Capítulo 17

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Thais Ribeiro

Não sei quando foi a última vez que passei tanto tempo sorrindo. Sem pensar ou me preocupar com nada que me magoasse. O final de semana com Seokjin, fez com que sentisse coisas que a muito tempo não sentia. Eu nunca tinha conseguido ficar tão exposta com um homem, como fiquei para ele. Mesmo depois de ter lavado e secado todas as minhas roupas, que tinham ficado encharcadas no incidente. Não senti necessidade de me cobrir, para não ser julgada. Os olhos de Seokjin quando caiam no meu corpo era com puro desejo e naturalidade. Algo que não estava acostumada, mas isso mudou logo.

- Você não deveria ir para faculdade hoje? -pergunto assim que entramos no elevador chegando cedo ao escritório.

- Deveria, queria te deixar aqui primeiro. -explica depois de apertar o botão para seguirmos ao nosso andar.- Não posso ser cavalheiro com a minha rainha? -pergunta se colocando na minha frente e me prendendo contra o espelho.

- Aqui tem câmeras... -o lembro vendo-o se perder em meus lábios.- Afaste-se. -pontuo colocando o dedo em seu peito para empurrá-lo e falho miseravelmente.

- Mais perto? -o debochado se faz de sonso e junta nossos corpos me fazendo suspirar ao sentir sua respiração pesada tocando minha pele.- Aposto que ninguém chegou ainda...

- O que está sugerindo Senhor Kim? -mordo a língua imaginando o quanto vai reclamar.- Me quer rendida em sua mesa?

- Quero! -agarra meus quadril me puxando para si, nem sei como, mas ainda tinha espaço entre nós.- E se me chamar assim de novo, vai ficar com essa bunda empinada para mim na minha mesa com todo mundo no escritório. -dita na mesma hora que o elevador apita avisando que chegamos ao nosso andar.

- Senhor... -junto forças e vou caminhando para fora do elevador com ele ainda agarrado em mim.

- Você está de vestido, não se esqueça disso... -cheira o meu pescoço mais uma vez essa manhã.- Eu quero a casa inteira com esse cheiro. -rio envolvendo meus braços em seu pescoço.

- Vou enjoar e terei que tocar de perfume.

- Te proíbo! -decretou pegando as chaves do escritório para abrir a porta.

Antes que colocasse a chave na fechadura, percebemos que a porta já está destrancada. Seokjin estranha, mas não me solta. Por outro lado desgrudo de seu pescoço, tentarei manter uma distância. Quando penso em entrar, Seokjin segura minha mão e passa a minha frente. O cavalheirismo dele causa uma euforia no meu coração.

Passamos pelo Hall sem problema nenhum, avisto de longe a minha mesa e tudo está em ordem. Como deixei. Tudo em um silêncio absoluto. Dou de ombros e solto a mão de Seokjin indo preparar o café dos viciados deste escritório.

- Tem aula até que horas? -pergunto despejando a água na cafeteira.

- Espero que acabe logo isso sim... -responde colocando a mão nos bolsos e caminhando até mim pensativo.- Não sei se quero continuar dando aulas.

- Porque?

Sua confissão parecia doer. Já tinha ouvido por aí o quanto Seokjin gostava de dar aulas e não entendia porque as pessoas pareciam não apoiar. Tudo bem que era cansativo, mas ele parecia ser organizado o suficiente para lidar com isso.

- Tenho que escolher entre o escritório e a universidade. Venho trabalhando demais. Antes do meu irmão voltar pra cá, quase desenvolvi síndrome de Burnout. -confessa se distraindo com os pés, como se tivesse vergonha de contar que trabalhou até beirar a exaustão.- E digamos que tenho algumas desavenças com um dos diretores.

- De que tipo? -pergunto brincando com sua gravata cinza que me causava pensamentos impuros. Antes que pudesse me responder ouvimos um barulho ecoando no corredor.- Isso foi o que eu penso que foi?

Deixado para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora