Perdido em Paris

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Sigla dos personagens:

Kg - Kalliope Galanis Spook

Pg - Pandora Galanis Spook

Hp - Harry Potter

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Kalliope estava extasiada por poder aproveitando aquela tarde na exposição de arte junto de sua filha, diferente de seu marido a mesma não gostava de demonstrar seus sentimentos, mas isso não significava que ela não tinha sentimentos. Era em momentos como aquele que mostrava sua afeição para sua menina, sabia que esse jeito frio foi uma característica que Pandora puxou de si mesma e as vezes pensava que por causa desse jeito ela não tinha amigos ou gostava de socializar no geral, se não fosse por suas sobrinhas ela nunca teria conversado com crianças da sua idade. Mas agora as coisas estavam indo melhor para sua filha nesse quesito, já que a mesma até mesmo conseguiu passar uma tarde inteira na companhia de uma pessoa, sem ser sua família, sem a outra pessoa voltar machucada ou chorando. Era uma grande evolução para sua menina, e mesmo não sendo uma pessoa emoção ficava deveras emocionada por ver aquilo, sabia muito bem como essa barreira de frieza podia distanciar as pessoas importantes em nossas vidas, quase perdeu seu único e verdadeiro amor por cauda disso. Mas essas eram lembranças do passado e assim como o nome elas deveriam se manter no passado.

As duas passaram uma tarde incrível juntas, explorando todos os lugares artísticos que combinavam com suas respectivas personalidades, nem perceberam quando o céu já estava alaranjado junto de um tom arroxeado, vendo esse céu Kalliope pode se lembrar vividamente de sua mãe pintando uma paisagem como aquela. Ao mesmo tempo que olhava para o céu se lembrou que naquela viagem ela e sua filha não eram as únicas, onde estava o Harry?

Kg – Pandora, você sabe para onde Harry foi? - pergunta chamando a atenção da filha que estava olhando para o menu de uma das barracas de comida do lugar.

Pg – Eu pensei que ele estava junto de você. - fala Pandora ainda olhando para o cardápio em suas mãos, quase não se importando com o que sua mãe falou, para pessoas de fora era estranho escutar aquilo, mas para aqueles que conheciam de verdade Pandora poderiam ver que por pequenos jeitos ela estava nervosa. Como, ficar apertando o dedo no cardápio sem parar e bater o pé em um ritmo constante no chão.

Kg – Temos que achá-lo, ou Severo vai ficar mega estressado e sabemos o que aconteceu da última vez. - Kalliope conseguia se lembrar muito vividamente quando seu irmão chateou Severo, os azarões percorreram a casa toda naquela tarde. Sortudos aqueles que conseguiram fugir para seus quartos, que foram poucos.

Pg – Devemos nos separar? - pergunta Pandora guardando o cardápio e se colocando ao lado de sua mãe. A mesma estava mostrando uma face sem qualquer emoção, mas conhecendo sua filha Kalliope sabia que ela estava igualmente preocupada, porém não conseguia demostrar essa preocupação como as outras pessoas.

Kg – Acho melhor não, vamos repassar por todos os lugares que fomos, se ele se perdeu nesse momento então ele estará em desses lugares. - explica Kalliope – Vamos lá, Severo avisou que ligaria todas as noites sem exceção e já estava anoitecendo, não temos muito tempo.

Com isso as duas mulheres repassaram por toda a exposição, o que não foi um trabalho fácil já que em uma única tarde passaram por muitos lugares e rever cada um desses em menos de duas horas não era um trabalho fácil. O lado positivo é que em duas horas já tinham coberto a maior parte dos lugares que visitaram na exposição, o lado negativo é que estavam se aproximando da entrada e não havia nenhum sinal de Harry. Se as coisas se mantivessem assim que chegassem na entrada teriam que perguntar sobre Harry para as pessoas e até mesmo os seguranças, e no pior, bem pior, dos casos teriam que ir até a polícia e Severo saberia sobre o sumiço do filho e o caos sobraria naquele lugar. Até mesmo Pandora estava entrando em desespero por não achar seu primo, que mesmo com pouca interação entre ambos começou a gostar dele.

A família Spook era composta inteiramente por monstros e criaturas magicas, e por causa desse fato já os fazia ser mais unidos do que uma família tradicional de humanos, bruxos ou uma espécie de monstros, sua diversidade lhe fazia confiar um no outro sem se sentirem julgados. Mas mesmo com essa união Pandora se sentia deslocada no meio deles, uma grande parte disso vinha da sua conexão com seu lado monstro que eram conhecidos por serem criaturas solitárias, por conta disso preferia ficar sozinha em seu quarto ou no máximo ficar junto de seus pais. No começo essa disposição estava boa para si e os outros, mas com o passar do tempo e com sua adolescência Pandora queria ficar com seus familiares e principalmente primas, mas não sabia como pedir para isso e não ajudava nem um pouco sua falta de demonstração de sentimentos. Mas então conheceu Harry, que pela primeira vez queria por vontade própria ficar ao seu lado e a conhecer, aquilo fez com que algo em seu peito aquecesse pela primeira vez, de primeira achou que aquilo era o começo de alguma doença, mas ao perguntar ao seu pai ele o explicou que aquilo mostrava que ela estava feliz. Com essa descoberta Pandora sentia que poderia até mesmo se aproximar de seus familiares com a ajuda de Harry, mas pensar na possibilidade de que nunca mais veria Harry fez com que esse quentinho em seu peito se tornasse um aperto doloroso.

Mãe e filha estava quase chegando nos portões da exposição, suas esperanças chegando ao final quando escutam uma risada bem característica. Olhando ao redor veem em uma das barracas da seção de artesanato Harry feliz em uma tentativa de bordado conversando com uma velha senhora. Pandora ao ver aquilo sentia uma vontade absurda de pegar Harry e o enforcar por tê-la preocupada daquela forma enquanto ele estava se divertindo daquela forma sem nenhuma preocupação, mas antes que pudesse ir até o mais novo é parada por sua mãe e com um simples olhar entendeu a sua ação. Naquele dia Harry fez várias perguntas sobre suas escutaras e como começou a fazê-las, Pandora sabia que ele não queria fazer estatuas também, apenas queria saber como resolveu fazê-las e com essas perguntas entendeu que Harry estava procurando por seu próprio hobby e para achar o seu queria entender os hobbys daqueles ao seu redor. E naquele momento numa tentativa, bem falha, de bordado achou seu hobby único e seria errado de sua parte se interrompesse esse momento de autodescoberta. Por causa disso ambas as mulheres resolveram esperar mais um pouco antes de irem até o garoto e nesse momento Kalliope achou melhor procurar algo para os três comeram, já que passaram praticamente um dia inteiro sem comeram nada, deixando Pandora para vigiar Harry. Nesse meio tempo Pandora continuou assistindo Harry e o quanto ele parecia feliz segurando o bastidor e as agulhas, conseguia se lembrar da primeira vez que colocou suas mãos na argila e fez seu primeiro vaso, é claro que ele ficou horrendo, mas naquela época ela achou que ficou perfeito e que nada poderia se comparar a aquilo.

Alguns minutos depois Kalliope volta com um saco de comida e mesmo não querendo atrapalhar aquele momento de felicidade de Harry, ela não poderia esperar mais tempo e se ele gostasse tanto daquela atividade poderiam voltar no dia seguinte e comprar tudo que ele precisaria para bordar e procurar alguém que o ensinasse essa arte na área do artesanato. Com isso se aproxima cuidadosamente de Harry e chama sua atenção que ao ver Kalliope seu sorriso cresce ainda mais e sem demorar abraça a mais velha.

Hp – Eu estava louco te procurando! - Kalliope conseguia ver algumas lagrimas nascendo nos olhos esmeralda de Harry – Mas eu acabei perdendo o foco por um momento. - fala em um tom inocente.

Kg – Foi minha culpa, eu não deveria ter tirado os olhos de você enquanto eu era a sua responsável. - explica Kalliope enquanto passava a mão pelos cabelos sedosos do menor – Agora que encontramos você está na hora de voltar para o hotel. - se despede da mulher idosa e agradece por cuidar de seu sobrinho.

Pg – Nunca mais repita isso novamente. - fala ameaçadoramente para Harry, que ao escutar aquilo apenas olhou com carinho para a prima, que mesmo não querendo abriu um pequeno sorriso para a demonstração de carinho de Harry naquele momento.

No caminho de volta para o hotel ficou um silencio por entre os três, mas mesmo assim não estava desconfortável e sim um silencio acolhedor. Quando estavam quase chegando no hotel Kalliope se volta para Harry.

Kg – O que achou da sua primeira exposição de arte, Harry? - pergunta quebrando o clima silencioso entre os três.

Hp – Seu que foi só a primeira vez, mas espero fazer mais coisas como essa juntos novamente. - fala de forma tão animada e contagiou até mesmo os dois membros mais frios da família Spook.

Kg – Na próxima vamos vir com toda a família. - abre um sorriso sincero para a confissão de Harry.

Hp – Estou ansioso para esse momento. 

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