nenhum e atira seu primeiro dardo em mim também, igualando o placar. Um a um.

- Não! - lamento, era para ele ter uma desvantagem e não estar preparado.

Não fico tempo demais lamentando, começo a correr atrás de mais munições antes que Tim ache mais uma e fique em vantagem.

Corro para a nossa sala de estar, aonde a árvore de natal está posicionada, os pisca-pisca estão ligados ainda e as bolas decorativas brilham conforme a luz do sol as alcança.

Meus olhos treinados param em um dos dardos preso entre as bolas e corro pega-ló. A risada de Tim me alcança e tenho certeza que ele encontrou um dardo também.

Me escondo atrás do sofá, esperando-o aparecer na sala, assim que me abaixo encontro mais um dardo escondido atrás do sofá e carrego-o na minha nerf.

Os passos silenciosos de Tim não me ajuda a saber onde ele está exatamente, então fico esperando um erro, um deslize e um pequeno som para que eu possa descobrir onde ele está, já que não posso arriscar olhar sem entregar meu esconderijo.

O deslize não demora muito para acontecer, porém tenho que agir rápido. Um barulho no sofá me faz perceber que meu marido sabe exatamente onde ele está. Em cima do sofá, provavelmente já esperando que eu esteja escondida atrás do sofá.

Viro meu corpo, barriga para cima, arma posicionada nas mãos e pronta para atirar. Meu corpo se prepara também, para receber o tiro, que sei que virá, porém me preparo para atirar também.

Tim aparece bem em cima de mim, armas em punho, se apoiando no sofá e atirou. O dardo atingiu no meu braço segundos antes de eu atirar nele também.

Dois a dois.
Placar igualado mais uma vez.

21 contos, antes dos meus 21 anos!Onde histórias criam vida. Descubra agora