Capítulo 11

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Kim Seokjin

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Kim Seokjin

Eu não tinha nem vinte quatro horas na rede e já estava odiando. Namjoon não parava de me mandar mensagem, ele sempre foi meio pentelho, mas hoje está se superando. Ainda sim é divertido ignorar o casal, porque é claro Júlia não ficaria de fora dessa.

Bufo mais uma vez sentindo o celular vibrando no bolso da minha calça. Acabei de dar o esporro do século na minha turma por conta dos resultados das provas, mas olhando para como nem pareceram se importar com isso, chega a ser decepcionante. Alguns até pareceram interessados na correção e outros realmente tristes com o resultado ruim, mas a maioria não esboçou nenhuma reação óbvia.

Pela primeira vez, me pergunto se estou fazendo o certo, me mantendo aqui. Quando comecei a lecionar ainda nem tinha me formado. Era assistente de professor e logo depois acabei virando monitor, já que era o melhor da minha turma. Gostava quando as pessoas realmente davam ouvidos ao que eu falava. Pouco a pouco fui tendo prazer com isso, mas confesso que, com o tempo, foi se tornando cansativo. Tinha muita coisa para lidar e quando me dei conta estava trabalhando mais do que devia. Depois a maldita chegou, dando um falso alívio, me fazendo querer pisar um pouco no freio e focar em outras coisas que não fossem trabalhar como um louco.

Tudo ia muito bem, até o dia do nosso casamento, onde percebi que tudo que Isis toca acaba destruído. Eu fui algo que ela tocou, beijou, fingiu amar, então posso me considerar mais que destruído. Despedaçado.

Fecho o computador assim que a aula acaba e dispenso os alunos. Penso em me dar o resto do dia de folga. Analisando minha agenda pelo celular, a única reunião marcada essa tarde é online, posso fazer em casa, assim não tenho que encarar os fofoqueiros de plantão. Afinal, até Ruby já tinha encontrado o meu perfil, a essa altura, todos sabem. A sala foi esvaziando e percebi que, se fosse para casa, ficaria sozinho, e estou começando a cansar disso.

Repenso sobre o quão chato meu irmão pode ser querendo saber se alguma coisa, que supostamente aconteceu, entre eu e Thais. A verdade é que nada aconteceu. Ela me contou sobre o pai e o quão próximos eles eram. Sobre as brincadeiras bobas. Foi divertido ver a sua alegria em contar sobre o seu passado com uma saudade imensa no olhar, mas um sorriso firme no rosto. Ou o jeito como gesticulava feito doida quando não conseguia traduzir alguma coisa e fiquei ali só ouvindo tudo. Porque era engraçado e interessante.

A pior parte, foi encerrar o assunto quando a deixei na porta de casa. Era um prédio simples, provavelmente pequeno demais para se morar. Me lembro que fiz uma nota mental sobre investigar se aquele lugar era bom mesmo para ela estar, já que era relativamente longe do escritório. O banheiro deve ser comunitário e muito provavelmente a cozinha também.

Como será a alimentação dela?

Quando dou por mim estou dentro do carro a caminho do escritório, ligando para o corretor do meu pai, na intenção de saber mais sobre a casa de Thais. Me pergunto quando foi a última vez que fiquei tão preocupado e invasivo assim com a vida dos meus funcionários, mas logo balanço a cabeça afastando esse pensamento.

Deixado para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora