Capítulo 21

100 20 16
                                    

Kim Seokjin

Enquanto dirigia pelas ruas de Seoul buscando alguma luz, pensei que seria esclarecedor conversar com o meu irmão mais novo. Que quando quer, sabe muito bem fazer meu papel, ser racional. Já que ultimamente estou andando mais emotivo que ele, me pergunto em que momento invertemos o papel.

Se em algum momento achei que seria uma boa ideia, me arrependi nesse momento.

- Então só pra eu poder entender. -Namjoon respira fundo massageando a testa para aliviar o estresse. Não que isso seja possível depois de um longo dia de trabalho.- O senhor bonitinho

- Bonitão, me respeita! -corrijo sendo assassinado pelo olhar de meu irmão.

- Você -rosna parecendo um cachorro louco.- achou prudente, colocar a Thais contra a parede sobre a relação de vocês no dia que ela foi intimada pela nossa mãe a fazer sabe-se lá o que.

Bufa voltando a olhar para o celular que parecia conter uma mágica que o estava mantendo calmo. Namjoon ainda não tinha gritado e isso era uma coisa memorável.

Quando cheguei em sua casa, noites atrás, ele já estava desmaiado, me restando apenas Júlia. Claro que ela me agrediu e não pude fazer nada com a grávida do ano. Era isso ou apanharia de novo. Ontem os dois tiveram uma reunião importante com um cliente e depois teriam alguns exames para fazer, ou ao contrário, não prestei atenção. Então quando chegaram, era um quem estava dormindo dessa vez, e acabei percebendo que havia muito tempo que não tirava uma folga.

Só queria que a porcaria do meu celular tocasse para poder voltar para casa, já que tinha jurado a mim mesmo que voltaria somente quando Thais me ligasse. O que resultou em passar duas noites fora pensando que merda ela estava fazendo que não me ligava.

- Nós já tínhamos protelado demais. -cruzo os braços em minha defesa.

- Ás vezes me pergunto como pode ser tão esperto para umas coisas e lesado para outras. -me repreende e como Júlia acha que fiz uma tempestade em copo de água.- Seokjin se a gente, que saiu da mamãe, tem medo dela. -larga o celular no sofá da sua sala.- Caralho imagina quem não conhece, porra.

- Pelo amor de deus, sua filha nasce em seis meses. -reclamo sabendo que ela vai nascer e ele não vai mudar.

- Deixa a Mi-cha fora disso. -aponta o dedo para mim antes de se levantar para pegar um copo de whisky em seu aparador na sala de jantar ao lado.

- Quando foi que escolheram o nome? -arregalo os olhos surpreso por não saber sobre isso.

- Não escolhemos, estou testando a sonoridade. -tira um gole de sua bebida.- Eu tenho que achar o nome com a entonação certa quando precisar brigar com ela. Não poderei fraquejar.

- Querido irmão, se ela nascer com a cara da mãe não terá nome no mundo que não o faça fraquejar. -debocho e sabemos que é verdade tanto que ele ri comigo.- Olha eu posso ter errado -seu olhar me julga e reformulo a frase.- Fui dramático e não sei como voltar atrás.

- Do mesmo jeito que eu, mas sem ter que cruzar uns países. -da os ombros.- Tirando a sua bundinha do meu sofá e voltando para casa! Lugar de onde não deveria ter saído. -acrescenta com um sorriso cínico.

Isso porque irmãos devem se amar.

- Na verdade ele vai para o hospital. -Júlia aparece ofegante na sala e pálida.- A Thais está no hospital não sei o que aconteceu, mas ela se meteu em uma briga está sangrando e sua mãe desmaiou.

Foi nesse segundo que meu mundo desabou. A minha mulher estava no hospital e só de ouvir sangue na mesma frase eu já imaginei o pior cenário. Não sei como mamãe entrou na história, mas o desespero começa a se enraizar no meu corpo me mantendo preso aquele sofá.

Deixado para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora