musa + riven: forest 🌳

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Musa

As árvores sussurram ao meu redor. O vento uiva conforme as árvores se dobram de um lado para o outro, alguns galhos batendo em meu rosto, folhas para todos os lados e o vento frio da noite queima minhas bochechas cada vez mais conforme eu aumento a minha passada.

Eu corro.
Corro muito e lembro das palavras de Riven durante um dos nossos treinos.

"Se você estiver em uma caçada e não tem como se proteger, não consegue lutar. Corra, corra porque sua vida depende disso. Não olhe para trás, não procure o inimigo com o olhar, apenas corra. Não pare, se cair, levante e corra ainda mais."

Correr.
Não olhar para trás.
Se cair, levante.

Com estas palavras continuo o meu caminho, minhas pernas doem, meu pulmão arde e meu corpo pede por uma pausa. Mas, não posso parar, não posso perder o ritmo, e com toda certeza não posso ficar lamentando a minha dor enquanto a dois monstros atrás de mim.

Monstros: criaturas enormes criados escondidos na floresta com um único objetivo, caçar todas as fadas, e qualquer um que se coloque em seu caminho.

Eles são imunes aos meus poderes, não posso entrar em suas mentes e controla-los e ainda não domino nem mesmo meus próprios poderes, quem dirá os outros elementos. Minha única opção aqui é correr e correr muito.

Correr como se minha vida dependesse disso, porque depende.

Ignoro a dor latente em todo o meu corpo, ignoro o fato de a cada passo eu sentir uma pontada se espalhando por todo o meu corpo, ignoro como minhas pernas estão prestes a falhar e continuo correndo.

Correndo em um ritmo alucinante, correndo sem parar. Tentando focar minha atenção na floresta escura ao invés da dor, tentando focar minha atenção em qualquer coisa e ignorar a dor.

Um braço surge a minha frente, e me puxa.
Quase dou um grito, mas sou impedida por uma mão em minha boca e segurada por um braço em minha barriga. O homem me segurando expira baixinho, e aproxima seus lábios dos meus ouvidos.

- Ei, Muse! Sou eu. - Riven sussurra, bem baixinho e se não fosse pela sua proximidade, eu nem teria ouvido.

Solto o seu braço, o qual nem havia percebido que estava segurando com tanta força e me viro para ele. Alívio percorre meu corpo a medida que percebo que ele está ali.

Riven está ali, com suas duas espadas presas nas costas, um arco transpassado no ombro e eu não estou mais sozinha em uma floresta escura sendo perseguida por dois monstros enormes querendo me matar.

Melhor ainda, estou com o meu porto seguro, estou ao lado de um dos melhores especialistas de Alfea, e que treinou a vida inteira para momentos como esse.

Encaro Riven, tentando encontrar seus olhos, havia uma pergunta rondando os meus: o que faremos?

Se fosse em qualquer outra situação talvez ele já tivesse respondido, porque por algum motivo Riven sempre sabia o que havia em minha mente, mas hoje ele não parecia conseguir ler meus olhos. Provavelmente por conta da escuridão nos rodeando.

- O que faremos, Riv?

- Quantos eles são? - sua voz são fria, tática. - Estão juntos ou separados!

E agora, ele não parecia muito com o Riven doce e sorridente dos treinos, o Riven que sentou comigo enquanto meus pés estavam presos, o Riven que me ensinou a lutar em meio a sorrisos e estratégias.

Ele parece um Riven que já ouvira falar, mas nunca presenciei. A parte tática dele, a parte inteligente durante uma batalha.

Ele sempre foi muito elogiado nesta parte, um dos melhores alunos nas aulas de estratégia de Alfea, destaque durante os dois anos em que esteve ali.

21 contos, antes dos meus 21 anos!Onde histórias criam vida. Descubra agora